A Origem de Mundo
Gustave Courbet pintou um nu feminino, ainda no século XIX, a que denominou L'Origine du Monde. A parte mais visível da obra é de levantar qualquer cobra: exibe umas coxas sensuais e sua convergência sob pêlos lustrosos, chamativos, até demais.
Durante a exposição do referido quadro no Musée d'Orsay, em Paris, a artista (obs)cênica luxemburguesa Deborah de Robertis achou por bem dar vida animada àquela obra de Courbet, por si, já tão admirada - e contestada.
Num provocante vestidinho doirado, Deborah sentou-se ao pé do quadro de Courbet e, literalmente, abriu as pernas, assim como, com o auxílio das pontas dos dedos - protegidos por umas luvas, cujo uso achei um abuso - desfraldou os grandes e pequenos lábios de sua graça.
Uma comoção inoubliable. Todo aquele povo chique ficou entre o estático e o pulejar de galinha em teto de zinco quente, extático, literalmente. Os zelosos guardas do museu e da moralidade - sobretudo senhoras - tentaram obnubilar aquela paradisíaca visão, postando-se à frente da expoente. Entre o tititi e o tatatá, houve contudo, palmas à genialidade e ousadia. E isso tudo foi em 2014, e a gente, atéia ou crente, nem sabia...Cousa tão sadia...
Rivalizando em beleza, mas não em afoiteza, o som da Ave-Maria, ao fundo se fazia. Benzateus!
Imaginem uma cena dessas no nosso Palácio das Artes. Ou o do Planalto mesmo...Sucesso dilmavez?