Uma lembrança para a eternidade (EC)
Capitão Bellini erguendo a Copa Jules Rimet
Uma lembrança para a eternidade (EC)
Quando reflito sobre inesquecíveis lembranças, fora as relacionadas com a família, recordo de uma que com certeza levarei para a eternidade.
A Copa do Mundial de Futebol de 1958.
Tinha então pouco mais de 10 anos e foramos convidados para uma despedida de solteiro de um amigo de meu pai.
O local da festa: Cascata de Campo Alegre, município vizinho ao nosso.
Um lugar de beleza ímpar.
29 de junho de 1958, final da copa do mundo de futebol entre BRASIL e SUÉCIA (País anfitrião).
O Brasil passou às finais invicto, tendo tido os seguintes resultados:
Brasil 3 x 0 Áustria
Brasil 0 x 0 Inglaterra
Brasil 2 x 0 União Soviética
Brasil 1 x 0 País de Gales
Brasil 5 x 2 França
Na época não existia televisão e o jogo, transmitido pela Rádio Tupy prendia a atenção de todos os convidados.
No dia anterior fora instalada uma antena gigantesca no alto da Cascata, alto-falantes diversos entre as árvores e o recanto ao ar livre.
Os adultos preparavam a churrascada entre goles de cerveja Brahma Chopp (o noivo era dono da revendedora de cervejas em São Bento do Sul).
Meninas e meninos, como eu, bebíamos refrigerantes Taí (antigo guaraná).
A partida iniciara.
O jogo começou com a Suécia abrindo o marcador logo aos 4 minutos, o que deixou-nos emudecidos por instantes.
A seleção Canarinho não se abateu e logo depois empatou, Vavá aos 9 minutos.
Vavá ainda desempataria aos 32 minutos.
No segundo tempo os brasileiros sacramentaram a vitória com gols de Pelé (10 e 45 minutos) e Zagalo (13 minutos).
O placar final foi de 5x2.
Foi uma festa inesquecível, abraços, brindes, euforia e muito foguetório.
Além de alguns carros, fora fretado um ônibus para a festa.
Voltamos debaixo de um chuvisco fininho, cantando e lançando rojões, a estrada de chão lisa, o motorista um pouco eufórico – com a “cervejada” e com a magna vitória.
Numa curva o veículo derrapou batendo levemente em um caminhão que vinha em sentido contrário.
Os prejuízos de pequena monta não impediram que o pessoal do ônibus e os do caminhão fizessem uma confraternização ali mesmo, com mais um brinde à conquista brasileira.
Quando chegamos a São Bento do Sul a cidade estava em festa.
O povo nas ruas, sorridente, carreatas e foguetório – inesquecível para um menino como eu que testemunhara a 1ª Conquista mundial de Futebol da Seleção Canarinho.
Creio que esta é Uma lembrança que levarei para a eternidade.
Em pé: Djalma Santos, Zito, Bellini, Nílton Santos, Orlando e Gilmar
Agachados: Garrincha, Didi, Pelé, Vavá e Zagallo,
o time que goleou a Suécia por 5 a 2, na final, e o massagista Mário Américo.