OBRIGADO FLUMINENSE
Uma das maiores vitórias de um dos menores times do Fluminense. Mas um dos mais tricolores times que já vi.
Uma das maiores celebrações “apenas” por um título da Taça Rio, que poucos esperavam pela superioridade do Flamengo. Sem grande qualidade técnica. Sem notável organização tática – natural para um time que não joga há quase 3 meses.
Com a confiança que o imenso espírito de guerreiros que permeou o Maracanã na Taça Rio de resgate do torcedor. O Fluminense não foi apenas campeão de um turno. Fez um ritual de passagem para um lugar que parecia perdido no coração, na história e na memória.
O Fluminense passou ao passado, mas especificamente em um outro Fla-Flu com um gol de barriga de Renato Gaúcho. Voltou ao futuro. Precisão de Nenê – o nome do jogo, quem diria. Vitalidade com Gilberto – espetacular partida. Vida com uma equipe altamente desacreditada. O tricolor acendeu uma vela na escuridão dos últimos tempos.
Sorte que o Fluminense não tinha ideia do que era desde 2012. Sorte de cada tricolor com lágrimas nos olhos. E eu não vou contar quem fui.
Desde a derrota para o LDU, na Sul-Americana, no mesmo Maracanã em 2008 o que se via zendo zuado pelo flamenguista, que ficou 10 anos sem ganhar nada importante. Com aquela sensação sempre que daria tudo errado. E realmente dava.
Quando o Flamengo empatou, quando o time mais estruturado, entrosado, sem desfalques veio pra frente, pra cima do Fluminense, não houve a sensação de que vai dar tudo errado dos últimos anos.
A emoção vivida foi de felicidade. Não de tensão. O segundo gol não iria sair mesmo com a pressão. Não teria gol do Adriano Imperador para nos calar. Não teria gol do Ribamar para dar a vitória ao rival.
Tinha Fluminense com um time limitado sendo defendido por uma determinação ilimitada.
A mesma emoção que senti há 25 anos quando neste estádio pela primeira vez assistindo ao “Fla-Flu do século” em 25 de junho de 1995, com apenas 7 anos, aprendendo a gostar de futebol, comendo pipoca com coca-cola ao lado dos meus pais, antes de experimentar a língua de sogra, que a minha mãe fez com a receita da minha avó. Sinto falta dessa época, agora na primeira grande vitória há 700 km de distância dos. Foi hoje o jogo para mandar um zap para o meu grande amigo, “mermão” Leandro falando para ele na hora do gol com uma letra G e 1995 letras O na hora do gol.
Eu aprendi com a minha que o futebol pode sim, também ter um caráter filosófico. Aprendi ainda no Fla-Flu de 1995, sendo ainda tão menino que mesmo desacreditado, através de muita luta é possível vencer as adversidades..
Mas o amor pela vida, junto com o futebol nos fez estar unidos. Juntos. Conectados pelo amor, não pela presença.
Como a minha mãe lá em Florianópolis que me fez guerreiro, igual a todo tricolor.
Aquela mãe que, hoje, agora, e sempre, deve estar celebrando, mas uma das minhas conquistas que tem muito dos seus conselhos.
Tantas palavras misturadas, em um artigo que fala do Fluminense, luta e determinação? contra um time considerado superior, mas que foi derrotado. Pois é por várias vezes, em inúmeras situações, eu também fui considerado incapaz de me sair vencedor e conquistei o meu objetivo.
Amor a vida é isso.
Obrigado, mãe, por ter me colocado para aprender com o futebol que eu tanto amo.
Obrigado, mãe, por te me ajudado a estudar Farmácia há 6 anos.
Obrigado, mãe, mais que tudo, por te me ensinado a amar.
Por ter me ensinado a ser guerreiro.