AOS ENTENDIDOS
Onde a oposição ao governo estabelecido é definida simplesmente em difamação e apontar os erros, o líder político não perde necessariamente a confiança do povo que o elegeu.
Muito do que se diz é encarado com reserva e cuidado.
Porque o povo sabe que esse tipo de oposição inclui tudo, coisas de toda lavra, verdades ou mentiras, inclusive absurdos equiparados a fábulas de peixes fazerem ninhos nas copas das árvores e os pássaros a desovarem nas corredeiras.
Ao contrário do que possam pensar alguns, o povo que elegeu o governo que sofre esse tipo de combate se entrincheira nos motivos que levaram a votar, querem manter as conquistas e duvidam do que é dito e assumem esse risco de que possam, talvez, estar errado.
Na minha opinião, é o tipo da oposição inútil, que só se presta pra encher o saco.
Barrada por essa inutilidade de opinião que já dura três governos e quase quinze anos, essa oposição volta-se para as realizações do governo eleito pelo populacho que ela entende não saber votar corretamente.
Buscam desacreditar as obras, e dessa maneira atingir, por modo indireto, o líder eleito.
Raciocinam que a morte das obras, será a morte do líder.
Esse raciocínio tosco não é novo.
Antigo, já foi até utilizado pelo escritor Franz Kafka, que, apesar de entendimentos em contrário, também sabia ser um grande gozador.
No seu conto "Um artista da fome" um sujeito pede um emprego num circo.
"O que você sabe fazer?"; perguntou o dono.
"Sei passar dez anos sem comer"; respondeu o artista.
E apela aos bons sentimentos do dono do circo dizendo:
"Se eu ficar sem comer morro de fome."
Condoído o dono do circo dá-lhe o emprego.
Mas quem aguenta assistir um espetáculo que terá a duração de dez anos?
A frequência do circo, que aumentou quando foi anunciada a novidade, começou com o tempo decair.
Até que um dia sumiu o último expectador.
E o faquir foi despedido.
Passa-se o tempo.
Anos mais tarde o dono do circo foi procurado por um cidadão.
Custou-lhe acreditar, mas o visitante tinha o tamanho de uma pulga.
Pequeno, pequeno.
Diz o sujeito:
"Lembra-se de mim? Eu sou aquele... faquir!"
"Mas como você, aquele grande artista da fome, ficou desse tamanho?"; indagou o dono do circo.
E o faquir:
"É que apareceu um entendido e disse que meu rival, em outro circo, em outra nação, era melhor do que eu. Então fui diminuindo, diminuindo, diminuindo, ... até ficar desse tamanho."
Como nesse conto, "entendidos" têm espalhado que somos macunaimas, vira-latas, mistura de raça que não deu certo, portanto inferior.
Que em decorrência da nossa escrota inferioridade
nosso país é um nada, cheio de todos os defeitos, impossível enumera-los tantos, que somos incapazes de realizar qualquer coisa a contendo, a realizar as mais simples tarefas.
Imagine bancar uma copa do mundo e uma olimpíada.
Essas grandes festas só sabem fazer americanos, europeus e japonêses.
Que estupidez a nossa imaginar igual a eles.
E assim diminuídos facilmente seremos arrebanhados como camundongos pelos predadores políticos de grande poder.
E como pulgas seremos colocados em nosso devido lugar, que é a senzala, lugar de onde o brasileiro nunca deveria ter saído.
E como somos inúteis, devemos ser tutelados.
Ocorre porém, que no futebol e na festa guardamos ainda na alma nossa paixão, nosso orgulho e nossa alta estima.
Aos entendidos, arruaceiros oportunistas, fica meu desprezo.
Ou antes: dou a eles a oportunidade de, enquanto a festa se realiza, promovam toda sorte de badernas, quebrem todas as propriedades particulares, invadam todos os jardins, quebrem todas as janelas e, no final, se saciem de sangue contaminado num cachorro sarnento, porque sim, vós sois pulgas...
Enquanto isso, o coração verde amarelo, baterá acelerado, quando o escrete canarinho entrar em campo para desafiar e suplantar, (se Deus quiser!), alemães, japoneses, americanos, ingleses, italianos e toda sorte de colonizadores.
E de pequenos, iremos nos tornar gigantes.
Que esse orgulho e essa força renovada, dê uma banana para esses "entendidos".
Que o Brasil seja o grande campeão.
Sim, temos grandes problemas como todas sociedades em construção.
Mas que os brasileiros sintam renovar a sua força como homens de bem que procuram construir um novo mundo, mais perfeito e justo, para todos e para nossos descentes.
Tudo dentro da ordem, da democracia e da fé.
Que a união da equipe seja a união de todos.
Unidos somos um grande povo.
Imbatíveis, ou quase, como nossa equipe de futebol.
Obrigado pela leitura e vamos para o jogo.
Sajob - 12/junho/2014