Reflexão Existencial
O existencialismo enquanto doutrina teve iniciou no século XIX, expandindo-se no século XX. Foi uma filosofia que buscou encontrar uma maior correspondência com a vida humana em si e na sua total complexidade, mostrando a importância do saber existir num mundo de tantas diversidades e influências que confunde o sentido de escolhas do próprio ser. Tais investigações iniciaram por Kiekegaard; seus estudos despertaram curiosidade em outros pensadores , entre estes, o francês Sartre e o alemão Heidegger, de quais teorias fomentaram a filosofia existencialista com ideias que se assemelham e que divergem em alguns pontos.
O filósofo dinamarquês, Soren Kierkegaard afirmava que a essência do homem é existir. Ele defende que a história humana inicia a partir do seu nascimento, que para viver autenticamente é preciso criar destino para a vida, contrapondo as definições pelos fatores políticos, históricos, culturais, e biológicos. Com isso, o homem é o responsável pela sua trajetória histórica de vida.
Na filosofia, não é a sociedade que define o caminho que o homem vai seguir, assim como nem Deus pode determinar sua trajetória. O próprio homem é um mero objeto de suas escolhas, autor e protagonista do seu legado, da sua liberdade. Não podendo culpar as grandes influências sociais por seu insucesso. Por esta razão é imprescindível o entendimento da sua autoconstrução encontrando o valor do seu existir.
As escolhas tornam-se angustiantes quando é percebido o desamparo de estarmos sós, de assumirmos a consequência pelas nossas decisões e por aquilo que deixamos de escolher, a percepção extrema que faz o sujeito se desesper na consciência de suas limitações impostas pelo mundo e a sociedade, uma cadeia de possibilidades de escolhas onde só ele pode decidir desenvolvendo o arrependimento de querer refazer as preferências quando não há mais tempo. Para os existencialistas, com seu foco no sentido da vida e o enfrentamento a morte, não há como transpor a morte, nem como escolher sua forma; ela representa um fim dos projetos globais. Esta abordagem pode ser vivenciada e trabalhada em questões que venham proporcionar apoio emocional, espiritual e à saúde, com o propósito de buscar significado para a vida e o bem-estar.
Portanto, a autenticidade do indivíduo advém de uma trajetória de escolha própria sem justificativa das consequências, assumindo responsabilidades dos atos escolhidos. É preciso o se saber distinguir a pressão imposta do exterior, os ditames e regras vindas da multidão e não sucumbir-se com isso. Por outro lado, a inautenticidade pode ser desenvolvida na decorrência de costumes e comportamentos semelhantes e apreciados da multidão, perdendo a consciência do existir. Assim, há a necessidade do homem preservar sua consciência e não escravizar-se diante dos apelos do universo ao seu redor. Na rotina costumeira o homem não percebe o advir do tempo, a vida se consome se esgota e quando se dar conta não há mais tempo para realizar o que gostaria, pois a única coisa que se percebe, horizontalmente, é a morte.