ARTIGO – Quem morre de véspera é peru – 06.07.2018 (PRL)
ARTIGO – Quem morre de véspera é peru – 06.07.2018 (PRL)
Não há um cristão neste mundo que possa me fazer ficar triste com a fragorosa derrota da Seleção Brasileira para a Bélgica, no dia de hoje, um país do tamanho do Estado de Sergipe (segundo falam), pelo placar de dois a um, num jogo realmente emocionante.
Não torci contra, todavia me reservo o direito de não vibrar, como antigamente, em face da maracutaia que ocorre no nosso futebol, bastando que se diga que existe um ex-presidente da CBF recolhido à prisão lá nos Estados Unidos, em face de acusações criminosas, devidamente comprovadas pelas autoridades daquele país. Esse setor que é por demais prestigiado, em especial pelas classes menos favorecidas, que muitas vezes deixam o que comer para comprar ingresso dos jogos e torcer pelo seu clube e/ou mesmo sua seleção.
Ora, era voz corrente na imprensa, em todos os veículos de comunicação, a absoluta certeza de que seríamos hexacampeões mundiais, ou seja, muito antes de a bola correr solta nos gramados da Rússia, que até está conseguindo boa colocação com sua equipe, que é razoável, mas eles sabem disso e praticam a humildade. Está mais do que provado que essa safra de jogadores brasileiros, embora encha os olhos do mundo, eis que quase todos militam em clubes estrangeiros, não nasceu para ser campeã do mundo.
Tive pena do Neymar, um grande jogador, mas que se perde com esse costume de querer captar penalidades máximas dos árbitros, como se essas figuras fossem desqualificadas e não tratassem esse tema com a mais absoluta seriedade. Aliás, já tive oportunidade de escrever sobre isso, mesmo em cordel, em tema que mereceu relevante apoio dos leitores, assinantes ou não do Recanto das Letras. Vejo, com tristeza, comentaristas que se dizem entendidos de futebol a reclamar até mais de uma penalidade máxima em favor do Brasil, o que francamente não vi e não houve de maneira alguma.
Confesso que me causou estranheza o fato de a delegação brasileira ter gozado de muitas regalias, não sei se por conta nossa ou dos próprios atletas e dirigentes. Levar dois cabeleireiros famosos na bagagem quer me parecer muita vaidade, quando se sabe que não iríamos participar de concurso de beleza, mas apenas de uma competição mundial.
Também me recordo da “pompa” de que se revestiam as entrevistas do “grande maestro Tite, que se transformou, pela Globo, na maior autoridade em matéria de futebol, suas técnicas, táticas e comando de grupo”, na realidade, um filósofo.
Nessas ocasiões, e já temos bastante prática disso, o resultado é voltar pra casa mais cedo. Volta Brasil, vem se agregar aos que aqui ficaram gritando loucamente em defesa do “nada”, porque futebol é ilusão.
Meu abraço.
Imagem da INTERNET/GOOGLE/UOL
Publicado por Sandragus.