Final do Campeonato de Sousa de 1991: Independente conquista o tri em batalha histórica contra o Ceres
O Campeonato de Sousa de 1991 reservou uma decisão que entrou para os anais do futebol sousense. De um lado, o Independente, uma equipe já consagrada, que buscava o tricampeonato para firmar seu nome na elite do futebol local. Do outro, o Ceres F. Clube de São Gonçalo, com sua tradição e garra, que alcançava pela primeira vez uma final, sonhando em erguer a taça e coroar uma campanha de superação. A grande final entre Independente e Ceres, disputada em dois atos, foi marcada por emoção, equilíbrio e a persistência das duas equipes.
O primeiro confronto aconteceu no dia 4 de agosto de 1991, no recém-inaugurado Estádio Paulão, em São Gonçalo, que fervilhava de entusiasmo. A praça de esportes, que se tornara um novo símbolo de orgulho para a comunidade local, foi o palco de uma partida tensa e movimentada. O Ceres, jogando em casa, parecia determinado a mostrar sua força. Ediglê, Beré e Osmar, os pilares ofensivos da equipe, comandaram um verdadeiro bombardeio sobre a defesa adversária, mas encontraram pela frente um Independente extremamente estratégico e frio.
O time visitante, já acostumado a decisões de alta pressão, aplicou sua fórmula consagrada: marcar um gol cedo para depois se fechar. Foi o que aconteceu. Logo nos primeiros minutos, o Independente abriu o placar, jogando um balde de água fria sobre o ímpeto inicial do Ceres. Mesmo pressionado, o Ceres não desistiu e, com muita luta, conseguiu o empate no segundo tempo, após uma jogada trabalhada por seus principais jogadores. No entanto, o gol da virada nunca veio. O empate por 1 a 1 deixava tudo em aberto para a grande decisão no Estádio Antônio Mariz, em Sousa.
O segundo e decisivo confronto, disputado no domingo seguinte, 11 de agosto, reuniu uma multidão de torcedores que lotaram as arquibancadas, ansiosos pelo desfecho da épica batalha entre as duas equipes. O Ceres, embalado por sua grande campanha e pela confiança adquirida ao longo do campeonato, chegou a Sousa disposto a vender caro o título. O Independente, por sua vez, sabia que a experiência pesava a seu favor, e contava com nomes de peso para definir a partida.
Foi um jogo extremamente equilibrado, onde a tensão no ar era palpável. O Ceres batalhou a cada minuto, impondo dificuldades ao adversário, mas a equipe comandada pelo veterano Valmir Ferreira manteve a serenidade. Aos poucos, o Independente foi impondo seu ritmo, e a experiência de seus jogadores começou a fazer a diferença. O zagueiro Buique, em uma cobrança de escanteio no segundo tempo, subiu mais alto que toda a defesa do Ceres e cabeceou com precisão, selando o destino da partida. O 1 a 0 foi o golpe final em um jogo que poderia ter tomado outro rumo, caso o Ceres conseguisse superar a defesa adversária.
Com o apito final, o Independente celebrou seu tricampeonato. Foi um título construído com estratégia, paciência e talento, em especial o de Valmir Ferreira, que liderou a equipe com maestria, mostrando que o futebol também é um jogo de inteligência e experiência. Após a consagração, os jogadores do Independente voltaram suas atenções para o desafio estadual, onde buscariam representar Sousa em competições de maior envergadura.
Para o Ceres, a derrota foi amarga, mas o orgulho pela campanha permanecia intacto. A equipe de São Gonçalo mostrou que podia sonhar alto, e sua trajetória naquele ano de 1991 permaneceu gravada na memória de seus torcedores, como um exemplo de dedicação, garra e paixão pelo futebol.