O Estudantes Esporte Clube de São Gonçalo/Sousa-PB
Estudantes Esporte Clube: uma história de glórias
O Estudantes Esporte Clube, uma das grandes equipes de futebol amador da região, brilhou nas décadas de 1980 e 1990 na região de Sousa-PB. O time protagonizou partidas memoráveis, especialmente contra o Ceres, além de confrontos épicos com algumas das melhores equipes de Sousa, como Independente, Portuguesa, Náutico, Boa Vista, e o JUTAC do Núcleo I. Entre seus feitos mais impressionantes, o Estudantes é recordado pela maior goleada da história local, no ano de 1985, vencendo uma equipe juvenil de Sousa pelo estrondoso placar de 20 x 1. Neste ano, a média de idade do Estudantes era de 20 anos.
Aquela tarde histórica teve como protagonistas os artilheiros que escreveram seus nomes no livro do futebol regional. Osmar, o camisa 10, foi o maestro do meio de campo, orquestrando as jogadas com genialidade e deixando sua marca várias vezes no placar. Ao seu lado, Beré, atacante implacável, aproveitou algumas oportunidades para ampliar a vantagem. Deodato e Batinha, com sua velocidade e habilidade, completaram o quarteto ofensivo que tornou o massacre esportivo uma realidade.
Os elencos memoráveis
Alguns dos jogadores que marcaram época na equipe do Estudantes nos anos 1980 incluem: Pedrinho de Eládio (goleiro), Auritônio de Alberto (goleiro), Genaldo de Janduir (goleiro), Bardal, Osmar de Zé Pequeno, Toinho de Antonio Galdino, Flávio de Chico Fernandes, Estanislau de Laércio, Careca de Antonio Gomes, Deodato, Batinha e Miguel de Zé Deodato, Baeco e Eduardo de Zé Basílio, Carlos de Hugo, Eliezer de Ageu, Beré de Libério, Gilson de Emídio, Gilson de Alcindo e Zilton de Chico Tomaz.
Nos anos 1990, destacaram-se nomes como Gilson de Gentil (goleiro), Cláudio e Ivinho de Chico Ernestino, Junior e Jonhson de Manoel do Coco, Sinval Rodrigues, Mauricélio de Hugo, Bolinha de Libério, Mama de Bastião do Coco, Francimar e Cinaldo de Severino Aureliano, Tontonho de Edmilson, e Everaldo de Raimundo Francisco. A equipe foi treinada por Manoel do Coco e dirigida por João Lopes Filho.
No ano de 1986, no contexto do Campeonato Municipal de Sousa, uma partida memorável gravou-se nas lembranças dos que presenciaram o embate. O confronto entre Estudantes e Boa Vista, disputado no campo de São Gonçalo, foi um verdadeiro duelo de gigantes. O Estudantes entrou em campo com a seguinte formação: Pedrinho no gol, Toinho Araújo, Estanislau, Careca e Bardal compondo a defesa; Eduardo Basílio, Osmar, Deodato, Carlos e Batinha atuando no meio e ataque. Desde o apito inicial, o jogo prometia ser acirrado.
No primeiro tempo, o Estudantes conseguiu abrir o placar, fazendo 1 a 0, numa partida tensa e disputada palmo a palmo. Contudo, no segundo tempo, o cenário começou a mudar. Com o Estudantes optando por recuar, o Boa Vista aproveitou a brecha, ganhando terreno no meio de campo e, nos instantes finais, conseguiu o empate merecido. O resultado final foi um justo 1 a 1.
O Boa Vista, que também fez uma apresentação de destaque, alinhou com: Albanez no gol, Márcio, Roberto Glêbe, Chico Filho e Negro Dí na defesa; Jorrildo, Zé de Dora, Vando, Magrinho, Luiz Carlos e Toinho Tomé, sob o comando técnico do experiente professor Chiquinho Cicupira.
No jogo de ida, em Sousa, em mais um embate duro, o Boa Vista venceu pelo placar de 2 X 1. Porém, o Estudantes foi eliminado do certame pelo Independente.
Neste ano, o Boa Vista foi eliminado na semi-final pelo poderoso Independente, consolidando uma campanha que, apesar de não coroada com o título, foi de grande respeito e admiração. O Independente venceu o primeiro jogo no campo dos Cadetes, por 1 X 0, e o segundo por 2 X 1, no estádio Antonio Mariz.
Neste ano, o campeão municipal foi a gloriosa Portuguesa de Pedrinho que tinha entre os atletas: Carlos, Toinho, Betinho Celeste, Zé Neto, Cuíca, Dedé Caçapava, Zamba, Nando e Nêgo Inácio.
