O SÍMBOLO DA VINÍCOLA ALMADÉN

O SÍMBOLO DA VINÍCOLA ALMADÉN

FlavioMPinto

Foi com enorme surpresa quando, a poucos meses, conheci o novo símbolo da Vinícola Almadén estampado nas novas garrafas , também com novos rótulos, da categorizada vinícola santanense.

Entendo que quem manda é o dono, o que injeta dinheiro e pronto. Deixei para escrever algo muito tempo depois, pois queria acreditar que é coisa de executivos novos, que não conhecem a empresa comprada e não tem compromisso com a região.

Mas não podemos esquecer, nem a sociedade santanense provavelmente deseja, de não lembrar que a vinícola foi abraçada pela cidade a mais de 30 anos, fazendo simbiose com a marca.

Não consta mais( no símbolo) o cartão postal da cidade- o cerro de Palomas- que por seu turno dava nome a alguns vinhos de qualidade indiscutível.

O cerro demarcava a maior característica dos vinhos: o terroir de Palomas.

Terroir este descoberto pela EMBRAPA na década de 70 do século passado, um achado tecnológico. Uma dádiva que estava adormecida no solo santanense. Uma das últimas fronteiras vitivinícolas do mundo.

Quando se faz um símbolo, busca-se inspiração na heráldica, um resumo gráfico de informações históricas sobre o que se quer. Ou seja, o símbolo traz história, vida. E isso foi retirado da Almadén.

Tempos atrás escrevi um artigo designado O VINHO QUE PERDEU SUA ALMA.

Nada contra a Miolo que tem história, mas tudo contra a história que foi castrada da ALMADÉN.

Vinho rima com sofisticação, história, cultura, bom gosto, marketing. Que o digam Mouton Cadet, Brunello di Montalcino, Barbaresco. Algo que a Almadén já foi e ainda tem nas suas entranhas foi a vocação para a sofisticação. Nada disso rima com vinho barato.

Aqui do meu posto de observação chamo isso simplesmente de “jogar dinheiro fora”. E é o que a Miolo está fazendo faltando com o respeito com a cidade e com a marca que adquiriu.

Talvez ainda não tenha se dado conta que a Almadén é maior do que sua marca proprietária.