TCHOUKBALL: ANÁLISE FUNCIONAL DOS JOGOS DE EQUIPE - COMPONENTES BIOLÓGICOS GERAIS - SÍNTESE.

TCHOUKBALL: ANÁLISE FUNCIONAL DOS JOGOS DE EQUIPE - COMPONENTES BIOLÓGICOS GERAIS - SÍNTESE.

Autor da tradução e adaptação: Océlio Antônio Ferreira (Brasil)

RESUMO

INTRODUÇÃO: O Doutor Hermann Brandt foi um docente e autor muito importante na sua profissão de medico esportivo, uma autoridade na história do esporte na Suíça. Na verdade, ele ficou conhecido por disseminar disciplinas esportivas como basquete e vôlei feminino no seu país natal. OBJETIVO: Este artigo se propõe fazer uma síntese de um dos capítulos mais importantes do livro [referenciado abaixo] escrito pelo Dr. Brandt, sobre os temas do tchoukball, dentro de um caráter argumentativo, crítico e explicativo de forma contextualizada, a fim de associá-lo benefícios deste esporte em uma perspectiva atualizada. Além de avaliar os efeitos dos exercícios neuromotores através da realização de um programa corporal bem definido e perfeitamente dosado. Por outro lado, o presente artigo visa criar uma fonte de notícias livre para futuras consultas dos dados científicos adicional do Tchoukball, tornando as principais referências bibliográficas desta modalidade esportiva mais popular no Brasil. CONCLUSÃO: Afirma-se simplesmente que, em princípio, quanto maior o número de centros intercalados, mais os exercícios são benéficos para a personalidade pessoal. Reconhecemos também que entre esses centros regulatórios, há alguns que estão relacionados aos órgãos de informação periférica, às funções sensoriais; outros envolvem as funções proprioceptivas, como aquelas que vêm diretamente da periferia do organismo (órgãos sensoriais articulares e musculares em particular): a qualidade das manifestações motoras é condicionada por essas informações proprioceptivas.

PALAVRAS-CHAVE: Análise Funcional; Jogos de Equipe; Tchoukball; Componentes Biológicos; atividades físicas "ricas".

TCHOUKBALL: ANALYSE FONCTIONNELLE DES JEUX D'ÉQUIPE - COMPOSANTES BIOLOGIQUES GÉNÉRALES.

RÉSUMÉ

INTRODUCTION: Le docteur Hermann Brandt était un enseignant et un auteur très important dans sa profession de médecin du sport, une autorité sur l'histoire du sport en Suisse. En fait, il était connu pour répandre des disciplines sportives comme le basket-ball et le volleyball féminin dans son pays d'origine. OBJECTIF: Cet article propose de faire une synthèse de l'un des chapitres les plus importants du livre [référencé ci-dessous] écrit par le Dr Brandt, sur les thèmes du tchoukball, dans un caractère argumentatif, critique et explicatif de manière contextualisée, afin de lui associer les bénéfices de ce sport dans une perspective actualisée. En plus d'évaluer les effets des exercices neuromoteurs à travers la réalisation d'un programme corporel bien défini et parfaitement dosé. D'autre part, cet article vise à créer une source d'information gratuite pour la consultation future de données scientifiques supplémentaires de Tchoukball, rendant les principales références bibliographiques de ce sport plus populaires dans le Brésil. CONCLUSION: Il est simplement énoncé que, en principe, plus le nombre de centres intercalés est grand, plus les exercices sont bénéfiques à la personnalité personnelle. Nous admettons en outre que parmi ces centres régulateurs, il y en a qui sont lies aux organes d'information périphérique, aux fonctions sensorielles; d'autres impliquent des fonctions proprioceptives, comme celles qui proviennent directement de la périphérie de l'organisme (organes sensitifs articulaires et musculaires en particulier): la qualité des manifestations motrices est conditionnée par ces informations proprioceptives.

MOTS-CLÉS: Analyse fonctionnelle; Jeux d'équipe; Tchoukball; Composants biologiques; Activités physiques «riches».

INTRODUÇÃO (BRANDT, 1971 - Traduzida por FERREIRA, 2020).

O Tchoukball é um nome bem diferente, entendido como uma atividade esportiva escolar, um jogo de família, um hobby relaxante e por fim um esporte muito competitivo, mas sem risco de contato físico e violência física ou psicológica. Os principais benefícios dessa prática esportiva são evidentes por ser, sobretudo um esporte de equipe não agressivo e agradável, divertido para ser praticado nos clubes sociais e desportivos ou nas escolas.

O Doutor Hermann Brandt foi um docente e autor muito importante na sua profissão de medico esportivo, uma autoridade na história do esporte na Suíça. Na verdade, ele ficou conhecido por disseminar disciplinas esportivas como basquete e vôlei feminino no seu país natal.

A filosofia de vida do doutor Hermann Brandt, biólogo, pensador da psicologia cognitiva, cientista pesquisador na área da biologia, ortopedia e psicologia esportiva. Bom, o trabalho dele poderia ser resumido unicamente numa famosa frase, como segue: "O objetivo das atividades físicas humanas não é fazer campeões, mas contribuir para a construção de uma sociedade humana válida, bem-educada e formando cidadãos de bem".

Os resultados de seus estudos críticos e científicos relativos aos esportes de equipes existentes o levaram a imaginar e inventar um novo esporte coletivo, inspirado e influenciado pela Pelota Basca, pelo Voleibol e pelo Handebol, para criar este esporte de equipe jogado com bola que banir totalmente a agressão, sem confronto direto com o adversário, é notadamente adaptado às aulas de educação física e iniciação esportiva. Seu inventor, o médico suíço Hermann Brandt, explica as virtudes deste jogo coletivo e não violento na estreia do esporte em 1971.

