Copa América de 1987
Argentina 1987
Dados
Participantes 10
Organização CONMEBOL
Anfitrião Argentina
Período 27 de junho – 12 de julho
Gol(o)s 33
Partidas 13
Média 2,54 gol(o)s por partida
Campeão Uruguai (13º título)
Vice-campeão Chile
3.º colocado Colômbia
Melhor marcador Colômbia Arnoldo Iguarán – 4 gols
Melhor ataque (fase inicial) Chile – 7 gols
Melhor defesa (fase inicial) Colômbia – nenhum gol
Maior goleada
(diferença) Brasil 5 – 0 Venezuela
Estadio Olímpico Chateau Carreras, Córdoba
28 de junho
Melhor jogador Valderrama
A Copa América de 1987 foi a 33ª edição do torneio, realizada na Argentina. O regulamento deste campeonato foi o mesmo que nos três campeonatos anteriores com exceção dos jogos de ida e volta que não aconteceram já que foi realizado em uma sede fixa. Nove das dez seleções foram divididas em três grupos de três. O melhor de cada grupo, mais o campeão do torneio anterior, Uruguai, disputaram as semifinais.
Campanha do Brasil na Copa América de 1987.
Após a frustrante eliminação pela França nos pênaltis na Copa do Mundo do ano anterior, marcada por um tremendo golpe de má sorte, o Brasil mantinha quase a mesma base da Copa do Mundo para este torneio, com exceção daqueles craques que participaram da Copa de 1982, como Zico, Sócrates, Junior, Falcão, Cerezo, Edinho e etc, porém contava com algumas renovações no time que houvera vencido o pré-olímpico da Bolívia, qualificatório para as Olimpíadas de Seul, a ser disputada no ano seguinte, e que futuramente traria de volta a glória mundial ao futebol brasileiro, como Dunga, Jorginho, Bebeto, Valdo, Mazinho, os zagueiros Ricardo (Rocha e Gomes) e Romário, porém esses jogadores eram ainda muito jovens e configuravam o banco de reservas, tendo como titulares e principais estrelas na época a base do time do São Paulo campeão do brasileirão de 1986 (os menudos do Morumbi) como Careca, Muller e Silas, por exemplo, que já haviam sido, em sua maioria, transferidos para o futebol europeu, além de outros monstros da época , como o lateral Branco, o zagueiro Julio César e o goleiro Carlos.
Apesar da eliminação da Copa do mundo e do fato de que o Brasil não vencia a Copa América há 38 anos, existia grandes esperanças e expectativas, tanto por parte da imprensa quanto dos torcedores, de se trazer essa taça para o Brasil, afinal, era uma equipe repleta de craques reconhecidos internacionalmente, e que formava um time de encher os olhos de qualquer um.
Logo na sua estréia, o Brasil aplicou uma memorável goleada sobre a fraca equipe da Venezuela, que foi um verdadeiro passeio dos craque da seleção que não tiveram dificuldades nenhuma para atropelar uma equipe que diga-se de passagem, até então, nunca havia marcado um gol no Brasil. O próximo adversário do Brasil, então, era o Chile, que começava a formar uma boa geração de jogadores, mas que ainda não eram conhecidos, como o goleiro Roberto Rojas, o Zagueiro Astengo, o meia Jorge Veras e o atacante Rúbio, sendo que Astengo já atuava no futebol brasileiro, no Grêmio de Porto Alegre, e mais tarde Rojas viria a jogar no São Paulo. Parecia um jogo de cartas marcadas onde o Brasil era franco favorito, já que o Chile havia vencido a mesma Venezuela de forma "comum" (3x1) e o Brasil só precisava de um empate. Porém, na prática não foi bem assim, a defesa do Brasil estava irreconhecível, e cometeu diversos erros primários subestimando o ataque chileno, que apesar de jovem e desconhecido, possuía enorme qualidade, sem contar na impressionante e irretocável atuação do goleiro chileno, que fez defesas antológicas como uma cabeçada a queima-roupa de Careca.
Enfim, a despedida da seleção naquele torneio se deu de forma tão melancólica, que a zaga brasileira foi até chamada de "peneira" por um dos leitores da revista Placar que saíra na edição daquele mês, e aquela geração de jogadores haviam acabado de escrever o fim de seus ciclos na Seleção Brasileira, assim como o técnico na ocasião, Carlos Alberto Silva.