Futuro das raposas
O futuro das raposas
Terminada a Olimpíada 2016 que projetou o Rio para o mundo durante 15 dias, segue-se agora a fase de tabular as avaliações e esquecer as falhas acontecidas (como fazemos após as eleições). Como não tenho acesso a estes dados nem aos critérios definidos, vou expor minhas rápidas considerações sobre o tema, após segmentar os avaliadores em poucos grupos.
Creio que os turistas, apesar de contratempos desagradáveis que alguns desfrutaram, devem gerar uma média acima de 9,2 para o evento.
Imagino que os profissionais que trabalharam honestamente para auferir adequados lucros nesta época de aperto, devem compor uma média acima de 9,4 para os festejos.
Desconfio que a grande massa nativa, que apesar dos enormes transtornos sofridos deixou aflorar o sentimento de orgulho por receber bem os turistas, provavelmente criará uma média em torno de 9,5 para emoldurar a festança.
Tenho certeza que os mentores e signatários do evento darão nota 10 pelas “comissões” recebidas geradas por contratos firmados para dar conta do bom funcionamento do cenário esportivo.
Estes elementos pouco se importam com o fato de não termos obtido mais do que 7 medalhas de ouro para nossa galeria de troféus. Quem desvia verbas destinadas às crianças e idosos, com certeza não possui espírito patriótico.
Também não se incomodam com os “micos” que criaram e os poucos problemas que quase arranharam o sucesso do projeto. Muitos atletas laureados com orgulho chegaram ao pódio por esforço próprio.
Três fatos são certos:
1 – nos próximos oitenta anos não conseguiremos chegar entre as oito melhores nações em termos de aproveitamento geral, porque não existe vontade política para tal objetivo, que para ser atingido exige que o tripé educação, saúde e esporte (que reduz legião de delinquentes abandonados) sejam gerenciados de forma a elevar a mentalidade nacional. Isto traria um grande prejuízo eleitoral aos pilantras que conduzem a nação desde a proclamação da república apenas visando seus lucros pessoais.
Quando Guga tornou-se campeão mundial de tênis e quando a seleção feminina de futebol sagrou-se campeã do Pan2007 imaginamos que medidas seriam implantadas no sentido de massificar estes esportes. Nada aconteceu. Quem pode sonhar que canoagem e salto com vara receberão algum tipo de atenção dos dirigentes públicos?
2 – Diversos equipamentos esportivos (chamados de “legados”) começarão a apodrecer e terão algumas peças subtraídas (como as vigas da Perimetral) no frescor das madrugadas.
3 – As dívidas resultantes da grandiosa festa começarão a ser quitadas logo após as eleições de outubro, com redução de verbas para as áreas já citadas bem como de outras que complementam o degradado cenário em que vivemos docilmente pagando impostos para estas raposas.
Os aumentos de produtos, serviços e taxas, congelamento de salários, desemprego e redução da segurança são os presentes reservados para o próximo Natal.
Haroldo / RJ