Segundo Seurin P. (F.I.E.P., 1970). “Mais uma vez (...) o Dr. Hermann Brandt, um cientista esportivo visionário que terá levado à grande causa da educação através de exercícios físicos, uma real e sólida possibilidade de progresso por meio desse esporte espetacular que é o “TCHOUKBALL””.

O médico Hermann Brandt nasceu na cidade suíça de ‘La Chaux-de-Fonds’ no dia 06 de outubro de 1897. Doutor Brandt criou em 1928 o controle médico-esportivo da Federação Suíça de Ginástica e introduziu a prática do voleibol e do basquetebol na Suíça. Durante sua carreira de médico esportivo na cidade de Genebra, capital da Suíça, ele observou que as lesões dos atletas vêm, na maioria das vezes, de agressões ocorridas durante as competições.

1. COMPONENTES BIOLÓGICOS GERAIS (BRANDT, 1971 - Traduzida por FERREIRA, 2020).

a) Fisiologia dos exercícios físicos

Essa fisiologia inclui todos os processos que acompanham ou condicionam os gestos motores; Todos os setores orgânicos participantes do esforço estão preocupados e todos merecem nossa atenção. É necessário variar os gestos motores para modificar ao mesmo tempo os processos que o acompanham. (BRANDT, 1971 - Traduzida por FERREIRA, 2020).

1.1 Ciência e Empirismo

A Educação Física e o Esporte foram os primeiros empíricos. A necessidade de exercícios físicos foi imposta muito antes que a ciência tivesse a curiosidade de explorar seus meandros (conhecidos e desconhecidos). Esse empirismo não impediu o aparecimento de homens notavelmente talentosos que elevaram a técnica do exercício a uma metodologia cujo valor foi comprovado pela eficiência. Reconhecer, então, o papel essencial desempenhado pelas qualidades educacionais dos iniciadores neste campo. (Idem, 1971 - 2020).

Não era menos verdade que o material experimental consistia em seres vivos e que a educação física era acima de tudo "o homem em movimento". Foi, portanto, uma fisiologia aplicada. (Idem, 1971 - 2020).

A observação científica conquistou os direitos que a própria natureza dos fatos possui para ela: no momento em que um exercício é ordenado, supõe-se que se saiba como o organismo consegue fornecer as substâncias e a energia necessárias para tais performances.

Um espírito científico é caracterizado pelo fato de que, antes de tudo, quer levar seu conhecimento ao auge dos fatos já confirmados e estabelecidos, e que, em um segundo momento, procura empurrar ainda mais o limite do peido desconhecido, aplicando-se a ele mesmo descobriu o método de investigativo dito cientifico.

Na Educação Física, estamos em um período de transição e síntese; o empirismo retém todos os direitos, pois é responsável por quase todas as atividades físicas; mas deve progressivamente dar espaço ao lugar reivindicado pelo impulso realístico dos fatos científicos. Essa influência da ciência já é aparente na fisiologia (era lógica e esperada), mas agora também na psicologia e na sociologia; os métodos de análise estendem-se até aos processos neurocerebrais. As técnicas de exame conquistam os rigores do laboratório; Estatísticas tornam-se um critério de valor. Em suma, percebemos que há falta de segurança no ensino, se não concordamos com as contribuições da ciência.

As atividades físicas são acompanhadas de modificações funcionais complexas e variadas; de acordo com as modalidades técnicas escolhidas, as respostas biológicas podem ser muito diferentes, associadas em fórmulas funcionais adaptadas às reais necessidades do organismo, e sempre na preocupação de viabilizar as execuções motoras. Não há "um tipo" de reações, mas "reações" variáveis e paralelas às execuções técnicas. Até que ponto essas variações podem ser planejadas, controladas e desejadas? Existe alguma maneira de compreendê-los todos, incluí-los todos e mobilizá-los à vontade? Esse é o problema colocado pela pedagogia moderna.

2 Ciência e Pedagogia (BRANDT, 1971 - Traduzida por FERREIRA, 2020).

A fisiologia é antes de tudo um conhecido; diz respeito aos fenômenos biológicos que acompanham o esforço físico, o esforço muscular. Esse conhecimento é importante para o treinamento da pessoa responsável pela Educação Física; A compreensão dos processos biológicos é essencial; é especialmente assim porque permite que a pessoa responsável verifique o que está acontecendo. Este é o primeiro efeito do conhecimento científico: interpretar melhor os gestos motores.

Na verdade, ao que parece, a priori, que não se pode afirmar ou reivindicar ser validamente de um educador físico, de que forma e em que setor (ou área), se não compreender a extensão e a natureza dos processos biológicos implementados, praticados, ou seja, que colocamos em ação. E a esse respeito, já faz sentido exigir que o instrutor, o educador e o professor iniciem "imaginando o que está acontecendo". Este é o primeiro efeito do conhecimento científico: interpretar melhor os gestos motores.

Durante o esforço, o homem apresenta modificações importantes de quase todos os sistemas orgânicos e cada sistema apresenta, por sua vez, suas próprias regras de operação, eficiência, desenvolvimento. Para chegar a um entendimento completo da pessoa ativa, é necessário começar por fazer o total dos processos envolvidos e, a qualquer momento, avaliar racionalmente a parte funcional de cada processo possível.

Não só devemos apreciar a realidade objetiva, o alcance, a incidência, mas devemos ser capazes de recriar à vontade, de acordo com as indicações pedagógicas, as modalidades funcionais que permitem realizar praticamente, na recreação, as técnicas de execução que desenvolvem tais ou tal função. Portanto, na base, está a Educação Física, cujo objetivo é, acima de tudo, desenvolver as diversas qualidades musculares, articulares, neurovegetativas, respiratórias, cardiovasculares, nervosas, todos os valores fisiológicos cuja importância é primordial.

