Homenagem a Júlio César.

As forças individuais

“No que diz respeito ao empenho, ao compromisso, ao esforço, à dedicação, não existe meio termo. Ou você faz uma coisa bem feita ou não faz”.

Ayrton Senna

Parece meio atípico utilizar pensamentos filosóficos em Copa do Mundo, ainda mais diante do estigma que persegue o jogador de futebol no sentido de que a maioria deles são mercenários.

Entretanto, depois do jogo de ontem da Seleção Canarinho eu dou um voto de confiança para o nosso excrete a partir do momento em que o esforço individual ficou bem nítido. Não dá pra falar que os jogadores não correram ou que fizeram o chamado ‘corpo mole’. Se dedicaram ao máximo e caso perdessem a classificação todos poderiam questionar a capacidade tática e técnica do time, mas jamais criticar a falta de honra à camisa verde amarela.

O curioso é que os holofotes sobressaiam sobre o craque Neymar, porque é ele quem tem encantado os torcedores, mas, ontem, especialmente, não foram os jogadores de linha que brilharam. Os dez jogares da linha tiveram participam apática e não conseguiram se livrar da marcação ‘cerrada’ implantada pelo técnico do selecionado chileno. Quem brilhou foi Júlio César. Já vimos esse filme. Quem não se lembra de Taffarel decidindo o jogo quando este foi levado para a cobrança de pênaltis? Pois é. Como diz o sábio chavão popular: “Cada macaco no seu galho”.

Sempre que alguém é apontado como destaque em qualquer setor de nossa sociedade, logo vêm os sobressaltos e as ‘baixas’ que aquele protagonista vivenciou no aspecto existencial. Com Júlio César não é diferente. Ele passou por ‘poucas e boas’ para chegar ao jogo de ontem. Aí vem aquela frase de impacto: “Quem luta alcança!” Ontem ele chorou antes dos pênaltis pela pressão do momento e depois chorou outra vez em face de ter levado o Brasil para a classificação. Mas um exemplo de superação a ser aplaudido.

Fora essa particularidade do dia de ontem e apesar de todos os fluídos negativos que os pessimistas e interesseiros estão direcionando ao selecionado Canarinho, penso que a maioria do povo brasileiro está ‘fechado’ com o grupo.

Temos um time que aos poucos vai mostrando a sua ‘cara’. Não é um perfil de alguém esnobe ou de uma ótica distorcida com a realidade do certame mundial. Trata-se de um time de ‘entrega’. Os jogadores estão lutando e mostrando que estão a fim. Isso basta. Se não forem campeões outros fatores influenciarão dentro de campo, já que em futebol não existe fórmula matemática.

A confiança é uma coisa que se conquista. Esse grupo Canarinho aos poucos vai mostrando que não está ali de férias e nem tem exibido vaidades. Parece-me que os jogadores se nivelam como pessoas. Isso já é uma grande vitória em favor da seleção brasileira. Vimos em outros tempos que os jogadores se sentiam idolatrados e como tal envergavam suas atuações em face do próprio ego.

Vamos lá Brasil! Faltam só três...

Machadinho
Enviado por Machadinho em 29/06/2014
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