Segundo Andrade Filho (2021), "A principal competição amadora da cidade era disputada em campos ruins como o próprio Antonio Mariz, Os Cadetes, Chico dos Ovos e, o melhor de todos ficava em São Gonçalo (DNOCS), era atraente e rodeado de
Ficus benjamina."
Em 1989, o Estudantes participou do campeonato, em que o Independente sagrou-se campeão ao derrotar o Boa Vista na final, numa disputa por penaltis.
O campeonato de 1989 contou com a participação de Independente, Portuguesa, Boa Vista, Náutico, Santa Cruz, Cruzeiro, Guarani, Ceres, Estudantes, JUTAC, Nacional, Juventus, Bota Fogo, CSU, Flamengo e Fluminense.
Uma das formações do Independente na década de 1980: Aldejones, Dondon, Valmir Filho (gol.), Netinho Batista, Nego Di, Betinho, Everaldo, Toinho, Pioca, Aldeone e Joaquim Traque.
Os palcos dos confrontos
Nos anos de 1989 e 1990, durante a reforma do estádio de São Gonçalo, as atividades desportivas foram transferidas para o campo “O Maião”, assim nomeado em homenagem a seu idealizador, Otoniel Maia. Apesar de não possuir gramado e ter dimensões menores que as do estádio "O Paulão", o campo foi palco de grandes jogos.
Entre 1992 e 1993, "O Paulão" sediou os jogos do Campeonato Paraibano, enquanto o "Marizão" estava em construção. O Sousa Esporte Clube disputou a série A durante esses anos, enquanto a Sociedade Esportiva Sousa conquistou o acesso à série A em 1993.
Conforme narra Andrade Filho (2021), "O Paulão" era considerado moderno para a época, com vestiários para árbitros e jogadores, cabines de rádio e TV, além de um excelente gramado, protegido por alambrado e rodeado por um muro de proteção. A inauguração do estádio foi um marco, com a Seleção da Liga Sousense de Futebol enfrentando o Auto Esporte de João Pessoa, então campeão paraibano de 1990.
Duelos inesquecíveis
No campeonato sousense de 1991, Estudantes e Ceres se destacaram pelo bom futebol apresentado.
A partida entre Estudantes e Independente, válida pela decisão de uma vaga para a grande final, tornou-se memorável por uma série de acontecimentos inusitados. Após um empate no Estádio "O Paulão", o segundo jogo aconteceu no carcomido Estádio Antônio Mariz, em Sousa, no dia 3 de agosto de 1991. A partida terminou novamente empatada, o que levou a disputa para os pênaltis. No entanto, algo curioso ocorreu: nenhum jogador desperdiçava as cobranças, e, quando o placar estava 7 a 7, a noite caiu sobre o estádio, mergulhando tudo na escuridão. Sem iluminação e com o árbitro perdido quanto ao que fazer, o diretor de futebol da entidade decidiu suspender o jogo.
Nos dias seguintes, ficou decidido que a terceira partida aconteceria em campo neutro, na cidade de Cajazeiras, no Estádio Perpetão. Caravanas de torcedores de Sousa e São Gonçalo invadiram a cidade, criando uma atmosfera intensa. No Perpetão, o confronto foi acirrado, com torcidas apaixonadas de ambos os lados, e os cajazeirenses optando por apoiar o time do craque Wilton Moreno, do Estudantes. Embora o time de São Gonçalo tenha jogado bem, foi o Independente quem se classificou para a final, vencendo por 2 a 1, com dois gols de Cicinho, artilheiro do campeonato. Essa vitória garantiu mais uma vez a presença do Independente nas finais, enquanto os torcedores do Estudantes retornaram desolados, apesar do grande esforço de sua equipe.
Craques das história
Pedrinho
Mesmo com sua estatura modesta, Pedrinho provou que tamanho não é documento no futebol. O goleiro, com reflexos rápidos e um excepcional senso de posicionamento, compensava qualquer limitação física com uma agilidade impressionante e uma leitura de jogo acima da média. Era conhecido por defesas espetaculares, muitas vezes frustrando atacantes com saltos ágeis e intervenções ousadas. Sua coragem ao sair do gol, mesmo em situações de pressão, e sua habilidade para antecipar os lances faziam dele um verdadeiro guardião das redes. Pedrinho era o tipo de goleiro que inspirava confiança em seus companheiros e temor nos adversários. Faleceu jovem, vítima de acidente em 1997, aos 33 anos de idade.