Não é possível cumprir todas as obrigações relacionadas às atividades físicas sem considerar todos os meios à sua disposição e fazer uma escolha criteriosa; essa escolha deve possibilitar a passagem de uma função para outra, para completar um exercício funcional, para finalmente cobrir todas as necessidades educacionais psicossomáticas. Idealmente, deve-se reconhecer que a pessoa encarregada do treinamento, se deseja realizar um exercício e garantir seus efeitos, prevê a natureza dos processos envolvidos e os mobiliza. O mesmo vale para jogos e esportes que são exercícios físicos totais.

Por isso, refiro-me ao livro que publiquei, o qual é à base de toda interpretação técnica no plano científico. Entender um gesto, um jogo físico, é compreender os mecanismos profundos, apreciar e valorizar sua importância recíproca e dominar a situação de tal maneira que as funções sejam reguladas segundo um plano racional estabelecido antecipadamente. Isso parece pretensioso e, no entanto, é à base de qualquer profissão, qualquer vocação educacional, em matéria de exercício físico.

O conhecimento dos processos biológicos tem outras consequências que devem ser consideradas: o fato de saber qual será o curso desses processos torna possível, sobretudo, prever os efeitos das atividades motoras que serão ordenadas ou controladas. Toda atividade física tem, juntamente com as funções que a acompanham, múltiplas mudanças que devem ser sistematicamente investigadas. A consideração desses efeitos é ainda mais importante, mais importante, do que o conhecimento dos próprios processos, porque a operação diz desenvolvimento, e não se pode pretender desenvolver certas funções que os solicitem por meio de atividades físicas adequadas.

É, portanto, um programa educacional que puramente conhecimento biológico. É impossível separar a pedagogia e o ensinamento da noção de fisiologia geral das atividades físicas. A fundamentação dos exercícios físicos não é o próprio processo biológico, mas a aplicação de suas funções aos seus efeitos; esses efeitos deixam traços, modificam o indivíduo, e são essas melhorias funcionais do homem que temos o direito e o dever de pesquisar. Se perguntarmos às habilidades do técnico, isto é, os conhecimentos científicos fundamentais, porque são esses conhecimentos provavelmente servirá como um guia para orientar e valorizar sua atividade curricular e/ou extracurriculares.

Educação Física em Esportes pela Biologia (op. cite). (Ed. Medicine & Hygiene, Genebra).

Eles acompanham e cobrem suas responsabilidades; as preocupações do pedagogo estão relacionadas à busca pela máxima eficiência; e esta pesquisa só pode ser baseada no conhecimento que temos que devemos ter que devemos ter processos biológicos envolvidos.

Se muitos ensinamentos estão à margem do conhecimento científico, pode ser por culpa dos próprios homens de ciência, ou seja, dos próprios cientistas; já que para o conhecimento científico ser utilizável, é necessário entender praticamente o mecanismo, imaginar os efeitos; é preciso ser capaz de pensar biologicamente sua própria pedagogia.

Quando conhecemos os efeitos dos exercícios, podemos fazer uma escolha sobre os efeitos desejáveis e, a partir deste momento, somos responsáveis pelos meios usados para colocar os valores para os quais estamos orientados. Pode-se dizer que a eficácia do ensino depende muito do grau de competência científica que possui o professor.

É por isso que não podemos enfrentar nenhum problema técnico - um jogo, por exemplo - sem antes examinar os problemas que possam estar relacionados e que podem também afetar este jogo. As responsabilidades envolvidas em qualquer esforço de educação física são tais que não podem minimizar a importância do conhecimento fundamental e fundamental que devemos ter.

2.1 A justificativa do nosso programa

Por conseguinte, sugerir um novo jogo é, razoavelmente, antes de tudo poder justificá-lo através do estudo das incidências biológicas, psicológicas e sociais que envolvem o exercício deste jogo.

Não nos surpreenderemos, portanto, pessoalmente, não queria abordar o grave problema que enfrentamos e nos preocupa hoje em dia, por isso, propor um novo jogo com implicações educacionais significativas sem primeiro ter exposto os valores científicos básicos que acompanham qualquer ação na educação física. É por estas razões que eu tentei resumir a minha experiência no campo técnico de educação física através do desenvolvimento de conceitos científicos compreensíveis e aplicáveis para que possamos atender a qualquer momento da Educação Física e Esporte.

Se eu não tivesse feito esse trabalho antes, eu deveria começar com isso hoje. Então, suponho que posso contar com o conhecimento básico daqueles que querem julgá-lo pela minha demonstração do valor de um novo esporte. No entanto, também resumo minhas apreciações pessoais, aquelas que foram objeto da exposição do livro citado. Este resumo irá, de certa forma, estabelecer o registro da documentação científica das atividades físicas e classificar as consequências de acordo com sua importância; ao mesmo tempo, nos permitirá estabelecer o grau de urgência das funções fundamentais.

2.2 Critérios biológicos - Funções músculo-articulares

A Educação Física deve inicialmente desenvolver as qualidades articulares e musculares. Por conseguinte, são necessárias, acima de tudo, que as circunstâncias técnicas deem oportunidade para que estas funções sejam exercidas.

A educação física deve primeiramente desenvolver as qualidades articulares e musculares. E, assim, necessário acima de tudo, que as circunstâncias técnicas deem oportunidade que estas funções sejam exercidas na prática.

No que diz respeito ao fator articular, é necessário que as articulações funcionem com amplitudes suficientes: isto é dito apenas "como um lembrete".

