Morte ao croissant?
A cadeia inglesa de supermercados Tesco, tão presente em Londres como cocô de pombo na praça da Sé, anuncia que passará a produzir croissants retos, e não mais no formato de meia-lua, que celebrizou essa gálica e fálica invenção.
A justificativa é a de que, na retidão, como já é o caso do pão, mais fácil fica a breiação. De geléia, nutella, manteiga, enfim, do que estiver à mão.
Estará a Tesco certa, diante de tão original Tescoberta? Só os dias que virão nô-lo dirão. Mas afinal, diante de tanta preocupação cotidiana para que se envolver com tema tão comezinho?
Comezinho para nós. Pois estamos tão distantes do croissant verdadeiro, que de nada valeria nosso berreiro. O que chamamos de croissant na nossa querida e mais garrida Tupilândia não passa de arremedo fajuto e grosseiro do original. Eu, por exemplo, e mau exemplo por sinal, nunca tive a sorte de encontrar um croissant à imagem, tessitura, gosto e semelhança desse vero símbolo da glutoneria franca. Françamente. Há muito esforço, muita aproximação. Mas pra chegar lá não há Sorbonne que consiga ensinar...
Diante dessa proposta indecente dos ingleses, os italianos e argentinos, se quiserem seguir a tendência vão ter que abolir leis da física, desentortando il cornetto y la media-luna...