COMO SE FAZ... HISTÓRIA !

Escrevo "estas mal traçadas linhas" -- a expressão era obrigatória em cartas dos anos 50 / 60 -- insone, tendo dormido das 21hs e pouco até às 4 da madrugada deste glorioso sábado... mais um dia que o Deus imortal e infinito, renegado pelo jornalista paulistano Hélio Schwartzman (que admiro, êle citando Bertrand Russell), me permite viver. Os dois críticos insistem que TUDO se acaba, se consome, se destrói, até mesmo o Universo... ignoram que pode haver uma exceção a essa regra cruel, talvez mais de uma segundo Lavoisier, para quem "tudo SE TRANSFORMA"!

Como este texto não é um tratado de Filosofia ou Biologia, quero falar de quem faz História nesse momento, com o Tempo inexorável (seja lá o que isso signifique) "esmigalhado" pelos humanos em partículas, de horas, dias, semanas, verão, inverno, noies e manhãs, esse Tempo indivisível para os demais seres da Terra. Faz história nesse instante num belo canto da África chamado Beira, no curioso Moçambique, o jovem IZIDINE ALIDE, contando os costumes de seus habitantes, singelo repórter das "cousas" de sua terra e que nós brasileiros -- os que adoram a África -- sempre quizemos saber.

Izidine ama o Brasil sem conhecê-lo... coitado, mal imagina que o Racismo que sempre existiu entre nós "renasce" agora mais forte ainda e as perseguições e maltratos aos "homens de côr" (e mulheres, claro !) fazem parte do dia-a-dia. O jovem Alide nos revela as 5 COISAS que mais gosta, outras tantas que detesta, outras mais, estranhas, curiosas ou tradicionais, uma boa idéia que "faz escola" no YOUTUBE e já tem até imitadores. Reclama, generalisando, que o "africano é invejoso, não pode ver ninguém bem"... ora, ora, sabemos enfim "de onde veio" a maior "qualidade" dos brasileiros, embora isso não seja peculiaridade da África, pertence à Humanidade como um todo, desde Adão e Eva -- invejando as qualidades do Criador e querendo "igualar-se" a Êle -- Caim e Abel, Esaú e Jacó, etc. Como o Paraíso era na Terra, explico, "não desceu do Céus", são grandes as chances de ter sido na África, talvez em Moçambique, quando tudo aí era floresta, no emergir imemorial dos tempos. Logo, a inveja é... "africana" !

Deixemos de bobagens pois o "akpalô kpatita" Izidine Alide tem muito para nos contar: 1) sobre as músicas populares de cada região; 2) sobre os lenços de cabeça de cada etnia; 3) de como se divertem os idosos, de tarde ou à noite; 4) como são as escolas infantis, e 5) como são as brincadeiras de meninos e meninas lá.

Izidine tem um longo caminho enquanto "jornalista" da vida, costumes e tradições dos habitantes da Beira -- nesse belo sotaque galego imposto por Portugal e que, no Brasil, não vingou -- e sabemos através dele que o africano "é um povo bilíngue, por vezes poliglota", já que fala o dialeto dos ancestrais em casa e o Português na vida social de cada um. A África continua viva e, na voz de Izidine Alide, apesar das desgraças e dificuldades que não a abandonam, MAIS LINDA do que nunca ! PARABÉNS, meu jovem !

"NATO" AZEVEDO (em 12/dez. 2020 - ANANINDEUA, Pará, BRASIL)

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https://youtu.be/3zQsxsKXAPQ