Do ponto de vista muscular, é necessário desenvolver não somente a força, mas, sobretudo as condições de elasticidade, rapidez e relaxamento, que representam as qualidades nobres do que músculo que devem deve ser desenvolvidas. Portanto, temos o direito de esperar que um exercício físico dê a oportunidade de trabalhar essas funções de acordo com um plano de máxima eficiência.

No entanto, existem dois biosetores principais, ou seja, há dois grandes setores orgânicos nos quais é preciso extrair indicações amplamente pedagógicas, também, chamada de evidências educacionais. Eles são chamados: sistema respiratório cardiovascular, por um lado, nervoso, por outro lado (e nervoso isso quer dizer cefalorraquidiano ou cerebrospinal).

2.3.1 Funções cardiovasculares e respiratórias

2.3.1.1 Elementos de profilaxia social

As noções básicas aplicáveis à pedagogia são muito numerosas e devemos dar atenção a todos. Em nível social, pode-se dizer que a importância do exercício físico está se tornando cada vez mais um dos principais problemas da profilaxia cardiovascular. Em outras ocasiões, uma relação de frequência exata poderia ser estabelecida, por exemplo, entre o infarto do miocárdio e estilo de vida sedentário. Os argumentos são extremamente numerosos, mostrando que o infarto aparece diante da tensão nervosa geral e a ausência de exercícios físicos.

Não podemos repetir o argumento detalhado aqui, mas podemos afirmar que a prevenção mais positiva, o melhor destes grandes problemas de saúde (mortalidade cardíaca, particularmente do miocárdio) encontra seus valores mais confiáveis e mais eficazes no exercício físico. No público em geral, há um medo inimaginável e não confirmado por qualquer tipo de atividade física. Acredita-se facilmente que um homem cansado, que tem pouco tempo, tem tudo a temer por um esforço intenso ou ainda um pequeno esforço e, com o auxilio da fadiga, falta à vontade de decidir começar na base e a decisão de participar de tais atividades é sempre adiada indefinidamente.

2.3.1.2 Atividades Físicas = profilaxia cardiovascular:

Nota-se que atualmente na humanidade, o medo da mortalidade cardíaca se torna uma obsessão compartilhada pelos governos, bem como o medo das autoridades de saúde pública, estamos à procura de meios ainda mais caros, mais ou menos artificiais, até a liberação cirúrgica das coronárias; e há pouca preocupação com as opções de prevenção disponíveis para toda humanidade, que é a atividade física.

Por que não é possível fazer os governos entenderem o interesse desta profilaxia coletiva, mas simples? Por que não ousar apresentar concretamente os argumentos em que acreditamos?

Paradoxalmente, quando uma voz se eleva nesta área, as autoridades fecham os ouvidos, ou seja, fecham um olho ou virar a sua atenção apenas parcialmente condescendente e talvez com pena. Mas eles não se sentem engajados com suas responsabilidades em relação às decisões a serem tomadas.

É necessário, portanto, que as autoridades competentes no campo da educação física e do esporte concordem de uma vez por todas em apresentar reivindicações enérgicas e bem documentadas. Isso requer que eles mesmos sejam bem informados para escrever relatórios, assumindo assim a responsabilidade das agências e autoridades governamentais pelos riscos da civilização atual em relação à mortalidade cardíaca.

É concebível imaginar que poderíamos avançar nesses números, mas, no estado atual de nosso conhecimento, pode-se pensar que a mortalidade cardíaca seria reduzida em pelo menos 50% se atividades físicas racionais pudessem se tornar populares. Portanto, temos o direito de reivindicar que todas as ações ou medidas positivas nesta área apresentam sempre um caráter de urgência no serviço público que possa perdurar por muito tempo em beneficio da sociedade.

Um programa onde afirma a necessidade de atividades físicas para o adulto não nos exime dessa outra responsabilidade, que é a consequência: devemos apresentar programas aceitáveis. Em outras palavras, se um pode propor atividades inadequadas ou não muito acessíveis para as pessoas comuns, portanto, difícil de conseguir, contanto que não podemos propor um plano de ação cuja eficácia pode ser reconhecida pela experiência, toda argumentação apresentada nesta área, pode parecer pretensiosa e inadequada.

Pessoalmente, somos da opinião de que, se nossas vozes são tão pouco ouvidas, é porque elas não se cercam de garantias suficientes em termos de eficiências reais e possibilidades práticas. Nós não sabemos o suficiente sobre os problemas e nós os respondemos, geralmente, de uma maneira bastante teórica com argumentos que são extremamente fracos e rotineiros, mas nem sempre convincentes; nossas responsabilidades permanecem integralmente engajadas, ou seja, permaneçam firmes no seu compromisso.

De fato, o mesmo é dizer que nossas noções de fisiologia não devem restar abstratas e especulativas; eles devem estar ancorados na realidade técnica. É cada vez mais necessário que a aplicação, inspirada nas indicações biológicas precisas, seja capaz de abalar a convicção popular, ser capaz de convencer a massa e tornar possível uma prática gera.

Se considerarmos agora o problema das indicações biológicas, não estamos menos conscientes da importância das contingências sociais e governamentais que isso representa. Voltemos à nossa literatura sobre funções cardiovasculares e respiratórias. Uma atividade de cerca de 40 anos em Educação Física, com uma equipe de "cobaias" que foi usada para testar constantemente os dados fundamentais da biologia aplicada, permite-me afirmar que é essencial buscar um aprimoramento cardiovascular e respiratório na educação física e esporte.

Lamentavelmente, parece cada vez mais evidente para nós que enormes erros, grandes lacunas praticamente se apresentam em todo o mundo. Educar as funções cardiovasculares e respiratórias é um programa vasto e, portanto, bastante concreto e que inclui condições que são tão precisas, mas que ainda são ignoradas e/ou menos conhecidas.

