IMG_20160113_081646811.jpgO nigauri é superamargo - mais do que jiló -, certo? 
Depende.
Depende do ponto de maturação do fruto e do modo como é preparado.
Para falar do verdinho verruguento antes plantei alguns pés, em casa, colhi vários frutos e preparei pratos diferentes. 
Assim, posso discorrer com propriedade: isto não é um "control C" + "control V".
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IMG_20160113_081656052.jpgIMG_20160113_081701124.jpgQuem não conhece e provou apenas uma vez pode se enganar - e em geral se engana. Ele é muito amargo verde e cru, em especial se cortado em fatias mais grossas, mas perde o amargor se cozido ou refogado ou se deixado de molho antes do preparo. 
Característica do nigauri é a crocância, mantida ainda quando cozido, mas o amargo é  marcante enquanto verde: o sabor se torna mais suave conforme o fruto amadurece.
Tanto é assim que os frutos maduros e amarelos são disputados, no mato, por crianças e passarinhos. 
IMG_20160113_081706917.jpgNesse caso, comem-se as sementes, então vermelhas, pois os frutos, já sem amargor, tornam-se moles e sem graça para a culinária.
IMG_20160113_081716973.jpgIMG_20160116_111054137.jpgNão poderia ser diferente, se minha sobrinha (Cris, mulher do Fábio) tinha saudades e adora nigauri, pois comia quando criança (sua avó fazia). 
IMG_20160113_205709358.jpgSe encontrar o melãozinho  em mercados ou feiras livres ele será, sempre, verde; portanto, muito amargo. Mas crocante. O amargo a gente pode trabalhar, mas a crocância do legume é única.
IMG_20160116_111514827.jpgNigauri, melão de são caetano, goya, nigagori, melãozinho ou boizinho: o legume, consumido em todo o mundo e muito apreciado pelos japoneses, é comum no interior Brasil, em cercas ou no meio do mato. Se no Japão é legume apreciado, inclusive em pratos típicos (como exemplo, o champuru), no Brasil é pouco comercializado e, em geral, deixado madurar na natureza, até que criança ou passarinho o encontre para apreciá-lo.
IMG_20160116_111627571.jpgQualquer pesquisa revela suas qualidades: cura ou melhora os sintomas de doenças de pele, diabetes, envelhecimento, tumores e câncer, hipoglicemia e  hemorróidas (infusão dos frutos maduros): uma panaceia. 
IMG_20160116_111748411.jpgNa foto acima, o nigauri tirado do pé, verde. Repare nas verrugas desuniformes e na textura brilhante. 
Corta-se no sentido longitudinal e, em seguida, retira-se a polpa que acondiciona as sementes,  com uma colher.
IMG_20160116_111915102.jpgVocê pode fatiar bem fininho ou um pouco mais grosso. Gosto dele bem fininho, com molho de soja. Guardo em um pote, como conserva, e como um pouco todos os dias.
IMG_20160113_205737037.jpgTambém  refogado, cortado um pouco mais grosso, e das folhas novas e tenras, refogadas ou picadinhas, com shoyo.
Para que perca o amargor - ou o sabor seja suavizado - basta fatiar e cobrir as fatias com sal. Se preferir pode, depois de cinco, dez minutos ou meia hora, espremê-lo. Já fiz isso e ele perdeu, com o amargo, a graça: ficou no sal por meia hora e depois espremi. 
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Outra opção é deixá-lo de molho na água, refogar ou cozinhar. Fica uma delícia com ovos, carne bovina, de porco, frango ou frutos do mar. 
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Como cada pessoa tem a sensibilidade para o amargo, o doce, o azedo e o picante mais ou menos desenvolvida - tanto para rejeitar como para apreciar alimentos - você aprenderá a deixar o legume no  ponto certo para você. 
Bom é saber dosar e você encontrará o ponto certo para o seu paladar.
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