Qual é a sua expectativa?
Fico curioso para saber qual é a expectativa geral do povo brasileiro quanto a essa Copa do Mundo que está aí bem próxima.
O próprio mandatário geral da Fifa (aqui no Brasil), o Sr. Valcke tem sido um cidadão de palavras esparsas sobre o Brasil, uma vez que temendo algum problema na construção e na entrega dos estádios colocava dúvida na logística. Isso ocorreu quando existia alguma pendência nas obras dos estádios. Tanto que semana passada ele dava conselhos para que os estrangeiros ficassem atentos caso viessem desembarcar em Terras Tupiniquins. Entretanto, deve ter tomado um ‘puxão de orelha’ do alto escalão da entidade Mor do Futebol Mundial. Alguém deve ter dito para ele: - Você é um ‘topeira’! Está organizando o campeonato no Brasil e ao mesmo tempo fazendo uma apologia negativa do país. - Que ‘diabo’ de empresário é você para denegrir seu próprio negócio? Isso o fez mudar de ideia. Hoje os sites indicam que ele chama o Brasil de: “Um país incrível!”
Negócios à parte. O que importa para nós brasileiros é o que vai ocorrer daqui a pouco menos de 30 dias. Não vejo nas ruas e nem no espírito do povo um clima próprio de euforia para quem está em vésperas de ser o holofote do mundo em termos de unanimidade na mídia e em termos de estarmos na mira de todos os povos e de todos os Governos desta gloriosa Terra de Deus.
Vejo as coisas com profunda tristeza. De uma parte vejo determinada camada política torcendo para que a Copa do Mundo seja um desastre para que o Governo que hoje está nas mãos do PT saia desmoralizado e crie situação convincente para que a oposição (partidos de direita) retorne ao poder.
Já o povo não tem muito com o que comemorar. Primeiro porque não se entende como o Governo pode ter dinheiro para construir e reformar tantos estádios e não ter para construir um país que dê vida digna para a população? Aí diriam os mais astutos. Sucede que nesse caso o dinheiro surge para se criar oportunidade de retorno, já que privilegia empresas que sempre ‘mamaram’ nas tetas. Segundo porque mesmo dando-se oportunidade para o crescimento dos empregos e assegurando negócios para o turismo, não se investe com o rigor necessário nas prioridades que poderiam deixar um legado mais abrangente? Aí diriam os melhores estadistas. Não era hora de o Brasil melhorar seu sistema de transporte, por exemplo. Não. O transporte tem um problema crônico que não será uma Copa do Mundo que vai consertá-lo!
Mas e daí? A Copa do Mundo vai começar de qualquer jeito!
Pois é. Quando a bola rolar o povo vai ficar, mais uma vez, anestesiado.
Creio que muitos de nós vamos vestir a camisa amarela e vibrar com os jogos. Acho até que não pode ser diferente. Como diria aquele velho ditado: A gente dança conforme a música!
Há outra alternativa? A meu ver nenhuma. Os problemas do Brasil são de ordem cultural. Eles continuarão existindo porque a maioria dos brasileiros ainda não aprendeu a dominar seus impulsos. Isso quer dizer que em certas ocasiões não mensuramos as razões das coisas. Temos um sistema eleitoral que vive atrelado na segurança de quem domina os partidos. Isso é algo a ser revisto. Qualquer pessoa que tenha boa intenção será manipulada depois de eleita. Por que isso ocorre? Porque tem de prestar contas com quem o elegeu. Com quem investiu em sua candidatura. Isso assusta!
Portanto, não vamos ser hipócritas a ponto de creditar todos os as nuances negativas de nosso país ao Governo que está aí. Esse Governo de agora tem parte da culpa. Somos vítimas de um sistema que está implantado há muitas décadas. Nem a democracia conseguiu alavancar o país para uma era de renovação de princípios. Estamos atrasados em tudo.
Entretanto, quando a Copa do Mundo começar não é hora de agitação. Toda a imprensa mundial estará voltada para nosso país. Nessa hora só vão aparecer os oportunistas que não estão nem aí para o Brasil. Eles só pensam em si próprios.
Quando a bola rolar, não há outra coisa a fazer a não ser torcer pelo Brasil. Sabemos que o Felipão é um treinador ‘durão’. Ele encarna no futebol aquilo devemos ser como pessoa. Ou seja, alguém disciplinado que quer resultado. O Felipão mostra como poderia ser a pátria. Ou seja, alguém com espírito de japonês. Admiro aquele povo oriental. Eles sobrepujaram guerra e desastres naturais para ser tornar um povo arrojado e de princípios morais.