Existem erros lamentáveis e muitos mal-entendidos referente à compreensão que encontramos quase universalmente, confundindo ideias e levando à confusão de valores totalmente diferentes. Em particular, quando se fala, com qualquer atleta da necessidade de "aquecer"; este termo "aquecimento" é bidirecional, ou seja, é de mão dupla; em seu sentido mais simples, o mais acessível à imaginação, o aquecimento realmente significa aquecer, aumentar a qualidade do calor do corpo, e em geral se pensa em aquecer os músculos. Não quero insistir nessa noção um tanto rudimentar e vaga. Porém, estou contente em observar que a iniciação, também chamada de "aquecimento" no jargão do atletismo, é outra coisa completamente diferente da realidade.

- Resistência à falta de ar: primeira necessidade cardiorrespiratória:

À primeira vista, pode parecer pretencioso introduzir tais noções especiais nos elementos da atividade do jogo, e como podemos resumir nossa crença em poucas palavras, enquanto se trata de processos extremamente complexos? Eu serei, todavia, obrigado a me explicar brevemente, sem negligenciar as verdades essenciais que podem justificar minha atitude. Mas como acreditamos que o problema cardiorrespiratório é o problema número 1 do treinamento físico, nós cometeríamos um erro pedagógico sério ignorando-o.

Qualquer nova tentativa de resolver esse tipo de questão, mesmo em um nível técnico, é uma falha a princípio, a menos que primeiro aborde essas funções, que condicionam todas as outras. E é a chave do cofre (abóbada) da ‘Educação Física Aplicada’; uma atividade física que não integre esses processos em toda a sua pedagogia não pode ser considerada socialmente efetiva; pode ser divertido, mas não uma educação.

A evolução de um sujeito através do treinamento físico começa com efeitos cardiorrespiratórios... A menos que se esteja contente com certo ideal moderno, como por exemplo, o ‘fisiculturismo’. Isso é o que um dos meus amigos chamou de "os músculos na feira".

Alguns ficarão surpresos ao nos aproximarmos como um e o mesmo termo de fisiologia, circulação e respiração. Não fazemos uma apresentação da fisiologia científica, e parece-nos que a melhor maneira de resumir de forma abrangente as manifestações sintéticas dessas duas funções é referir-se à expressão externa que é seu termo final: a "respiração", os atletas costumam chamar de “fôlego”.

Em primeiro lugar, digamos que toda a educação cardiovascular e respiratória esteja resumida em uma palavra que, de maneira pedagógica, se justifica: o treinamento da resistência respiratória; falta de ar é a tradução da dificuldade cardiovascular e respiratória e é a expressão externa dela; permite, portanto, controlar como um indivíduo suporta o esforço físico, de qual desempenho é capaz.

A relação entre desempenho físico e resistência à respiração é precisa e dá ao treinador uma visão valiosa sobre o que ele pode esperar de um atleta. Assim, temos o direito de dizer que o primeiro objetivo do treinamento é procurar melhorar a resistência respiratória e retardar o início da dispneia (que é "intolerância respiratória"). A resposta respiratória ao esforço expressa a capacidade vital geral do indivíduo no desempenho físico.

A "respiração" é de fato o resultado complexo de todos os dados de adaptação circulatória e respiratória; Deve ser lembrado que a sinergia entre a circulação e os pulmões é extremamente importante, uma vez que a adaptação do campo pulmonar circulatório é uma das condições básicas e fundamentais da reação circulatória total ao esforço.

Ao nível do pulmão, a criação de um "leito pulmonar ou cama de pulmão" adequado, uma capacidade circulatória pulmonar interna adequada, adaptada às necessidades alveolares, controla o fluxo sanguíneo útil; O valor do leito pulmonar não determina apenas o campo hematoso pulmonar, mas também o fluxo sanguíneo pulmonar que atinge o coração da esquerda (átrio esquerdo). Este não é o momento para entrar em detalhes: só queremos afirmar que a resistência à respiração, adaptação respiratória ou tolerância respiratória ao esforço, é um complexo que inclui o chamado campo circulatório geral chamado sistêmico, mas, ao mesmo tempo, a corrente sanguínea pulmonar que atinge o coração esquerdo (átrio esquerdo), isto é, o complexo sistema (campo) circulatório pulmonar se liga às trocas alveolares e condiciona o fluxo pulmonar em direção as câmaras cardíacas esquerdas.

2.3.1.3 A segunda respiração (ou o segundo fôlego)

Tudo isso, traduzido em termos práticos, significa dizer que a segunda respiração é a meta mais inevitável de toda a Educação Física total. Nossa experiência de 30 anos vivenciados nesta área nos convenceu de que a aquisição do segundo fôlego é a primeira indicação de ensino de qualquer treinamento físico. No entanto, a aquisição do segundo fôlego é muito variável e permite especulações técnicas extremamente importantes.

É correto afirmar que todo exercício muscular tem repercussão circulatória, mas de acordo com a qualidade do esforço muscular prescrito, se pode fazer variar os efeitos circulatórios confortavelmente. Por consequência, o tipo de esforço físico requerido pelo sistema muscular torna possível "dirigir", dentro de condições extremamente racionais, as consequências circulatórias. Isso permite que se adquira um segundo fôlego particularmente progressivo.

Em nossa opinião, a base do treinamento é, acima de tudo, um esforço progressivo. A intensidade dos serviços físicos, começando do zero e solicitando gradativamente (pouco a pouco) todas as fases circulatórias de adaptação ao esforço, deve ser ajustada de tal maneira que a aquisição da segunda respiração ocorra em condições ideais.

Temos sido capazes de demonstrar que a resistência ao esforço, à resistência respiratória sintomática desta resistência geral, mas varia muito dependendo se adquirimos ou não o segundo fôlego, e todas as técnicas de treinamento físico deve, acima de tudo, se assegurar dos respectivos métodos, a fim de garantir as condições biológicas racionais de aquisição do segundo fôlego.

