A linguagem como processo social
A linguagem (ou ato de comunicação humana) influencia incomensuravelmente diversas áreas de estudo, seja em âmbito social, político, artístico, de pensamento, sempre em construção com o mundo.
Não há nada que esteja fora do alcance da linguagem que possua uma relação intrínseca com o homem, modelador de qualquer base profunda na sociedade. A comunicabilidade existe desde o momento em que nascemos, acompanhando-nos em todos os conflitos individuais. Algumas vezes frágeis em nossa desenvoltura, tornamo-nos indecisos nas situações mais árduas da vida cotidiana: rompemos a barreira da dúvida através da nossa palavra – seja falada ou escrita. A linguagem é, assim, fator preponderante para nossas relações sociais.
A base para contermos a tradição da lingüística não vai além de conter uma revolução no âmbito da língua, como argumento para mostrar o quão cultural e sábio – ou filosófico - poderia ser o homem, se não fossem as suas condutas errôneas. No diálogo Fedro, Platão assevera que a linguagem é um pharmakon, isto é, ela possui três sentidos essenciais: remédio, veneno e cosmético. Seria remédio para o descobrimento do nosso conhecimento a fim de aprender as nossas ignorâncias e a conviver em grupos. Seria veneno por não sabermos lidar com a sedução das palavras, sem sabermos se poderiam ser verdadeiras ou falsas. Destarte, podemos afirmar que nos encontramos diante de duas dicotomias: a comunicação-conhecimento e a encantamento-sedução.
Podemos descrever a linguagem como meio excêntrico de toda a sociedade por nos envolver em meios das idéias, que, para Platão, seria “perfeito, imutável e eterno”. Empregamos, no processo comunicativo, diversos meios para o uso da nossa linguagem – os quais vão desde a base articulatória da língua até a cognitiva, relações entre o homem e o mundo social em que este vive.
Pode-se e deve-se argumentar sempre o feitio traçado entre linguagem e a lógica, também sistematizada por outro filósofo clássico, chamado Aristóteles. Esse grande filósofo afirmava que, ao alinhar dois pólos semelhantes (no caso a língua e a fala), poderia haver um desenvolvimento do processo comunicativo, cujo objetivo seria propor sempre um desenvolvimento de conhecimento e da própria razão. Kant apregoava que o homem apenas poderá manifestar-se com toda sua pujança no domínio da moral – elencam-se algumas figuras virtuosas que o fizeram: Mahatma Gandhi, Nelson Mandela e Martin Luter King.
Por conseguinte, destaca-se que o estudo da fala pertence a um desenvolvimento de reflexos da sociedade, como construção de fontes que formulam diversos aspectos na consciência humana à medida que esta vai formulando diversos valores, sejam no campo do conhecimento, da ética, da cultura, e até mesmo do encantamento-sedução. A linguagem é o mais fascinante agente da comunicação social.