O GOL DO GESSÉ

O GOL DO GESSÉ – Rm 13.7

Jogador de futebol amador do Rio Branco, no Acre se notabilizou por ter marcado um Gol olímpico que nem mesmo o Pelé, o “Atleta do Século” conseguiu fazer em toda a sua trajetória futebolística.

Seu “tento” foi marcado no dia 22 de abril de 2014 (aniversário do Descobrimento do Brasil). O chute que aplicou na bola “pegou” o goleiro adversário no “contrapé”, ou mais especificamente, retornando à sua meta, mas sem êxito. A bola foi pelo Gessé rebatida de imediato, sem muito esforço, com certa precisão, mas bem direcionada, tomou o rumo da meta adversária, havendo o goleiro conseguido apenas tocá-la de raspão, na ânsia de tentar impedir que a “jabulani” resvalasse para o “fundo” de sua rede, tendo sido, por ela vencido, infelizmente.

O Gessé arrancou gritos de euforia na torcida de seu time, pois não era para menos, pois acabara de efetivar um golaço olímpico, dos mais cobiçados entre os jogadores de futebol profissional do mundo inteiro. Um gol para abafar e sufocar a torcida adversária ou, no mínimo, arrancar tremenda admiração de quem aprecia grandes emoções nos estádios

A distância foi de cerca de 70m ou mais, não sei ao certo. Ele tocou na bola em seu

campo de defesa, antes do círculo central do gramado, na lateral direita.

Por esse gol, que se pode considerar um feito inédito e espetacular, recebeu uma placa comemorativa. Recebeu ainda condecoração da CBF e da Fifa e elogios de jogadores profissionais, tais como Emerson Sheik, Carlos Alberto Torres (capitão do Tri Campeonato Mundial, no México), Ronaldo Fenômeno e, certamente, de milhares de outros anônimos por outros meios de comunicação e pessoalmente de seus amigos e conterrâneos, pelo arremesso inusitado.

Tudo isso foi publicado conforme reportagem televisiva da Rede Globo, no “Globo Esporte” de 30 de abril do corrente ano. Mas, esta mesma emissora de televisão, publicou, nesta data de 14 de maio de 2014 que o mesmo Gessé, dias após emplacar o “gol olímpico”, deixou de marcar um “gol feito”, estando ele “debaixo das traves” do goleiro adversário. A bola surgiu a sua frente, após um arremesso que lhe foi favorável, deixando ele escapar um nítida oportunidade de gol, ocasião em que enroscou-se todo em seu próprio desequilíbrio corporal, lançando a bola fora de campo, desengonçadamente, merecendo, portanto, receber a premiação de finalizador “bola murcha”. Foi um fiasco desta vez!

Diante disto, a gente extrai algumas lições de vida, a saber: (1) Basta um momento para eternizar um gesto, um tento, uma ação de uma personalidade pequena ou insignificante aos olhos da maioria. (2) Um pequeno feito nos põe no pedestal altíssimo, entre os talentosos do mundo inteiro. (3) Uma ação rara faz com que concretizemos o acerto de um alvo difícil, perseguido por muitos, mas alcançado apenas por um, no esforço de um bom posicionamento. (4) Num só ato, a gente vê a realização de um sonho de muitos acontecer conosco, no inesperado, sem que a gente o busque com muita insistência. (5) Como também a gente sofre a perda de uma clara oportunidade de repetir um ótimo desfecho ou um bom êxito, mas tudo se esvai por descuido ou por nossa imperícia, imprudência ou impaciência.

Muniz Freire, 14 de maio de 2014

Fernandinho do forum