Conclusões técnicas sobre a educação de funções cardiovasculares.

Para restaurar sua função cardiovascular, é essencial respeitar e/ou seguir certas regras. Nós experimentamos em todos os tipos de direções e ocasionalmente demonstramos o valor e o alcance dos princípios que iremos estabelecer. É verdade que, em longo prazo, há evidências de que funções cardiovasculares bem-educadas determinam uma resistência da circulação (corrente sanguínea) e do coração, uma resistência muito importante e duradoura da respiração (fôlego), que pode ser considerada vital.

A primeira regra para nós é começar suavemente, com pequena intensidade, pois são as intensidades que controlarão o início dessas funções. A intensidade em si é consequência dos movimentos espaciais do corpo: quanto maiores esses deslocamentos, primeiro em altura e depois em translação horizontal, maior é a intensidade da troca aumenta e, consequentemente, a carga do sistema circulatório aumenta consideravelmente. A intensidade do estresse cardiovascular pode ser racionalmente regulada pela realização de um programa corporal bem definido e perfeitamente dosado.

É fácil, quando se tem em mãos os elementos técnicos, estabelecer uma progressão muito regular das intensidades com pontos de velocidade mais e mais acelerados, nos casos apropriados; porém se deve evitar ficar sem fôlego rapidamente. É invertendo ou retirando a expiração da falta de ar que conseguimos tornar a respiração resistente, em outras palavras, obtemos um novo fôlego (ou uma ótima segunda respiração). Se o coeficiente do quadrante principal é o primeiro é a intensidade e seu curso de tempo regular, outro fator principal é formado pelos picos (ou pontos) da velocidade. Estes picos de intensidade também devem ser medidos ou dosados em intensidade progressiva. É necessário, no total, pelo menos de 20 a 30 minutos de progressão regular de intensidade graduada para obter um segundo fôlego ideal.

Essa progressão na intensidade é fundamental, porque conseguimos comprovar que, para esforços idênticos, o segundo fôlego, já que a resistência ao esforço era melhor com uma boa configuração progressiva; isto é, no estado de segundo fôlego, um bom desempenho é realizado mais facilmente, com uma excelente respiração, quando se trata do segundo fôlego (respiração). Em outras palavras, pode-se ter um segundo fôlego duradouro com uma desempenho melhorada.

O futuro do coração e a circulação do esportista estão nesse estabelecimento do segundo fôlego. Comanda o controle do prognóstico à distância de forma eficaz, e se quisermos tentar utilizar o esforço físico (Educação Física ou Jogos Esportivos) para estabelecer uma resistência biológica duradoura ao sistema cardiovascular, é necessário tratar, em cada sessão, o condicionamento. Uma vez estabelecido o regime do segundo fôlego, se alguém ainda quiser neste momento obter uma melhora das funções cardiovasculares, deve-se continuar a fazer um esforço com picos (ou pontos) de velocidade e não um esforço constante.

A aplicação desses princípios é essencial para a atividade física, em cada treinamento e em longo prazo, por anos, resultando em uma resistência cardiovascular balanceada. Para nós, é claro que o treinamento cardiovascular de acordo com os princípios aqui estabelecidos é um dos dados prognósticos essenciais da prática esportiva. Essa observação subordina, assim, o valor pedagógico e biológico do treinamento ao conhecimento básico que o treinador possui.

Isso pressupõe que tenhamos penetrado no conhecimento biológico fundamental, como expliquei em meu livro, e que podemos, então, usar essas funções gradualmente, de acordo com um ritmo de eficiência preestabelecido e eficiente para alcançar o segundo fôlego.

Podemos afirmar, então, que o exercício de um jogo como o que propomos hoje provavelmente substituirá um treinamento racional analítico? Provavelmente não; não podemos negar a importância vital do treinamento físico analítico, mas acreditamos, no entanto, que, até certo ponto, o jogo racional pode envolver impactos biológicos comparáveis.

Para julgar objetivamente o respectivo valor desses dois métodos relevantes, o jogo e a educação física, deve-se também analisar o poder de sedução que esses dois métodos diferentes têm sobre os praticantes em potencial. É nesta base que se pode também julgar a eficácia social dos métodos propostos, pois, não basta pedir a aplicação de uma ginástica analítica eficaz - que, além disso, apresenta pouco interesse, pouca atração, para a grande massa - e negligenciar um jogo que goza de um grande poder de sedução, e que poderia, além disso, propor uma eficiência racional.

2.3.1.4 Educação respiratória

Acompanhando e condicionando a resistência cardiovascular, a respiração deve ser monitorada. Nós aprendemos a respirar; é necessário exercer um controle sobre a respiração, forçar os sujeitos a respirar o mais profundamente possível, estabelecer de alguma forma uma disciplina respiratória. Em qualquer esforço físico, é possível introduzir essa noção de controle respiratório. Tende-se a usar todas às praias ou intervalos dos alveolares pulmonares o mais amplamente possível.

Globalmente, o valor educacional de um esporte depende, antes de tudo, da possibilidade de adaptar sua técnica às regras básicas que acabamos de descrever.

a) Os erros comentidos:

O que realmente está ocorrendo nas sociedades esportivas em geral?

Para esportes como futebol e basquete, onde seria bom colocar uma equipe em segundo plano antes de iniciar um jogo, ele é apresentado no chão e, desde o começo, jogamos "completamente" (a menos que a equipe não tenha um treinador competente e, portanto, tem o privilégio de poder se submeter às medidas disciplinares racionais, neste caso, a equipe se move para a segunda respiração antes da partida). No entanto, deve-se reconhecer que, sob as condições de esforços estressantes assim alcançadas, a adaptação cardiovascular, resistência em geral e resistência à explosão em particular, caem gradualmente e, pouco a pouco, o aparecimento de distúrbios funcionais é observado.

