A PRESENÇA MALDITA DA MÍDIA NO FUTEBOL O ESTRAGA (Pt.I)
O galo detonou o Flamengo ontem pela Copa do Brasil. Se tivesse sido 4 a 0 ou mais ou quem sabe os 3 a 0 que precisava ganhar para passar sem disputar pênaltis ou quem sabe ganhando nessa disputa, mesmo eu entendendo que se tratava de um jogo com propósitos nada esportivos eu seria mais condescendente com a farsa. Ontem estava claro que tudo que se queria era que uma massa concentrasse seus olhos na tela da Globo para sofrer lavagem cerebral contra o PT (kkkk). É mais evidente, mas poderia ser o molde de opinião outra coisa. Se tivessem que por o Atlético ou o Flamengo como finalista pouco importava. Se bem que àquela altura já não dava mais para mudar o plano totalmente. Como não foi o resultado o que me livraria dessas suspeitas e foi o andamento do jogo exatamente da forma que favorece a midiatização, com drama para a torcida do Atlético se desesperar, estado emocional que facilita a entrada de mensagens subliminares, as que ajudariam a infiltração do conteúdo contratado na mente dos que se submeteram a ver e ouvir a transmissão, então, tô aqui apresentando o meu repúdio contra o futebol moderno. Repúdio que já dura mais de vinte anos. #EuNãoAcredito
A mídia começou a operar definitivamente no futebol nos anos 1980. Antes de então, pode ser que houvesse já um dedo do hoje quarto poder nas competições e abordagens dos atletas, mas, se sim, era algo plenamente singelo e mais fora de suspeita. Aqueles acordos para dar público nos estádios e renda para as instituições esportivas e de organização dos campeonatos se via nos 1970, mas, de tão caricato que era, as torcidas se submetiam sem demonstrar rancor. O futebol já era o ópio do povo, mas só iludia, não criava comportamentos adestrados. Viriam o filão ainda.
Ópio mesmo. O futebol é como droga. Uma vez viciado nele, condicionado nele, pois para mim não tem nada de paixão, o sujeito fica dependente. Mesmo se ele se tornar consciente de que é tudo uma lavagem cerebral para aparelhamento político ele discorda ou se torna cúmplice. Fica aquela tentação querendo tirar do objetivo o torcedor em estágio de libertação, o fazendo desejar ver o jogo ou saber um resultado. Aí ele sofre recaída.
O sistema já tem todos os cantos dominados e para onde o sujeito for ele vai ser lembrado de que ainda existe o futebol e como ele é, ra ra, fascinante. Dentro de casa pela TV (ainda que desligada, pode?), pelo rádio, agora tem a internet também; ao se andar pelas ruas há tabloides com manchetes provocativas em letras garrafais pendurados nas portas das bancas. Há pessoas comentando em todo tipo de ambiente, interno e externo. Para todo lado o futebol pode ser visto na cabeça de alguém como fruto do perverso controle mental que as pessoas sofrem. A maior parte dos comentários são inúteis ou são repasses de fraudes midiáticas assimiladas como verdades. E como se fosse coisa de suma importância. Nem mesmo se o futebol fosse sério ele seria de importância vital. Eu diria que o torcedor é paciente de uma perturbação psiquiátrica causada pela exposição diária ao mundo futebolístico. Que não cessa e nem se neutraliza. Os estádios e os ambientes onde se cultua o futebol são verdadeiros manicômios. E nada sanatórios. Uma vez acometido dessa doença, jamais se cura ou se imuniza. Só é equiparada à perturbação psiquiátrica causada pelas igrejas.
O desinteresse que sinto pelo futebol se deve à participação exagerada da mídia. Ela o torna bastante artificial e fútil. Descaracterizado. Eu já fui completamente alienado. O que me salvou foi esse exagero, que só não consegue visualizar que é tudo trama quem não quer. Eu quis. Percebi que não estou de passagem neste mundo com o simples propósito de ver o time que eu torço campeão de qualquer coisa. Meu projeto de vida não é trabalhar duro para gastar o dinheiro com produtos esportivos ou com bilheterias de estádios. Meu tempo é precioso para eu deixar de fazer coisas mais prazerosas, salutares ou repousantes e ficar prostrado no sofá em frente a um aparelho televisor vendo perna de homem correr atrás de uma bola ou sentado no cimento ou em uma dura cadeira feita de plástico jazente em uma arquibancada.
