Diletantismo filosófico VIII
A realidade é a totalidade dos entes e suas relações. Os entes que são para si são também para o outro; é substância em movimento, é comunicação. Mas, sendo a realidade o conjunto dos entes, ela também é um ente; logo, ela também é em si e para o outro. Como em si é a totalidade dos entes, como para o outro é o conjunto das ciências destes que se comunicam com a consciência do ser-em-busca-de-si, ou seja, as múltiplas relações entre os entes. Logo, o ser do ente realidade é o seu conjunto de entes, que são individuais e também coletivos, dadas as formas que se combinam e se diferenciam. Em síntese, a realidade absorve da consciência de ser, porque é, seu movimento natural de particularização, e assim se subdivide em partes, em coletivos de entes, caminhando do mais amplo para o mais específico. Mas cada uma dessas partes é negada e generalizada por um conjunto de reflexões que são sintetizadas em formas que sofrerão o mesmo processo.
A realidade é realidade em qualquer de suas partes, pois parte e todo compartilham o mesmo ser e razão, sendo sua distinção dada pela forma que assume e pela conjunção que a ordena. Assim, os coletivos de entes são um só ente no que se refere à sua particularização, trazendo em si a síntese das formas e sua ciência. Dito isso, podemos afirmar que o ser-em-busca-de- si compõe a realidade como um todo, seja nesta ou naquela parte, neste ou naquele grupo, ou no todo; o ser sempre estará em busca de si.