Para quem gosta de longas caminhadas...

Após completar 60 anos ousei iniciar caminhadas/trotadas percorrendo distâncias razoáveis, com 5, 6 e 10 km de extensão.

Obviamente não sendo mais um garoto e não tendo NUNCA sido um atleta na matéria, iniciei paulatinamente andando alguns metros, aumentando para 1 km, 2 km e assim sucessivamente até atingir os 10 km!

Entusiasmado com meu desempenho conseguindo completar os percursos sem demonstrar exaustão e também sem maiores dores musculares, resolvi testar minhas aptidões participando de algumas provas oficiais. Então se seguiram provas de 10 km em São Caetano do Sul, em Barra Bonita, em Jaú, em Parque do Carmo (Itaquera), no Parque Ecológico de São Paulo, no MEXA-SE Coop de Santo André, em corridas de rua SESI, em Marília, em Lençóis Paulista, intercaladas com prova de 6 km em Bauru, 5 km em Sorocaba, 5 km na I Prova do Tiro de Guerra de São Caetano do Sul e até caminhadas de 32 km realizada entre as cidades de Pederneiras e Bauru, de aproximadamente 26,5 km realizada entre as cidades de Pederneiras e Jaú, de aproximadamente 20 km realizada entre as cidades de Pederneiras e Boracéia e de aproximadamente 22 km realizada entre as cidades de Pederneiras e Itapuí...

Prosseguia de forma alvissareira com minhas caminhadas menores em meu cotidiano, quando se iniciaram as dores nos solados dos meus pés! Apreensivo por já ter tido notícias de algumas pessoas conhecidas que forçaram muito e de forma errônea seus calcanhares, inflamando com isso os seus chamados esporões, consultei um ortopedista que através exames realizados que constataram que eu sofria de Fascite Plantar, ou esporão, como é comumente designado, originado pelo estresse excessivo a que é submetida a região!

Confesso de tive uma grande decepção, haja vista que o costume de caminhar e realizar pequenos trotes apodera-se do organismo do indivíduo de forma tal que fica difícil de desvencilhar-se dele posteriormente. No entanto, fez-se necessário um meu afastamento enquanto tentava sanar o problema seguindo as orientações médicas que me foram passadas.

O tratamento que realizei consistiu de uma parte de fisioterapia, acupuntura, exercícios de alongamento da região afetada, aplicação de quente e gelado por três vezes durante o dia... Administrei também oralmente, algum medicamento anti-inflamatório!

Baseado nas experiências fáticas vividas e que foram acima mencionadas, ouso relacionar algumas dicas para aqueles que se aventuram ou se aventurarem, assim como eu amadoristicamente, em praticar essa mais do que interessante forma de manter uma vida saudável!

01) Obter parecer médico de que está apto para a realização.

02) Primordial munir-se de material adequado para a prática, principalmente no calçado, que NUNCA deve ser inadequado (assim como eu fiz...), observando que calçados destinados para o dia a dia devem ser totalmente descartados do uso (tênis de passeio, chinelos, sapatos, sandálias, etc.).

03) NUNCA aventurar-se em uma longa caminhada/corrida sem estar devidamente nutrido. Friso que na minha aventura vivida em Jaú, fui ‘presenteado’ com um desmaio quando me aproximava do meu 6º km. No hospital para onde fui levado desacordado, diagnosticaram que eu havia sido acometido de uma hipoglicemia. Estava muito mal alimentado. Menos mal para mim, que ao desfalecer na pista asfaltada, tive a felicidade de não ir ao encontro do meio-fio ou até mesmo do chão com a cabeça!

04) Hidratar-se convenientemente.

05) Procurar estar vestido com roupas leves (calção, bermuda, camiseta...).

06) Tentar minimizar o impacto dos calcanhares no piso ao executar as passadas.

07) Disciplinar-se na forma de respirar. Tentar na medida do possível, aspirar pelo nariz e expirar pela boca, normalmente.

