Atlético infernal: Ceres sucumbe em goleada de 5 a 0 na final do Copão Progresso

Ceres é goleado na final do Copão Progresso de 1981 e perde título para o Atlético Clube de Sousa

No dia 12 de julho de 1981, o Ceres Futebol Clube entrou em campo com altas expectativas para a grande final do Copão Progresso, no tradicional Estádio Antonio Mariz, em Sousa. O adversário era o poderoso Atlético Clube de Sousa, equipe que disputou o Campeonato Paraibano de profissionais entre 1975 e 1977, tendo se destacado por suas boas campanhas e tradição no futebol estadual. O Ceres contou o apoio de um grande número de torcedores, que se deslocaram de São Gonçalo a Sousa, com a expectativa de uma grande apresentação do tricolor são-gonçalense. Contudo, o que era para ser uma partida equilibrada e cheia de emoção, terminou em uma amarga goleada de 5 a 0, impondo ao Ceres a derrota mais dolorosa de sua história.

O dia em que tudo deu errado

Com o objetivo de encarar o temível Atlético, considerado por muitos como o grande favorito ao título, a comissão técnica do Ceres, sob a liderança do treinador Regivardo, adotou uma estratégia ousada e arriscada. No dia da grande final, foram ministradas injeções nos jogadores com o intuito de melhorar o preparo físico, numa tentativa de ausperar o adversário e equilibrar as forças dentro de campo. No entanto, a medida não surtiu o efeito desejado. Pelo contrário, o que se viu foi uma equipe irreconhecível em campo, fisicamente debilitada e psicologicamente abalada, incapaz de manter a competitividade esperada em uma decisão tão importante.

Domínio total do Atlético e goleada histórica

Desde o apito inicial, o Atlético de Sousa mostrou por que era uma das equipes mais respeitadas do sertão paraibano. Com uma formação sólida e jogadores experientes, o time de Sousa impôs seu ritmo e não deu chances ao Ceres. O goleiro Pedrinho, que vinha sendo um dos destaques do Ceres ao longo do torneio, foi testado várias vezes, mas a defesa, composta por Zé Araújo, Inaldo, Élio e Batom, não conseguiu conter o ataque implacável do Atlético.

Comandados pelo meio-campo técnico e veloz, os visitantes abriram o placar logo aos 15 minutos, em uma jogada trabalhada que culminou em um chute indefensável. O gol cedo abalou ainda mais o Ceres, que, já fisicamente debilitado, teve dificuldades em criar jogadas ofensivas. Mesmo com os esforços de João de Hugo, Zé Carlo e Lula no meio-campo, a bola não chegava com qualidade ao ataque, onde Osmar, Bastião do Coco e Pelado tentavam, sem sucesso, furar a defesa adversária.

A vantagem do Atlético foi ampliada ainda no primeiro tempo, e a equipe sousense foi para o intervalo com um placar confortável de 3 a 0. No segundo tempo, o Ceres, já completamente desorganizado em campo, não conseguiu reagir, e a equipe do Atlético ainda marcou mais dois gols, fechando o placar em 5 a 0 e sacramentando a goleada histórica.

O que deu errado?

A derrota levantou muitas questões entre os torcedores do Ceres. A decisão de recorrer a injeções visando melhorar o desempenho físico dos atletas tornou-se o principal ponto de discussão. O que deveria ser um diferencial acabou sendo um desastre, e os jogadores sentiram os efeitos contrários da medicação. O preparo físico, que deveria ser reforçado, ficou prejudicado, e a equipe demonstrou falta de energia e disposição durante toda a partida.

Além disso, o Atlético de Sousa, que já vinha de uma campanha muito forte no torneio interestadual, mostrou toda sua superioridade técnica e tática, e soube explorar as fraquezas do Ceres com maestria. O resultado final foi um reflexo dessa disparidade em campo, com o time sousense dominando do início ao fim.

O legado da derrota

A derrota amarga de 5 a 0 para o Atlético Clube de Sousa certamente foi um duro golpe para o Ceres, que sonhava em conquistar o Copão Progresso de 1981. Contudo, o time de São Gonçalo continuou como uma das maiores potências do futebol amador da região, e essa derrota, apesar de dolorosa, faz parte da história rica e cheia de momentos de superação da equipe.

Josemar Alves
Enviado por Josemar Alves em 06/10/2024
Reeditado em 12/10/2024
Código do texto: T8167521
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