Bardal
Lateral seguro, firme e de confiança, Bardal era uma peça sólida no sistema defensivo, atuando com extrema segurança e precisão em suas coberturas. Dono de uma habilidade técnica que lhe permitia não apenas marcar com eficiência, mas também apoiar o ataque com vigor, ele sabia quando avançar pelo lado do campo e dar assistência aos homens de frente, sem jamais comprometer sua função primordial na defesa. Sua presença constante e serena trazia estabilidade à retaguarda, proporcionando tranquilidade para os companheiros e dificultando o avanço dos adversários. Faleceu em São Paulo, em 2022, vítima de um infarto fulminante, aos 56 anos de idade.
Flávio de Chico Fernandes
Flávio se destacava como um zagueiro viril e implacável, que impunha respeito em cada dividida. Conhecido por sua rigidez no combate corpo a corpo, era um defensor difícil de ser batido, especialmente nas jogadas aéreas e nas disputas de bola pelo chão. Sua dureza em campo, entretanto, era sempre acompanhada por um senso de responsabilidade, sabendo dosar sua força para não comprometer o time. Atuava como o esteio da defesa, garantindo que os atacantes adversários raramente passassem por ele sem sentir o peso de sua marcação firme. Faleceu em 2020, aos 51 anos de idade.
Deodato
Deodato era o ponta-direita regular e ofensivo, cujas principais características eram sua lealdade ao esquema tático e o espírito de equipe. Ele não buscava o estrelato individual, mas sim a eficiência coletiva. Embora não fosse o mais habilidoso, sua consistência e dedicação o tornavam fundamental para o bom funcionamento do ataque. Sabia se posicionar, dar profundidade ao time e, com inteligência, abria espaços para seus companheiros. Deodato sempre estava pronto para sacrificar-se em prol do grupo, sendo um verdadeiro jogador de time. Faleceu em 2022, aos 56 anos de idade.
Baeco
Baeco, como meia-direita, era um jogador que exercia com maestria a função de equilíbrio no meio-campo. Tinha uma atuação discreta, mas indispensável. Seu jogo era pautado pela regularidade e pela visão coletiva, distribuindo passes com precisão e garantindo a coesão entre a defesa e o ataque. Atuava com simplicidade e efetividade, tornando-se um elo de ligação que facilitava a fluidez do jogo e mantinha o ritmo da equipe.
Eduardo Basílio
Eduardo Basílio era um verdadeiro cabeça de área incansável, sempre presente nos momentos decisivos do jogo, seja defendendo ou distribuindo o jogo. Sua marcação era implacável, sendo conhecido por cobrir grandes áreas do campo e interromper os avanços adversários com precisão. Além disso, Eduardo possuía uma inteligência tática notável, sabendo sair jogando com elegância, distribuindo passes e organizando o meio-campo com maestria. Sua energia e leitura de jogo permitiam que o time respirasse em momentos críticos, tornando-o essencial para a dinâmica do jogo.
Carlos de Hugo
Carlos de Hugo, um centroavante rápido e oportunista, era conhecido por sua capacidade de estar sempre no lugar certo, na hora certa. Seus dribles curtos e eficientes, aliados à sua incrível aceleração, o tornavam uma ameaça constante à defesa adversária. Com apenas 21 anos, seu faro de gol e sua agilidade o destacaram como um artilheiro nato, sempre pronto para aproveitar qualquer vacilo da zaga rival. Tragicamente, sua carreira foi interrompida de forma abrupta por um acidente fatal, marcando sua ausência prematura no futebol, mas deixando um legado de gols e atuações brilhantes.
Gilson de Alcindo
Gilson de Alcindo, outro centroavante de grande oportunismo e rapidez, sabia se posicionar como poucos, sempre à frente dos zagueiros, pronto para finalizar. Sua visão de jogo era apurada, e ele sabia tirar proveito das menores brechas na defesa adversária. Seu faro de gol o colocava frequentemente entre os artilheiros, pois era capaz de transformar passes simples em chances reais de balançar as redes. Sua combinação de agilidade e precisão o destacava como um jogador essencial nas finalizações.
Zilton Lima
Lateral-esquerdo de grande elegância e técnica apurada, Zilton Lima era um defensor que combinava habilidade com uma postura tranquila em campo. Seu toque refinado na bola e sua calma ao sair jogando faziam dele um lateral diferenciado, capaz de neutralizar ataques adversários com inteligência, ao mesmo tempo em que apoiava o ataque com passes precisos e cruzamentos perigosos. Sua habilidade em avançar pela linha lateral, sempre com serenidade e controle, fazia dele um elemento crucial tanto na defesa quanto no ataque.