08) Realizar seu ‘exercício’ em seu ritmo, não se deixando levar pelas aparências dos outros que também participam. Por exemplo, você pode ser ultrapassado por alguém que aparenta ser bem mais idoso (a) e fica ‘incomodado’ com situação e vai além do seu limite para poder ao menos emparelhar com ele (a).

09) Ao menor sinal de indisposição, interrompa, respire fundo e, se for o caso, solicite auxílio. Em minha caminhada/trote que realizei em Jaú, percebi que estava ‘saindo para esquerda’ e fui convenientemente alertado por um fiscal que indagou se eu estava bem e se pretendia seguir na prova. Respirei fundo e mesmo sem estar 100% insisti em prosseguir e ocorreu o que relatei no item 03.

10) Evitar ficar se preocupando com o tempo já demandado. Via de regra o tempo destinado para o evento já contempla capacidade de todos aqueles que participam, sendo o local da prova interditado para que todos terminem. Normalmente, os organizadores das provas colocam após os últimos, veículos que normalmente são afeitos a socorros e que também servem como sinalização de que haverá o encerramento da prova.

11) Na medida do possível NUNCA olhar para trás para verificar se é o último ou quantos ainda supera.

12) Como é amador e não está disputando NADA, pense que finalizando ‘numa boa’ a prova, estará de bom tamanho independentemente de ser o último a chegar.

13) Deixe para lá eventuais comentários jocosos de alguns que estão ‘apreciando’ a prova. Pense que estes gostariam muito de estar por lá, assim como você, cuidando de sua saúde e aproveitando um tempo para estar em um ambiente saudável. Como são incapazes, menosprezam aqueles que o fazem.

14) NUNCA tente ser ‘gracioso (a)’ ao atingir marcos que julga importantes em seu desempenho. Em minha primeira prova de 10 km em São Caetano do Sul, na qual estava devidamente assessorado por meu primo em segundo grau (que me trata como tio...), ao atingir a marca dos 8 km, fui incentivado por um fiscal para que prosseguisse ‘com fé’ pois faltavam somente 2 km. Sorrindo respondi que, enquanto executava um rodopio na pista, que podia até realizar o que faltava andando de ‘marcha ré’. Ocorre que, exausto como estava, perdi o equilíbrio e se não fosse uma pronta ação do primo em segundo grau teria literalmente ‘me esborrachado’ no chão e a minha gracinha teria tido um alto preço gratuitamente. Após retomar ‘o prumo’, tão envergonhado fiquei que tratei logo de seguir adiante em busca da finalização. Presencio casos em que alguns não tão jovens, quando restam alguns metros para a chegada, aceleram para cruzar o totem que sinaliza o ponto final, como se alguns segundos a menos fizessem toda a diferença para sua saúde. Estão ‘dando sopa para o azar’ e podem sofrer uma queda desnecessária. Outros, vendo conhecidos, familiares e outros que aplaudem sua chegada querem fazer o chamado ‘efeito Zagallo’, correndo de um lado para outro na pista realizando imitação do voo de um aviãozinho. Muito interessante para aqueles atletas chamados ‘de ponta’ que estão ‘com sobras’ à frente do(s) que o seguem. Se tiver de fazer alguma saudação, como eu faço, de agradecimento aos Céus pela proteção que lhe fez e que também auxiliou na sua conclusão da prova, o faça bem longe do totem de chegada, pois pode haver após você algum retardatário e ocasionar algum ‘encontro’ que colocará em risco a integridade física de ambos e, quiçá, até de algum (ns) incauto (s) que estejam nas proximidades.

Solicitando escusas para aqueles que não são muitos afeitos aos cuidados com a saúde e/ou aqueles que não são muitos adeptos a este tipo de prática, repasso abaixo a fonte do artigo que li e que me esclareceu bastante acerca do mal que contraí.

http://www.minhavida.com.br/fitness/materias/2525-como-surge-o-esporao-de-calcanhar