São as equipes que, no final da temporada, normalmente não voltam e vê com muita frequência, e é aí que o médico esportivo descreve assuntos que, a partir do meio da estação, no meio do inverno, apresentam desajustes para o esforço bastante complexo, mas todos provenientes pelo fato que o esforço é realizado irracionalmente.

A chave essencial é iniciar da intensidade zero e aumentar gradualmente até termos a certeza de um segundo fôlego racional, devemos ser capazes de preparar a equipe através de um esforço de educação física adaptado a esse programa de intensidade progressiva, ou ser capaz de praticar o jogo, o esporte, em condições que atinjam a progressão da intensidade.

Demonstraremos mais tarde que no Tchoukball temos técnicas de esforço que nos asseguram esse início gradual, e podemos afirmar que, quando aplicamos seriamente essas técnicas de trabalho! Coletivamente, os membros da equipe são gratos, porque no final de uma sessão, o desempenho é excelente, não há fadiga; a respiração é forte e os companheiros de equipe se sentem na mais perfeita forma; enquanto aqueles que começam abruptamente, que não passaram por um treinamento gradual e na aquisição do segundo fôlego já está cansado e se manifestam antes do final do treinamento de irritabilidade, a falta de atenção, dificuldades adaptação ao esforço.

Uma das qualidades essenciais do nosso jogo é que podemos aplicar as disciplinas científicas propostas pelas regras do treinamento cardíaco e a aquisição do segundo fôlego.

Até hoje, não foi difícil para nós sermos fiéis a esses princípios e acreditamos que todas as equipes que entrarão gradualmente na competição do Tchoukball aceitarão as regras de conduta que estabelecemos e que estão em conformidade com as leis do treinamento cardíaco biológico.

b) Os processos psicomotores - As regulações supramedulares:

É necessário retornar ao capítulo dos regulamentos supramedulares de que falamos em nosso trabalho. Neste último caso, tentamos resumir uma situação muito complexa, mas extremamente interessante e capital, sobretudo porque nos permite apreciar com que rigor e riqueza as funções psicomotoras estão ligadas a uma série de outras funções subcorticais, a fim de garantir as ligações (conexões) funcionais sinérgicas entre a motricidade e tudo o que determina a realidade objetiva, em poucas palavras, tudo o que pode regular os atos sobre as funções gerais do cérebro. Para passar pela enumeração dos centros que participam do desenvolvimento das integrações motoras, deve-se reconhecer que as influências, facilitadores ou inibidores, são numerosos e sempre resultam na adaptação do gesto à sua intenção e ao seu condicionamento cerebral geral.

No conjunto (como um todo), estes centros agrupam regulações que às vezes são neurovegetativos (simpáticos e parassimpáticos), às vezes equilibrando - o papel do cerebelo e dos órgãos vizinhos! - ou sinérgico; eles fornecem as ligações entre os centros de equilíbrio e as funções de elaboração puramente corticais.

c) Psicomotricidade e cérebro:

O ato psicomotor é um gesto que requer sua integração adequada na vida da personalidade; supõe, portanto, a intervenção das camadas subcorticais, central, cerebral e vital, capaz de assegurar ao gesto, uma utilidade real na expressão da personalidade, em seu comportamento espacial e cerebral.

A partir do momento em que comecei a escrever meu livro, surgiram vários trabalhos de quantidade que enriqueceram nosso conhecimento apenas no campo dessas integrações nervosas e cerebrais, capazes de atuar sobre o ato psicomotor. Pode-se dizer que a evolução do conhecimento e das ideias apenas sublinha esta conclusão: o ato psicomotor não pode ser considerado como uma ação puramente cortiço-motora; é, na realidade, uma ação que envolve toda a personalidade, portanto, necessariamente ligada a todos os centros de expressão psicomotora.

Bem antes de nosso conhecimento justificar a importância das integrações nervosas e cerebrais, sempre procuramos em nosso ensino de educação física e esporte, ir além do puro ato automático e associar o esforço físico, a ação psicomotora, a outros valores cerebrais.

Não queremos negar o interesse de atividades físicas mais "individuais", como o atletismo puro, em que o atleta em treinamento deve repetir o mesmo movimento, o mesmo gesto, com exclusão de outro envolvimento cerebral, até que se torne uma eficiência específica altamente especializada, devido à sua grande automação. Acreditamos, no entanto, que se considerarmos a personalidade total do homem, somos obrigados a reconhecer que o ato psicomotor pode ser realizado sobre condições que envolvem o maior número de centros cerebrais subcorticais que lhe dão a integração mais ampla possível no ato psicomotor em todos os centros cerebrais.

O ato motor, o gesto, está assim ligado à própria expressão da personalidade. Cada gesto é, acima de tudo, um comportamento espacial do indivíduo, um comportamento que, por sua vez, está ligado a motivações momentâneas. Ao analisar a influência de todos esses centros supramedulares, a qualidade e a direção de sua ação, leva à conclusão de que todas essas influências têm por objetivo, por finalização, enquadrar melhor o ato no conjunto das funções cerebrais totais.

