Ceres F. C. e Sociedade Esportiva Sousa: um desafio de gigantes no Sertão Paraibano

Por volta do ano de 1974, em um confronto memorável do futebol amador do sertão paraibano, Ceres F. C. de São Gonçalo e a Sociedade Esportiva Sousa, dois gigantes históricos das décadas de 1960 e 1970, protagonizaram um espetáculo no estádio "O Paulão". A atmosfera em São Gonçalo era tensa e vibrante, como se cada jogada carregasse o peso de uma final de campeonato. O embate, que terminou empatado em 1 a 1, ficará para sempre na memória dos que assistiram e vivenciaram essa aula de futebol.

O Ceres, time de respeito e tradição, entrou em campo com uma formação de qualidade e experiência: Laércio Dias no gol; a zaga sólida formada por Inaldo Dantas, Deta de Torreiro, Dozinho de Romeu e o polivalente Dr. Kenard. No meio de campo, a inteligência de Tiquinho de Olegário, o toque refinado de Zé Alves e a visão aguçada de Bastião do Coco; no ataque, Luizinho da Ancar, a estrela Chico Antunes e o oportunista Albert Antunes completavam o elenco. Cada jogador sabia da responsabilidade de enfrentar um dos maiores times do sertão paraibano.

Do outro lado, a Sociedade Esportiva Sousa, com sua rica história, apresentou uma equipe à altura do desafio. O goleiro Josué comandava a defesa, que contava com Custódio, Geraldo Gomes, Ari e Douglas (Dandôca). O meio de campo, liderado pelo habilidoso Zamba, apoiado por Bidoreco e o incansável Butijinha, era a alma do time. À frente, o trio ofensivo trazia Pistola, Bobô e o lendário Edilson, um nome que ecoa até hoje nas resenhas esportivas de Sousa. Edilson, com sua técnica apurada, faro de gol e habilidade em dribles curtos, era sempre o centro das atenções em campo, encantando com sua classe e precisão.

A bola rolou em meio a um clima de respeito mútuo e grande expectativa. O Ceres, jogando em casa, tentava impor seu ritmo, enquanto a Sociedade Esportiva Sousa mostrava por que era considerada uma das maiores equipes amadoras da região. Os lances eram intensos, e a partida, equilibrada. O Ceres começou mais ofensivo, mas a Sociedade era mais técnica. O primeiro tempo termino 0 X 0.

Inciado o segundo tempo, não demorou para Chico Antunes, o artilheiro que trazia consigo o peso da tradição de São Gonçalo, abrir o placar com um chute certeiro, após uma jogada trabalhada por Zé Alves e Bastião do Coco.

Mesmo em desvantagem, a Sociedade Esportiva Sousa não se intimidou. Zamba, elegante como sempre, orquestrava o meio de campo, distribuindo passes precisos e mantendo o controle do jogo. Seu talento para cobranças de falta se fazia notar, mas foi Edilson quem, em um momento de pura genialidade, empatou a partida. O craque sousense, conhecido por seu poder de decisão, driblou dois defensores do Ceres antes de finalizar com precisão, igualando o marcador e inflamando a torcida visitante.

O restante da partida foi um verdadeiro duelo de titãs. Cada jogada era disputada com intensidade, e tanto Ceres quanto Sociedade Sousa buscaram a vitória até o apito final. O 1 a 1 refletiu a igualdade técnica entre as equipes, mas também simbolizou o espírito do futebol amador da época, onde a rivalidade era intensa, mas sempre marcada pelo respeito e pelo amor ao esporte.

Aqueles que tiveram o privilégio de assistir ao confronto entre Ceres F. C. e Sociedade Esportiva Sousa testemunharam um capítulo grandioso da história do futebol sousense. Um duelo que, apesar de ter terminado empatado, deixou um legado eterno de paixão, técnica e talento no cenário esportivo do sertão da Paraíba.

Josemar Alves
Enviado por Josemar Alves em 22/09/2024
Reeditado em 28/09/2024
Código do texto: T8157461
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