Escritor sem livros
É preciso ter livro publicado para ser considerado escritor? Esta pergunta me fez um amigo certa vez. Bem, concordo que o livro, herdeiro legítimo do papiro, e filho de Guttemberg, é uma das grandes invenções da humanidade. Como também é certo que legar à posteridade livros é uma forma de manter-se vivo após a morte. Neste sentido bem disse Andrew Carnegie: "Os homens passam, mas os livros ficam".
Hoje em dia, as possibilidades de edição e publicação de livros são enormes. Sites especializados permitem que o escritor iniciante - muitas vezes a preço acessíveis - possam ingressar no mercado literário. Mas, voltando à pergunta, afirmamos que não, não é necessário ter um livro publicado para ser considerado escritor. Ora, Gregório de Matos nunca publicou um livro, divulgando seus poemas malditos em folhetins que, compilados pela Academia Brasileira de Letras, só virou livro três séculos após a morte do "Boca do Inferno".
Atualmente, os escritores podem, enquanto não publicam suas obras, postá-las em sites, blogs e afins. Em tempo de realidade virtual, ser escritor - por incrível que pareça - prescinde do fato de ter escrito e publicado livros.
Estas facilidades, que se tem hodiernamente, fomentam a difusão cultural e a transmissão do pensamento de uma forma mais eficaz e rápida, abrindo novas formas de publicação de textos.
O livro, não obstante sua importância, é um dos tantos meios de difusão da cultura, razão pela qual a transmissão do pensamento não se adstringe a ele, apenas. Em face disso, escrever e difundir cultura por outros meios gráficos fazem do indívíduo um escritor.
(Danclads Lins de Andrade).