Isso dá a impressão de um verdadeiro entrelaçamento, de um entrelaçamento de todos esses centros e seus órgãos efetores, de suas conexões nervosas. Em resumo, podemos constatar que a psique em si nem sempre age diretamente sobre as vias motoras e cefalorraquidianas clássicas, mas frequentemente se traduz apenas em movimento através dos centros reguladores supramedulares que fornecem os corretivos e adaptações necessárias.

d) A vigilância (estado de alerta e supervisão):

Mas, acima de tudo, cobrindo todas essas funções abrangem a função de vigilância: é, em certo sentido, a capacidade de atenção, concentração mental e controle cerebral sobre todas as funções motoras e seus regulamentos subcorticais. A vigilância catalisa as regulações ou normas supramedulares; ele explica como as atividades que são interessantes (e que espontaneamente atraem a atenção e, portanto, possibilitam a vigilância extrema) são mais eficazes do que aquelas que não criam interesse. É necessário entender a extensão dessa função cerebral que conecta dinamicamente os centros individuais e seus circuitos intercalados, cujo efeito é controlar a tensão das atividades psicomotoras; esses últimos estão tão intimamente ligados à atitude interior, de modo que se pode dizer que até o prazer e a alegria da execução também os exige e condiciona.

e) Integrações cerebrais e instinto lúdico:

É provável que aqueles que leram o capítulo do meu trabalho sobre ‘Regulações supramedulares’ tenham compreendido o interesse das possíveis aplicações deste capítulo muito além das simples transmissões diretas.

O comportamento psicomotor está relacionado a certas funções cerebrais importantes: as emoções em primeiro lugar, depois os instintos básicos, o instinto lúdico, o instinto agonístico, que nos permitem brincar e lutar são uma expressão da personalidade. Além disso, o jogo é capaz de envolver motivações, reflexos nervosos muito mais complexos, nos quais funções sensoriais muito importantes são colocadas em atividade: a observação visual, o julgamento da situação.

Em suma, o comportamento psicomotor na forma de atividade como a brincadeira ou um jogo é infinitamente mais complexo, entretanto mais rica em integrações cerebrais do que um esforço físico repetido, como estereotipado atletismo (ou clichê atlético). Não é nossa intenção discutir os fundamentos do atletismo. Nós simplesmente pensamos que a combinação de instintos humanos profundos, como instintos lúdicos e agônicos, reações emocionais de um indivíduo, sensações sociais, tudo isso se relaciona com o comportamento psicomotor espacial, e deve ser educado e faz parte do desempenho de uma personalidade.

O jogo é instintivo tanto para o homem como para o animal, cria o prazer e dá, consequentemente, a oportunidade de uma atividade com maior vigilância, envolvendo todos os circuitos de maior intensidade nas regulações supramedulares. O que indubitavelmente responde a certos temperamentos peculiares ao ponto de vista mental. Comparativamente, pode-se dizer que exercícios estereotipados (como movimentos e exercícios que devem ser repetidos muitas vezes, por muito tempo, para lhes dar uma execução efetiva e uniforme, consequentemente, um desempenho perfeito) são facilmente passados por centros supramedulares cuja existência nós mencionamos.

Quanto mais diferente é a ação, envolvendo múltiplas informações sensoriais e emocionais, em particular, usando todas as regulamentações voltadas para essas informações, e acima do mercado, permitindo uma intensa participação de vigilância e cérebro - como resultado, esses movimentos correspondem melhor a uma atividade cerebral humana total e, consequentemente, respondem ao nosso ideal educacional em relação às atividades físicas.

É na aplicação dessas funções básicas, que estudamos em nosso livro, sempre consideramos que devemos procurar um jogo ou uma forma lúdica de atividade física na qual todos esses instintos estejam envolvidos, mas mobilizando-os com propósitos educacionais racionais objetivados.

O estudo da participação cerebral conduz fatalmente aos estudos que vamos fazer dos elementos fundamentais que são da responsabilidade da psicologia, da psicologia social, da sociologia: são esses que alimentam nossa argumentação, isto é, nosso raciocínio.

CONCLUSÕES

As principais conclusões podem ser apresentadas quando nos lembramos, sobretudo desses dados básicos, esse é realmente o caso para podermos tirar conclusões neuromotores devidas sobre a finalidade do objeto de nosso estudo.

De um modo geral, parece-nos óbvio que qualquer exercício cujo controle não siga simplesmente as clássicas vias cérebro-espinhais, mas passe por circuitos corretivos indiretos intercalados nos centros supramedulares mencionados acima, digamos todos os exercícios mais complexos, é mais enriquecedor para a personalidade do que aqueles que são puramente cortiço-cerebrospinais. (BRANDT, 1971 – Traduzida por FERREIRA, 2020).

Em outras palavras, nós não pretendemos classificar os esportes de acordo com essa intervenção dos centros supramedulares. Afirma-se simplesmente que, em princípio, em princípio, quanto maior o número de centros intercalados, mais os exercícios são benéficos para a personalidade pessoal. (Idem, 1971 - 2020).

Por outro lado, também reconhecemos que entre esses centros regulatórios, há alguns que estão relacionados aos órgãos de informação periférica, às funções sensoriais; outros envolvem as funções proprioceptivas, como aquelas que vêm diretamente da periferia do organismo (órgãos sensoriais articulares e musculares em particular): a qualidade das manifestações motoras é condicionada por essas informações proprioceptivas. Portanto, não estamos apenas com receio e preocupados, mas também buscamos as chamadas atividades físicas “ricas” que abrangem toda a personalidade. (Idem, 1971 - 2020).

REFERÊNCIA

BRANDT, Doutor Hermann. Étude Critique scientifique des sports d'équipe - Prix Thulin de la FIEP, 1970. Le Tchoukball, le sport de demain. Genève: Editions Roulet, 1971. p. 192. Tradução de FERREIRA, Océlio Antônio. Brasil, 1991: Estudo crítico e científico dos esportes de equipe - O TCHOUKBALL: O esporte do futuro! Genebra: Editora Roulet, 1971. p. 192. Adaptação do Francês Suíço (Helvético) em Português do Brasil; Revisão geral do conteúdo em 2015.