Especial Libertadores-99: Vasco 2 x 4 Palmeiras, em 21/4/99
Uma das maiores vitórias da história do Palmeiras. Na casa do então campeão da América de 1998, o Vasco da Gama, favorito na disputa de um lugar nas quartas-de-final da Libertadores-99, o Verdão comandado por Alex fez 4 a 2 no Vasco e se classificou para enfrentar novamente o Corinthians, que eliminou na mesma noite o Jorge Wilstermann, no Pacaembu.
Assim como na semifinal da Copa Rio de 1951, o Palmeiras desbancava o favoritismo do balado Vasco.
O primeiro jogo no Parque Antártica (atual Allianz Parque). O dono da casa começou melhor em São Januário e abriu o placar aos 3 minutos, com o ex-alviverde Luizão (jogou em 1996-97 e, em 2000, atuando pelo Corinthians, seria novamente eliminado na Libertadores pelo Palmeiras). Luizão pegou uma bola reboteada de Donizete na entrada da área e bateu de canhota. Vasco 1 a 0!
Após dois minutos, Donizete, o pantera, bateu forte e Marcos espalmou pra frente. Não parecia ser a noite do jogador que a partir da fase seguinte seria o craque da competição.
Aos 19, mostrou o porquê. Donizete recebeu livre em posição discutível. Marcos fechou bem o ângulo e salvou o gol.
O time de Felipão foi atrás do empate. Alex se colocou entre Nasa e Zé Maria e foi criando lances. Aos 26, mandou de pé direito na trave. Aos 29, o Palmeiras chegou ao empate, com Paulo Nunes, aproveitando cruzamento estranho de Júnior. Na celebração, os ex-rubro-negros Paulo Nunes e Júnior Baiano dançaram em frente às numeradas do estádio, três dias depois de o Flamengo vencer o Vasco na decisão da Taça Guanabara. O zagueiro vinha sendo xingado pelos vascaínos pela sua discutível atuação na Copa-98.
Aos 31, grande lance do maior em campo, Alex e a virada palmeirense.
O camisa 10 quase não jogou o clássico. Felipão cogitou escalar Jackson. Optou por Alex que vinha sendo criticado. Injustamente por "dormir" em algumas partidas.
Alex respondia nos jogos grandes. Gigante como o gol espetacular: Zinho retomou a bola na entrada da área verde e tocou para Alex um pouco antes do grande círculo. Ele arrancou pelo meio e tocou para Paulo Nunes devolver de calcanhar; Alex deu um tapa de primeira no comando de ataque para Paulo Nunes tocar para Alex invadir a área e bater sob o corpo do goleiro Márcio, substituto do lesionado Carlos Germano (reserva de Taffarel na Copa-98). Um gol inesquecível para os torcedores palmeirenses.
Ramón Menezes empatou, aos 35. De fato, foi gol contra de Galeano, depois de escanteio do meia vascaíno. O volante alviverde subiu mais do que Mauro Galvão e do que os zagueiros palmeirenses e desviou de Marcos.
Dois a dois seriam pênaltis. Não fosse um ótimo segundo tempo palmeirense. O melhor até então em 1999.
Aos 2, Alex fez 3 a 2, de sola, aproveitando cruzamento de Rogério (que entrara no lugar de Galeano), e falha de Zé Maria (que jogaria no segundo semestre de 1999 pelo Palmeiras).
Aos 5, Arce bateu falta da esquerda, sem ângulo e ampliou para 4 a 2, em nova falha do goleiro Márcio.
O Vasco desmoronou. Marcos faria grande defesa em falta de Juninho, aos 19. Nem a expulsão de Júnior, aos 35, facilitou a vida carioca. Paulo Nunes quase ampliou, aos 41.
Com Alex e Oséas no lugar de Evair, Felipão enfim encontrava um time para acreditar. E o palmeirense, pela primeira vez em 1999, enxergava a equipe com a confiança que nem mesmo nas conquistas da Copa do Brasil e da Mercosul em 1998 ele teve.
O Palmeiras mudava de astral e patamar na temporada.
Libertadores da América/Oitavas-de-Final
Quarta-feira, 21/abril (noite)
São Januário
Rio de Janeiro (RJ)
Juiz: Wilson de Souza Mendonça (RJ)
Renda: R$ 161 550
Público: 15 215
PALMEIRAS: Marcos; Arce, Júnior Baiano, Cléber e Júnior; César Sampaio, Galeano (Rogério) e Zinho ; Alex (Roque Júnior); Paulo Nunes e Oséas (Evair)
Técnico: Luiz Felipe Scolari
VASCO: Márcio; Zé Maria, Odvan, Mauro Galvão e Alex Oliveira; Nasa, Paulo Miranda (Luiz Cláudio); Juninho Pernambucano e Ramón (Vágner); Donizete e Luizão
Técnico: Antônio Lopes
Gols: Luizão 2, Paulo Nunes 29, Alex 31 e Ramón 35 do 1º; Alex 2 e Arce 5 do 2º
Expulsão: Júnior