Prazeres à mesa
APRESENTAÇÃO do livro Prazeres à Mesa
Este livro reúne – sem o menor critério ou ordem – frases e situações com base em pessoas que conheci ao longo dos últimos anos, considerando como últimos os anos mais recentes. Assim, aquela história de mera coincidência aqui, no caso, não existe, ou seja, qualquer semelhança com a realidade foi totalmente proposital. Obviamente, os nomes foram mudados, alguns personagens inventados, mas na essência... quem fala em essência, molhos, temperos é quem gosta de saborear comida... se for o seu caso e se você gostar de livros leves em peso e em conteúdo, assim como uma refeição leve, este pode ser uma opção para entretenimento – duas páginas após as refeições ou, para ser mais verdadeiro – entre a refeição e a sobremesa.
Se você não for um apreciador dos prazeres à mesa e se, por curiosidade, leu até aqui, espero que já tenha percebido que este é um livro de humor e que, mesmo sem fome, se anime em lê-lo. Agora, se você é um desses chatos que olham a vida pelo lado de baixo, positivamente este não é um livro recomendado... não foi escrito para você – seguramente existem outras opções mais... como direi... bom, deixa pra lá... porque:
Gosto não se discute, claro, o meu é que vale e ponto final, e não se fala mais nisso (parece que bebe...).
PRAZERES À MESA (UMA DE ECONOMISTA)
São muitos os prazeres que podemos desfrutar à mesa, desde os visuais, gustativos, sexuais (sim, por que não?), até lúdicos, se for numa mesa de cassino. Mas agora estou interessado é numa forma especial de prazer, que é o prazer do humor, do riso à luz do inusitado, do pitoresco e da irreverência. Quando à mesa, pode-se vivenciar cenas e participar de conversas que se encaixam perfeitamente neste tipo de humor. Mesmo sozinhos, à mesa, basta lápis e papel para criar textos bem humorados visando compor um livro para ser lido à mesa, procurando dar um pouco de entretenimento e diversão para quem gosta de humor, como está sendo o caso agora.
Com licença, paro de escrever por aqui porque a mariscada já está chegando. A do economista, prometida no título, vai ficar para enquanto espero a sobremesa.
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Ontem almoçando com dois colegas de trabalho, Francisquinho e Etelvina, perguntei ao Chico, economista pleno, porém noturno, se sabia quanto era (a+b) ao quadrado, um dos conhecidos produtos notáveis, da época da escola, dos livros do Ari Quintela. Depois de várias evasivas e de escaramuças algébricas em sucessivos guardanapos de papel, ele, meio sem graça, sorrindo, se rendeu: “Estou meio esquecido”.
A outra, também economista, riu muito da falha técnica do colega de formação:
- Francisquinho, Francisquinho, você não está vendo que isto não existe, que ele está só curtindo com a sua cara?
- Calma lá! – disse eu – . Este é um dos produtos notáveis.
- Ah, bom, é verdade. Não estou lembrando direito quanto é, mas vai dar em alguma coisa, sim. A resposta tem alguma coisa de “mais ou menos raiz quadrada” e um denominador que é... agora me lembro “sobre dois a” – e ela fez um gesto largo na horizontal indicando a feitura de um enorme traço de fração imaginário, toda satisfeita.
- Isto está me parecendo mais aquela transa do Pitágoras – falou Francisquinho, o das escaramuças algébricas nos guardanapos.
- Neste negócio de fórmulas matemáticas nunca fui muito boa. Tem razão, posso ter confundido com Pitágoras, que tem uma fórmula com raiz quadrada.
Veio a conta. Como eles não haviam trazido maquininha de calcular, ficou complicado fazer a divisão por três... o que acabou atrasando um pouco a reunião do grupo de análises econômicas que eles fazem parte, na estatal em que trabalhamos.
A minha questão sobre o produto notável ficou sem resposta – aliás, notável para eles é o Betinho, o da campanha contra a fome.
No próximo almoço vou perguntar quanta é o seno de dois “a” e, como eles, somados à Esterzinha, a ecologista biruta, e à Hilda, socióloga de primeira mão, vão conceber projetos para o desenvolvimento nacional. Será que utilizarão como ferramentas modelos econométricos?
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BONUS (TEXTO ADICIONAL)
Temperos , Especiarias e a Boa Comida
Atualmente nunca se comeu tanto e de tudo. Mas, além de gastronomia, aqui vamos nos deter apenas no foco homem traçando mulheres – nada de homo, hemo, pan ou coisas tipo GLS.Vivendo em grandes metrópoles o "ser-humano-homem" é capaz de se deliciar com os requintes de grandes cozinhas internacionais e com os carinhos das provocantes coisinhas sensuais (uma pasta italiana, uma italiana e no jantar combinado com a colega de trabalho – comer um combinado e depois ela, conforme combinado). Caso acorde com ela, pela manhã um desjejum com bolo inglês, pão frances e ela de novo é fundamental.
No almoço, almoço-descanço, é difícil escolher entre as diversas opções de pratos e mulheres (que serão agendadas para outro dia). É um verdadeiro dilema, as opções são muitas e os sabores, formas e tamanhos, tentadores. Temos o hábito de cozinhar basicamente usando poucos temperos e de raramente usar alho, cebola e sal no corpo da mulher. Mas, pouco a pouco, caldos, especiarias e novos sabores invadem a cama do brasileiro. Apesar dessa tendência eu mesmo prefiro não misturar comida com comida, mesa com cama, mas há quem goste.
Especiarias são uma realidade distante do paladar do brasileiro, as mulheres também estão ficando distantes do interesse da rapaziada hoje em dia. Elas inclusive bolam receitas para ficarem mais cobiçadas. O interessante notar é que atualmente é fácil encontrar em qualquer bom supermercado ou feira livre uma grande quantidade de temperos e de moças disponíveis, mas elas acabam ficando restritas a cobiça de pequenos grupos (onde me incluo) que ainda cultivam o hábito homem/mulher e sabores tradicionais.
Hoje há muitas facilidades em importar mercadorias, variedade de alimentos e temperos e de assediar mulheres de todas nacionalidades. Não é um erro buscar variar e pesquisar mais sobre especiarias, mas fique sempre alerta: mulher é mulher (cuidado com travestis). Não crie, nem brinque com sabores e cores dos alimentos, objetos e seres diferentes de mulheres! Além de enriquecer o sabor, os temperos enriquecem de saúde os nossos pratos e facilitam a digestão e as mulheres alimentam o nosso T.
Lembre-se de que usar temperos não significa deixar a comida apimentada, nem a mulherada desprezada. A boa comida é a bem condimentada rica em nutrientes, colorida e principalmente saborosa – se feita com uma parceira motivada que nos apimente!.