Portuguesa X Estudantes: uma batalha de titãs no Antônio Mariz
Era uma tarde de 1985, no lendário Estádio Antônio Mariz, em Sousa, quando o confronto entre duas das mais poderosas equipes da cidade se desenrolou em um dos jogos mais memoráveis daquele ano. De um lado, a fortíssima Portuguesa de Sousa, comandada pelo saudoso Pedrinho Ferreira, que ao lado do Independente, formava a elite do futebol sousense. Do outro, o sempre aguerrido Estudantes de São Gonçalo, que, apesar da força do adversário, estava determinado a não sucumbir diante de um dos times mais temidos da região.
A Portuguesa, com seu elenco recheado de estrelas como o craque Zamba e Dedé Caçapava no meio de campo, além da muralha formada por Albanez no gol e por Beto, Toinho, Betinho Celeste e Zé Neto na zaga, entrou em campo confiante. No ataque, Toinho (irmão da fera Edilson), Nego Inácio e o artilheiro Roberto Michele, prometiam ser uma ameaça constante. A Portuguesa abriu o placar, com uma jogada bem trabalhada no meio de campo que culminou no primeiro gol. A torcida vibrou, e o Estádio Antônio Mariz ecoou com os gritos de celebração.
Entretanto, o Estudantes, longe de se intimidar, logo encontrou forças para reagir. Aproveitando um contra-ataque bem orquestrado, conseguiram empatar a partida, mostrando que não estavam ali apenas para cumprir tabela. O jogo seguiu acirrado, com disputas intensas no meio-campo, onde cada bola era tratada como ouro. Mas a Portuguesa não demorou a retomar a dianteira: com um passe magistral de Zamba, o placar mudou novamente para 2 a 1. A torcida da Portuguesa já começava a sentir o sabor da vitória. E assim terminou o primeiro tempo.
No entanto, no retorno do intervalo, o Estudantes, movido por uma determinação implacável, voltou a empatar, desta vez mostrando sua capacidade de se adaptar e contra-atacar em momentos cruciais. A batalha seguia equilibrada, e a tensão crescia a cada minuto. Quando a Portuguesa fez 3 a 2, parecia que finalmente deslancharia para garantir a vitória. Mas, no futebol, como bem se sabe, as surpresas são sempre bem-vindas. E foi aí que o jovem zagueiro Estanislau entrou em cena.
Estanislau, em seu primeiro grande teste com a camisa do Estudantes, foi o alicerce que manteve sua equipe firme. Com uma atuação impecável, foi capaz de conter o feroz ataque da Portuguesa e, em várias ocasiões, neutralizar as jogadas de perigo. Sua presença sólida na defesa permitiu ao Estudantes se reerguer mais uma vez, culminando no gol de empate, 3 a 3, que faria daquele jogo um verdadeiro espetáculo.
A partida terminou empatada, mas, para os que assistiram, aquele confronto foi muito mais do que apenas um amistoso. Foi um duelo de titãs, onde cada time deu tudo de si, e onde um jovem zagueiro, Estanislau, foi um dos principais responsáveis por conter o ataque de uma das mais poderosas equipes da cidade. A Portuguesa, mesmo jogando em seus domínios, viu seu favoritismo ser desafiado, e o Estudantes saiu de campo com a cabeça erguida, provando que no futebol, a garra e o talento sempre encontram um caminho para brilhar.