O quarto poder faz pelo futebol muito mais do que deveria. O papel era o de divulgar as competições, noticiar os resultados e transmitir os eventos. Agora não, agora controla o certame e isso é grave. Grave a poder ser enquadrado facilmente em processos de estelionato ou de falsidade ideológica. Todo torcedor espera ver grandes jogos ocorrerem naturalmente e títulos decididos no gramado, ganho pela melhor equipe, seja ela de onde for ou tendo a simpatia ou não do grande público ou dos aparelhos midiáticos. E não é o que acontece. O que acontece são jogos maquiados, produzidos para parecerem interessantes para quem os assiste para com isso gerar o fator interesse da população. O que gera renda e jorra fermento no bolo para ele continuar crescendo sozinho, formando torcedores e simpatizantes e os doutrinando com toda sorte de doutrina.
E o torcedor alienado não consegue enxergar que um gol perdido, uma bola na trave, outra em cima do goleiro ou os erros das arbitragens ou dos técnicos das equipes não podem ser acordados antes da partida. A participação dos jogadores nos lances pode ser robótica também, por que não? Sei citar vários casos de má vontade em lances, provocação de cartões, chute fraco ou errado em jogadas decisivas, passes errados, quedas na hora do chute. E não precisam arriscar colocando tudo quanto é jogador a par desse complô. Só as peças chaves. Os que vão aparecer muito ou pouco na mídia e que vão ter uma carreira financeiramente compensadora ainda que não brilhante. É fácil identificar esses caras. São os que viram técnicos, olheiros ou dirigentes de clubes ao encerrar a carreira. É a troca pelo silêncio. Analisa-se a carreira deles como jogador e tem-se a resposta do porquê de eles continuarem privilegiadamente na ativa. Se porque cooperaram aparecendo pouco e estando disponíveis quando o sistema precisou de uma participação espúria da parte deles, se porquê cooperaram aparecendo muito e com a atenção produzida para ele tapou os olhos do povo diante a uma corrupção dentro do segmento futebolístico ou até dentro de outro segmento, como o político.
Alguém já imaginou que o Brasil pode ter sido tirado da Final da Copa do Mundo 2014 por causa de um complô? Desiludindo de maneira fatal muitos brasileiros que sonhavam com pelo menos a repetição da participação da Seleção na Copa de 1950? Eu imagino que tenha sido esse complô contra a presidenta Dilma (kkk). 7 a 1 para a Alemanha na Semifinal serviria como uma luva contra a popularidade da presidenta. O público, que foi moldado a se vir insatisfeito com a realização da Copa no Brasil, a acusaria do malogro e com isso desistiria do voto pela reeleição dela mesmo se se tratasse de um beneficiário de algum dos programas sociais que foram lançados nos doze anos de governo do PT até agora. E vocês viram: antes do jogo o Jornal Nacional noticiou um crescimento da miséria no país nos últimos dez anos. Se isso for verdadeiro, a participação do Governo nisso, para mim, seria a de permitir que os reality shows, como o BBB, as telenovelas ou o movimento funk existam.
Uma derrota por 7 x 1 para a Alemanha teria efeito ruim para alguns jogadores que foram negociados com o futebol europeu. E não seria concebível o escore se alguns deles estivessem em campo. É por isso que apareceu a suposta contusão do Neymar no jogo anterior. Imagine o tanto que ele seria desvalorizado se tivesse jogado? E se foi mesmo uma contusão brava, como foi noticiada a tal fratura na costela, por que conseguiu ele jogar um amistoso pela Seleção um mês depois? E não é que outros jogadores titulares ou medalhões em seus clubes estrangeiros não participaram daquela partida ou da seguinte contra a Holanda?
Coisas como essas é que tormentam e abalam a crença de que no futebol nem tudo é possível. Tudo é possível, inclusive o que for o menos imaginável. E tudo tem um propósito. Sempre, eu acredito, insano. E quando o interesse é prejudicar alguém que incomoda os grupos que administram ou patrocinam o esporte, quando nos fazem ser condescendentes ou desviarmos nossa atenção com jogadas que favorecem só a eles, isso é crítico. Muitas vezes isso pode significar tiro no pé. Eles não se importam com a gente. Se o que tramam nos ferrar, vamos ser ferrados, vamos nos arrepender e nem vamos culpar essa parte da articulação, por não sermos capazes de suspeitarmos que ela teve envolvimento ou que foi aí que fomos apanhados. Quem é guloso sempre é predisposto a comer alimento envenenado quando alguém quer se ver livre dele; Quem é dado a paixões, é pego pela devoção a elas. Pela cegueira que elas causam.
