Noite Das Garrafadas: Brasil Império e Futebol, 1830, 1991.
Não costumo abordar fatos de futebol, mas até então o léxico me chamou atenção. Duas história um só título.
O primeiro episódio, ocorreu no Brasil Império, o segundo já ocorrido na época contemporânea, ambos seriam comemorações que foram levadas a hostilidades diferentes. Século XIX e XX, Brasil Império e Contemporâneo, a primeira data ocorrida em 1830 teve povos diferentes com outra mentalidade, pensamento, e interesse positivista, já a segunda ocorre em meio a arquibancadas no estádio de futebol Pacaembu em São Paulo.
No Brasil Império o episódio marcou um dos principais acontecimentos do período imediatamente anterior à abdicação do monarca, em abril de 1831.
Em 20 de fevereiro 1991, Flamengo e Corinthians disputaram um jogo na Libertadores em Cuiabá. O jogo ficou no 1x1. Era a estreia dos dois no grupo 3.
Também em fevereiro, mas com período e ano expressamente diferente em 1831, D. Pedro I viaja para Minas Gerais, sendo hostilizado pelo povo mineiro. No dia 11 de março ele retorna ao Rio de Janeiro, onde volta a encontrar oposição aberta nas ruas da cidade. O conflito culminou na noite do dia 13, quando os portugueses organizavam uma grande festa para recepcionar o governante. Tudo começou com o assassinato do jornalista Libero Badaró fundador do “Observador Constitucional”, um periódico liberal, e conhecido por denunciar o autoritarismo de D. Pedro I em suas matérias. O crime foi cometido por quatro desconhecidos, mas a suspeita do assassinato ficou sobre o próprio governante. como D. Pedro estava em viajem para Minas Gerais o povo Mineiro murmurava contra ele e vaiava aqueles que porventura o recebessem com educação. No dia 13 de Março, os portugueses organizaram uma festa de boas-vindas para D. Pedro, com o objetivo de promover suas ideias absolutistas e de tentar reanimar o governador. Aconteceu, porém que um conflito culminou com os ataques dos revoltosos liberais que utilizaram pedras e garrafas para destruir a ornamentação. Os portugueses refugiaram-se em suas casas atirando de lá pedras e garrafas quebradas nos liberais. Daí originou-se "Noite das Garrafadas".
Já em 1991 a revolta foi por outro motivo, foi por Corinthians x Flamengo, na fase de grupos da Copa Libertadores da América. No Pacaembu, em São Paulo, jogavam Corinthians x Flamengo, os dois únicos clubes brasileiros participantes daquela edição do torneio. Ambas as equipes precisavam do resultado positivo para alcançar a liderança do grupo.
O Flamengo dominou o jogo e abriu 2x0 contra a equipe alvinegra.
Os torcedores corintianos já estavam tensos com o resultado negativo, e a situação se agravou quando o bandeira Manoel Serapião, que corria em frente à organizada Gaviões da Fiel, teria feito gestos obscenos para a torcida paulista.
Por uma infeliz coincidência, naquele instante passava um carregamento de bebidas que abasteceria os bares do estádio. Não demorou muito para que algum torcedor atirasse a primeira garrafa no gramado (as garrafas de vidro ainda eram liberadas nos estádios do país), o que levou vários outros a fazer o mesmo. Muitos invadiram o campo, alguns para intimidar os jogadores e outros para tirar satisfações com o trio de arbitragem.
O jogo foi encerrado antes do tempo normal e o trio de arbitragem correu para os vestiários. A polícia tentou conter a invasão mas não pôde evitar as centenas de garrafas atiradas ao campo. Temendo serem acertados por uma delas, todos abandonaram o campo. Ambos acontecimentos culminaram em um só fato. Noite das garrafadas, sendo assim todos eliminados. D. Pedro, abdicou ao trono em favor de seu filho que tinha apenas 5 anos de idade, D. Pedro de Alcântara e D. Pedro deixou de ser imperador do Brasil e em seguida abandonou o pais. O Flamengo ficou com a primeira colocação do grupo e o Corinthians com a segunda. Ambos foram eliminados pelo Boca Juniors, da Argentina.