Batinha
Ponta-esquerda veloz e habilidoso, Batinha era uma ameaça constante para as defesas adversárias. Sua capacidade de explorar as laterais com velocidade e precisão, combinada com um chute forte e certeiro, fez dele um dos maiores artilheiros do Estudantes. Com uma habilidade inata para quebrar a linha de defesa, Batinha conseguia driblar com facilidade e finalizar com potência. Além de ser um goleador nato, era também o principal responsável por abrir espaços para os demais atacantes, utilizando sua velocidade e inteligência nas jogadas ofensivas. Seu chute, sempre mortal, fazia os goleiros tremerem a cada avanço.
Estanislau
Zagueiro técnico e viril, Estanislau era um defensor implacável, mas sempre justo. Sua postura em campo refletia um profundo senso de lealdade e respeito pelo esporte. Conhecido por sua capacidade de desarmar os atacantes com precisão cirúrgica, ele combinava sua força física com uma técnica refinada, que o permitia sair jogando com qualidade. Sua presença no Estudantes e no JUTAC foi marcante, sendo visto como o baluarte defensivo que impunha respeito e segurança. Estanislau era o tipo de zagueiro que sabia quando ser duro e quando ser sutil, equilibrando a virilidade com a técnica em campo, sempre mantendo a disciplina e a liderança.
Osmar
Osmar, o camisa 10 habilidoso, era o gênio criativo que encantava o público com sua genialidade. Sua visão de jogo aguçada e precisão nos passes faziam dele um verdadeiro craque, capaz de quebrar as defesas mais sólidas com um único toque. Conhecido pela capacidade de criar jogadas mágicas, Osmar também ficou marcado por um dos momentos mais sublimes da história do futebol local: em 1985, diante do Independente, ele driblou toda a defesa adversária em uma sequência de lances espetaculares, coroando sua habilidade com um gol que ainda vive na memória dos torcedores. Sua capacidade de dominar o jogo com controle refinado e criatividade constante era inigualável, fazendo dele um dos nomes mais brilhantes de sua era.
Beré
Atacante ágil e dotado de uma inteligência futebolística ímpar, Beré possuía uma qualidade rara: sabia quando recuar para armar jogadas e quando avançar para finalizar. Embora fosse um atacante, sua especialidade eram os passes precisos, colocando seus companheiros em posição clara de marcar. Brilhou tanto no Ceres quanto no Estudantes, onde deixou sua marca com sua versatilidade e inteligência tática. Beré não se limitava apenas a ser o finalizador, ele fazia o time jogar ao seu redor, sendo o facilitador dos ataques, o elo entre meio-campo e o setor ofensivo. Sua leitura de jogo e capacidade de distribuição eram características que elevaram o nível das equipes por onde passou.
Bastião do Coco
Meio-campista de estilo inconfundível, Bastião do Coco era um verdadeiro maestro do meio-campo. Sua postura elegante e técnica refinada o tornavam um dos jogadores mais respeitados da sua geração. Dominava o setor central com uma visão de jogo rara, sabendo ditar o ritmo das partidas, com passes precisos e movimentação inteligente. Seu toque sutil e sua capacidade de organizar as jogadas de forma calma e estratégica faziam dele o cérebro da equipe, um líder natural dentro das quatro linhas. No Ceres, seu nome tornou-se sinônimo de classe e eficiência, consolidando-se como um dos maiores da história esportiva de São Gonçalo. O campo parecia dançar ao ritmo de Bastião, cujos gestos calculados traziam ordem ao caos da partida.
Miguel de Zé Deodato
Camisa 10 habilidoso, Miguel compensava seu porte franzino com uma incrível visão de jogo e uma capacidade quase mágica de articular jogadas rápidas e eficientes. Embora não impressionasse pela força física, sua inteligência futebolística e agilidade mental eram superiores. Seus toques rápidos e precisos criavam oportunidades para seus companheiros, enquanto sua presença constante na entrada da área o tornava um finalizador perigoso. A habilidade de Miguel em se deslocar e encontrar espaços tornava-o imprevisível para os adversários. Também jogou pelo Sporting, onde demonstrou a mesma qualidade e sagacidade que marcaram sua trajetória no Estudantes.
Junior Gomes
Ponta esquerda ofensivo e driblador, Junior Gomes era conhecido por sua baixura e habilidade incrível com a bola nos pés. Sua velocidade e dribles rápidos o faziam uma ameaça constante nas laterais do campo, sempre buscando romper as defesas adversárias. Apesar de sua estatura, Junior era destemido e costumava deixar os zagueiros sem reação com suas mudanças bruscas de direção e controle de bola. Passou por times como Sporting, Ceres, Auto Esporte de João Pessoa e Sousa E. C., acumulando experiência e respeito ao longo de sua carreira. Sua versatilidade e determinação o tornaram uma peça valiosa em cada equipe que defendeu.