Temos que ter senso crítico e rejeitar o futebol enquanto ele for assim. Temos que dar a ele a importância que merece. Colocá-lo no devido lugar. E não ficarmos escravos dele. Presa fácil para a gente que o administra e nos usa. Futebol é alegria boba, não é crucial para ninguém. Para que se tornar dependente?
Em 2009, um grupo de torcedores do Juventus de São Paulo iniciou uma campanha contra o futebol moderno: Ódio Eterno ao Futebol Moderno, um movimento já existente na Itália e na Inglaterra que combate os investimentos exorbitantes e a midiatização dos jogadores. A grande mídia brasileira não noticiou o movimento porque atacava o interesse dela se o mesmo prosperasse. Os que noticiaram: engessaram e desprezaram a informação. O velho controle sobre a opinião do consumidor de notícia em veículos de massa imperou.
A torcida jovem Setor 2 se rebelou contra a midiatização do futebol. Contra o favorecimento de clubes com transmissões de jogos e exposição de notícias a seu respeito. Contra a simpatização e fidelização a clubes, que são conseguidas mais comumente pelos que possuem títulos nobres ou projeção nos veículos de informação. Contra a divulgação de salários exacerbados (verdadeiros ou não) pagos a jogadores, técnicos e dirigentes. Contra os vazios escândalos midiáticos, as notícias fúteis envolvendo personalidades do meio, a participação destes em programas e comerciais de televisão ou em outros produtos de exposição na mídia. Contra a criação de idolatria, verdadeiros endeusamentos, de atletas. Ou a criação de rankings fantasiosos, como os de melhores clubes de todos os tempos ou clubes de maior torcida e etc. Contra a instauração e manutenção de rivalidades e consequente aumento da violência e da baderna nos centros de maior concentração de torcedores de futebol. Violência e baderna que são noticiadas com hipocrisia, com falsa preocupação da imprensa com a moralização do futebol e seus instrumentos ou com o pacifismo entre as torcidas.
O movimento também milita contra a infiltração de grandes empresários no circuito, ou o excesso de comércio envolvendo o nome dos clubes e o excesso de alienação do torcedor. As manobras eleitoreiras, a corrupção de cartolas e de jogadores. Estes, sempre mais compromissados com as notas do que com a camisa que defendem. Contra a tática de os narradores elogiarem alguns atletas, que só precisam realizar uma finta, um lançamento ou uma comemoração imbecil, e com isso enaltecer-se o megero e criar-se automaticamente uma valorização do seu passe ou da sua imagem para serem explorados. Por vezes, essas menções honrosas aos nomes de avatares praticantes do esporte servem para o levar para a Seleção com a plena adesão da iludida torcida brasileira. A tática inversa é a de perseguir-se jogadores que oferecem resistência ao complô ou que cometeram algo que deixou esse complô insatisfeito ou em maus lençóis com o público.
E ainda tem aquela coisa que na Itália ficou mais visível: a combinação de resultados para diversos fins. Fins como o de macular a Loteria Esportiva ou provocar uma engenharia social com base na entrega de títulos importantes para determinados times. E muita poesia e romantismo mentirosos, engenhados, vem contando a história de clubes, atletas e pessoas comuns que remetem ao futebol. Lega-se uma História artificial.
Quem tem dinheiro para investir em se tornar um grande clube, de grande torcida ou com muitos títulos (compra de títulos mesmo) se saí bem na mídia e alcança bom faturamento, que faz dos cartolas verdadeiros gangsters. O futebol parece que não sobrevive sem a mídia. Ficou muito complexo e caro. Mas, na verdade, é mantida a ilusão disso. É possível voltar aos velhos tempos de não tão grande estrutura e de jogos reais e de atletas realmente merecedores de fama e fortuna. Ainda é o povo que tem o poder de decidir isso. Basta que alguém o tire da cegueira e o motive a lutar por verdade no segmento de entretenimento social.
Não é preciso moldar as partidas para elas parecerem eletrizantes, dramáticas ou competitivas. Algumas mudanças de regras pode fazer o esporte correr naturalmente de forma a valer a pena ser transmitido pela tevê ou por outro meio de comunicação. Sem risco do marasmo do excesso de marcação ou do andamento lento das jogadas ou das jogadas que não dão em nada ou da grande ocorrência de passes errados. A regra do impedimento, por exemplo, uma das que mais entediam o espectador, só não acabam com ela porque é trunfo para que um árbitro corrupto invalide um gol ou anule um risco do mesmo. É ter boa vontade, respeito pelo torcedor e menos ganância que o futebol atende a todos.
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