E LISBOA ILUMINOU O FUTEBOL ARTE

OPINIÃO:

A bem da verdade, o meu presente texto não é um artigo informativo, apenas um espaço que abri a mim mesma para avaliar, pensar e repensar alto (inclusive também sobre o nosso atual contexto da Copa do mundo de futebol 2014) frente ao show irrefutável do tal esporte que ontem foi levado ao mundo pela Espanha no estádio da Luz em Lisboa, península onde se protagonizou o final do campeonato da liga dos campeões europeus.

Algo realmente lindo de se ver, a gente nem respirava...de emoção.

Ali O Real Madri e o Atlético de Madri, de qualquer forma "cartelizavam" a consolidação dum futebol arte de encher os olhos e que valeria, de qualquer forma, (fosse gols numa ou noutra rede) uma vitória garantida para o seu país, o também último campeão da Copa do mundo de futebol, a seleção que brilhou em dois mil e dez.

Parei para pensar em toda nossa atual polêmica da Copa do Mundo, a que por aqui acende e acirra os ânimos sócio políticos de todo o Brasil, num ano em que, coincidência ou não, também decidiremos o destino da nossa Nação nas urnas, destino que também grita por gols de dias melhores, seja em que rede for, grito que acredito ecoar através da garganta algo embargada de todos os brasileiros conscientes, claro, porque "a gente não quer só comida, a gente que bebida, diversão e arte...para qualquer parte!".

Arte , inclusive no futebol! Sempre em campos férteis.

Somos pentacampeões do mundo na modalidade desportiva, queremos o hexacampeonato, claro que queremos, impossível negar, todavia, quando se fala das saudosas copas de futebol mundial conquistadas pelo Brasil, decerto que muitos imediatamente se reportam aos idos de mil novecentos e setenta quando o mundo se encantou com a seleção canarinho.

De fato era algo diferente, quase poético, algo saído duma época sofrida para a história dos nossos pódios de futuros campos que nos seriam não menos difíceis. Eu era criança ainda...e só saberíamos da história depois de vivida.

O esporte, em especial o futebol, é o mecanismo mais salutar para se desenvolver e simbolizar o trabalho em equipe, a disciplina em conjunto, o respeito pelos adversários e a consolidação da paz entre os que focam os mesmos objetivos.

É onde se aprende a ganhar ou perder com respeito e dignidade.

Dizem que futebol e política não se discute, bobagem, são irmandades simbólicas de logística de lutas representativas, porque decerto que são artes cuja ciências intrínsecas devam ser planejadas e mostradas claramente em campo, na atuação de técnicas e táticas para se chegar à quaisquer vitórias. Como o é em todos os campos da vida.

E decerto que também nenhuma arte ou ciência apenas sobrevive de sua História remota: para se manter no ápice perene das conquistas em campo é necessário seriedade, compromisso com o tema e bom desempenho constante na busca de um objetivo maior para todos, equipes e arquibancadas...senão as arenas caem...

Tanto no futebol quanto na política é preciso vestir a camisa, arregaçar as mangas e partir em defesa do campo próprio para que a plateia toda se convença de que é bem representada pelos "donos das bolas" e se beneficie dos mesmos louros adquiridos... e justamente divididos nos pódios que representam uma coletividade toda.

A mim, ontem, depois de assistir extasiada o show do final da liga dos campeões europeus, me reportei paralelamente ao nosso terreno que sediará a Copa atual de futebol mundial e tive a percepção emocional do quanto deve ser gratificante comemorar o sabor dum campeonato conquistado em meio ao já enfrentamento da recente crise econômica européia, posto que, ainda em recuperação da economia drasticamente atingida que alarmou a Península Ibérica, percebemos que foi apenas mais uma recuperada crise histórica do velho mundo "sustentável", ou seja, mais uma dificuldade enfrentada em campos bem diferentes dos do novo mundo cada vez mais "insustentável", decerto porque se instalou numa conjuntura de cidadania consolidada na história, sobre povos de maiores discernimentos humanísticos e indiscutíveis lutas legitimadas pelas dignidades cidadãs do todo na implementação histórica das suas prioridades sociais.

Nós , ao contrário, sediaremos um Campeonato de Futebol que nitidamente alavanca outros interesses que não apenas gritarmos gol para que saciemos todas as nossas fomes no nosso futebol arte.

O preço dos nossos gols agregam o alto custo de muitos gols sociais perdidos ao longo do tempo.

Futebol arte? Talvez, aquele saudoso futebol lá do tempo da seleção canarinho...em que se vestia a camisa pelos brasileiros e brasileiras, de verdade. Aquele que ensinamos para o mundo...e o mundo prontamente o aprendeu com excelência.

Hoje, por convocação, recolhemos nossos tesouros individuas do futebol arte espalhados pelo mundo, pés milionários que também sustentam gols que escondem outros objetivos internacionais, agora para nos reconstruirmos como cidadãos do mundo... nos campos das nossas improvisadas arenas da hora.

O mundo mudou e o futebol do mundo também.Toda fila anda...

Já não somos os canarinhos hegemônicos do futebol arte.

Todavia, o importante é que conservemos nosso coração alegre, o de brasileiros que sonham com o hexa, porque como sempre digo, "afinal, temos que ser campeões em alguma coisa".

Prá frente Brasil, rumo ao hexa...eu torço sempre. Acreditem.

Que Deus ilumine a nossa conhecida boa fé de gente do bem, tinja de verde-amarelo, qual tatuagem, nosso circulante e ávido sangue vermelho de paixão pelo futebol e nos faça, ainda que simploriamente, acreditar que a nós só nos basta gritar gol...e sermos bons anfitriões ao mesmo mundo que ora nos sinaliza e nos cobra as direções a ser tomadas nos nossos campos.

Decerto que na boa fé, teologicamente rogando, todo o demais nos será prontamente acrescentado...na medida mais que medida do nosso real merecimento.

Boa sorte...e competência em campo, querido Brasil. Em todos eles.

Porque nada nem ninguém sobrevive só das glórias do passado.