Capoeira: Idalina (resumo)
È de manhã,
Idalina tá me chamando
Idalina tem o costume
de chamar e sair andando!
Iê, viva Idalina, camará!
Ela é na verdade aquela que quando é de manhã, chama pro jogo, não espera, sai na frente e vai andando. Idalina é capoeira, não fica parada a espera de nada. Ela segue e luta.
Idalina já andava pelas quantas com a tal de Maria Joanna. Todo mundo sabia que ela vivia falando mal de Firmina, companheira de Idalina. Um dia, Maria Joanna tanto insultou Firmina que a nossa desordeira prometeu lhe dar uma lição. Para todo lado levava sua faca de ponta, “iê, que é de furá”, e não temeria usá-la. No dia 1º de agosto de 1917, por volta das 17 horas, as duas se encontraram em frente ao Armazém do Saldanha, e Idalina não perdeu a chance de defender a honra de sua camarada: entrou em luta com a desafeta e a feriu com sua faca. Para apartar a briga, chegou o guarda civil de nº 233. Mas Idalina não se entregou e passou a lutar também com ele, que gritou por reforços. Vieram em seguida os de nº 191, 165 e 210, além de vários praças de polícia. Todos se engalfinharam com a valente, que não arregou e lutou com todos de uma vez. A prisão foi efetuada, mas Idalina, “minha nêga”, impôs dificuldade aos representantes da lei. Foi conduzida à Casa de Correções e respondeu por lesões corporais, como tantos capoeiras do período.
Fonte:
https://mariasfelipas.com/2020/04/06/idalina-minha-nega-dona-de-si-e-do-proprio-coracao/