Johnson de Manoel do Coco
Lateral firme e seguro, Johnson era conhecido por ser quase intransponível na defesa. Com uma postura de marcação impecável e posicionamento sempre correto, Johnson oferecia tranquilidade para seus companheiros de equipe, sabendo que as investidas adversárias dificilmente passariam por seu setor. Além disso, era um lateral que apoiava bem o ataque, sabendo avançar com inteligência, sem comprometer a segurança defensiva. Sua presença em campo era um pilar de estabilidade, refletindo disciplina e consistência.
Sinval Rodrigues
Ponta direita extremamente rápido e veloz, Sinval Rodrigues era um verdadeiro foguete pelos lados do campo. Sua aceleração o permitia deixar os marcadores para trás com facilidade, sendo uma das maiores armas ofensivas do time. Com arrancadas precisas, Sinval explorava o flanco direito com voracidade, sempre buscando cruzar ou invadir a área com velocidade. Sua habilidade em dominar a bola em alta velocidade o tornava imprevisível e perigoso, especialmente nos contra-ataques. Sua capacidade de romper defesas com pura velocidade o tornava um dos jogadores mais eletrizantes da equipe.
Mauricélio de Hugo
Meia direita liso e rápido, Mauricélio de Hugo era um jogador de movimentos ágeis e uma técnica refinada. Com um domínio de bola impecável, ele conseguia conduzir o jogo com classe e precisão, sempre buscando organizar o meio de campo com sua excelente visão de jogo. Suas arrancadas e passes precisos faziam dele um elemento essencial na criação de jogadas ofensivas. Mauricélio tinha a capacidade de sair de situações difíceis com facilidade, driblando com fluidez e inteligência, o que o tornava um dos jogadores mais talentosos em sua posição. Faleceu em 2022, aos 55 anos de idade.
Bolinha de Libério
Lateral seguro e firme, Bolinha de Libério destacava-se pela sua postura defensiva inabalável. Era um defensor extremamente confiável, raramente cometendo erros e sempre marcando seus adversários com tenacidade. Sabia usar bem seu corpo para proteger a bola e realizar desarmes limpos. Além disso, possuía uma visão de jogo que o permitia apoiar o time quando necessário, avançando com cautela e proporcionando opções para seus companheiros. Sua firmeza e constância na lateral o tornavam um defensor temido e respeitado.
Mama de Bastião do Coco
Filho do icônico Bastião do Coco, Mama trouxe consigo a herança futebolística do pai, demonstrando a mesma ótima visão de jogo e domínio de bola que o consagrou. Apesar de sua baixa estatura, Mama compensava com uma técnica refinada e uma inteligência que o destacavam no meio de campo. Seu estilo de jogo era marcado pela calma e precisão, características herdadas de Bastião, mas com sua própria identidade: era ágil, veloz no raciocínio, e sabia organizar as jogadas com uma leitura tática excelente. Mama soube carregar o legado de sua família no Estudantes, mantendo o nome Bastião do Coco em alta no cenário esportivo.
Esses e os demais craques formaram a espinha dorsal de um Estudantes que conquistou a admiração de sua comunidade e gravou seu nome na história do futebol amador de Sousa-PB. Cada um com seu estilo, habilidades e personalidades distintas, mas todos unidos pelo amor ao esporte e pelo desejo de levar o Estudantes ao sucesso. O legado de todos esses jogadores continua vivo, alimentando o orgulho daqueles que testemunharam suas façanhas e inspirando as futuras gerações do futebol de São Gonçalo.
Referências:
ANDRADE FILHO, F. C. de. Capítulos da Formação e Trajetória do Futebol Profissional de Sousa-PB. Sousa: Ed. do Autor, 2021.
SOARES, J. A. São Gonçalo: Fragmentos da História. Sousa: Ed. do Autor, 2013.
SOARES, J. A. Zé Tarzan e Nina: às margens do Rio Piranhas. Sousa: Ed. do Autor, 2016.
SOARES, J. A. Memorial de um Sertão. Sousa: Ed. do Autor, 2018.
SOARES, J. A. Sertão em Imagens. Sousa: Ed. do Autor, 2021.
SOARES, J. A. Capítulos para a Historiografia de São Gonçalo: memórias, sentimentos e legado de um distrito agrícola Federal. Sousa: Ed. do Autor, 2024.