Uma goleada histórica e a magia de Osmar: Ceres X Independente

Em uma tarde de sol abrasador, por volta de 1986, o Estádio Paulão em São Gonçalo foi palco de um dos confrontos mais emblemáticos do futebol amador da região. O Ceres, time destemido e conhecido por sua disciplina tática, enfrentava a poderosa equipe do Independente de Sousa, um esquadrão que carregava a fama de ser quase imbatível, com nomes como Carlos (no gol), Aldejones , Netinho Batista, Betinho e Dondon na defesa. O meio de campo tinha Nego Di, Aldeone e Pioca. No ataque, Juninho, Toinho e Joaquim Traque.

Desde o apito inicial, o jogo já prenunciava uma batalha de gigantes. O Ceres, com sua tradicional camisa tricolor (vermelha, azul e branca), não demonstrou qualquer temor diante da reputação do adversário. Sob a liderança técnica de Bastião do Coco, seu camisa 10, o time de São Gonçalo impôs um ritmo alucinante logo no primeiro tempo. A defesa do Independente tentou segurar a pressão, mas não demorou muito para que o talentoso Bastião, sempre presente no meio de campo, achasse uma brecha na defesa e, com um chute certeiro, abrisse o placar. O Ceres, inflamado pela torcida local, aumentou a vantagem ainda no primeiro tempo com Beré, que aproveitou um cruzamento preciso de Pelado e cabeceou sem chances para o goleiro alvi rubro.

O segundo tempo, no entanto, foi o que gravou essa partida na história. Se até então o Ceres já dominava o jogo, o que viria a seguir se transformaria em lenda. Aos 25 minutos, Osmar recebeu a bola na intermediária, e o que aconteceu depois foi pura arte. Ele driblou um, dois, três defensores, deixando a zaga adversária atônita no gramado. Ao se aproximar da área, ainda teve tempo de desferir uma finta genial no último marcador, antes de estufar as redes com uma finalização de tirar o fôlego. O estádio explodiu em gritos de euforia, enquanto os jogadores do Independente tentavam entender como haviam sido desarmados por tamanha genialidade.

Para coroar a tarde memorável, Pelado, com sua habitual rapidez, ainda marcou o quarto gol nos minutos finais, selando o destino do Independente. O Ceres vencia por 4 a 0, um placar que ecoaria por décadas, eternizando a atuação magistral de Osmar e dos demais jogadores de São Gonçalo.

Josemar Alves
Enviado por Josemar Alves em 19/09/2024
Reeditado em 20/09/2024
Código do texto: T8155320
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