O LADO BOM DA GUERRA CONTRA AS SALVAGUARDAS
O LADO BOM DA GUERRA CONTRA AS SALVAGUARDAS
FlávioMPinto
Como já disse um filósofo, tudo tem dois lados ou duas versões, no mínimo o lado de dentro e o de fora ou a minha e a sua versão.
Todas tem os lados bom e o ruim.
No Brasil, mais especificamente no mundo do vinho, para não dizer em outros que foram aplicadas salvaguardas e deixaram o outro lado correr solto, como no caso das aplicadas aos veículos importados e os mexicanos entraram a valer, no caso do vinho teremos uma invasão maior dos argentinos protegidos pelo MERCOSUL.
O vinho nacional, reconhecidamente progrediu a olhos vistos nos últimos anos. Ainda está a quilômetros dos europeus, mas concorre a par com os hermanos. E aí eles nos ganham no preço. Os consumidores desavisados ou sem conhecimento se “atiram” nos argentinos e chilenos de 5 dólares. Pudera, entram sem alíquotas enquanto os nossos são sobretaxados. Coisas de país tupiniquim! Verdadeiro tiro no pé!
Protegidos pelo MERCOSUL, produtos similares argentinos, principalmente, inundarão o mercado nacional. Já estamos presenciando isso no setor automotivo e agora, em definitivo, no setor vinícola. Não concorrem em qualidade, o que redundaria em concorrência saudável ao produto nacional, mas em preço, por certo depreciando o vinho nacional que se obriga a custar menos sem ganho na qualidade.
O lado bom, é que, fatalmente, a menos ou mais dias, o governo se obrigará a reduzir a tributação nestes produtos, com ganhos para todos, inclusive para o governo que arrecadará menos na unidade mas em volume ganhará. Assim ocorreu recentemente quando ocorreu uma diminuição do IPI dos automóveis. Muito pouco, mas redundou em fantásticas vendas e produção recorde.
No entanto, num governo que não abre mão sequer de um centavo na arrecadação dos impostos que lhe são afetos, é esperar para chover no deserto do Saara. Não vai adiantar ceder créditos nem abater impostos na folha de pagamentos do setor produtor de vinhos. Os 54% de impostos tem de ser reduzidos, e muito, para que o vinho nacional seja competitivo. Até internamente, pois os vinhos argentinos e chilenos, como já frisamos, atacam o mercado brasileiro aqui dentro do nosso território e sem reciprocidade alguma. E o produtor brasileiro, principalmente o pequeno, continuará a lutar contra dois inimigos.
Que o setor vinícola é aguerrido e lutador, é.
Que o setor vinícola é gerador de empregos e tecnologia, é.
Que o setor vinícola brasileiro é competente, é.
Basta ver a revolução que está sendo causada pelos vinhos espumantes.
Então que se mostre mais e mereça o respaldo do governo de plantão.
Mas, se isso não aconteceu no setor de máquinas, no têxtil nem no automobilístico, que o vinícola espere sentado!