Sobre a copa do mundo
Estamos levando um golpe, a imensa falcatrua está em pleno andamento, o que fazer agora?
Para dar uma resposta a essa pergunta devemos compreender a maneira como foi articulada a artimanha.
O Brasil se encontrava fora do mundo, e queria participar, naturalmente. Certos indicadores econômicos sugeriram que o país emergia de uma crise econômica como uma potência mundial. Nesse cenário, o governo brasileiro se mobilizou para trazer a competição para o país. Ingenuamente, pressupôs que a FIFA, associação notoriamente corrupta, fosse uma entidade idônea. Pôs-se, então, à mercê de todas as suas exigências. Desse modo, a FIFA voltou os olhos para o país e condescendeu em fazer uma copa aqui, em paragens tão longínquas, exóticas, e esquecidas.
Ocorre que a FIFA é um antro de pilantragens usado por trapaceiros do mundo todo para a lavagem de dinheiro, razão pela qual as cifras monetárias que acompanham as transações entre os clubes atinja níveis tão estapafúrdios. Tendo pressuposto a idoneidade da instituição, foi natural se colocar nas mãos dos embusteiros, aceitando as exigências mais absurdas como se fossem admissíveis e naturais. Os velhacos da FIFA perceberam, de imediato, a oportunidade, e passaram a fazer exigências completamente disparatadas, aceitas submissamente pelos brasileiros, na ânsia de trazer para cá a competição, e colocar-se assim no centro do cenário mundial.
O absurdo mais gritante do golpe foram as cifras monetárias envolvidas: acabaram sendo gastos dezenas de bilhões para a reforma de estádios, um completo disparate. Uma cifra tão absurda só se tornou “aceitável” devido ao fato de estarmos completamente fora do cenário mundial, excuídos da promoção de eventos desse tipo. Pressupondo que os trambiqueiros internacionais fossem pessoas idôneas, o governo garantiu o pagamento das fortunas absurdas, acreditando na decência dos golpistas.
Outros disparates foram exigidos, como zonas de exclusão em torno dos estádios, ação descarada, ilegal e francamente abusiva. Remoções de moradores pobres têm sido feitas brutalmente, em decorrência de tal exigência.
Mas, não adianta chorar sobre o leite derramado; boa parte do dinheiro já foi pelo ralo, resta pensar no que fazer agora. A proposta de boicotar, ou impossibilitar a realização da copa me parece duplamente tola: perderíamos os investimentos e a razão deles: a festa. Mas, o que fazer, então?
O primero passo consiste em se conscientizar do golpe. Estamos sendo vítimas de trapaceiros internacionais. Esses impostores se associaram aos pilantras locais para repartir com eles a imensa bufunfa: muitos BILHÕES de reais. A quantia é inimaginável. Muita gente está metendo a mão nessa grana: certamente os pilantras da FIFA, empreiteiros, políticos, intermediários, e outros; suspeito que os maiores gastos decorrem da importação de aparelhos de alta tecnologia, construções de prédios não poderiam justificar cifras tão exorbitantes.
Tendo constatado se tratar de um golpe, a primeira providência é localizar o dinheiro: quem está levando essa grana? Tendo descoberto quem já meteu a mão na bufunfa, cabe congelar as contas e pedir explicação pelo fato; os que se apossaram da fortuna devem justificar o ganho.
Os pagamentos devem ser cancelados, ou reduzidos à quantidade necessária para o término das obras. Os pilantras da FIFA deverão ficar detidos para que expliquem os gastos realizados. As leis brasileiras revogadas pelas exigências da FIFA devem voltar a valer. Os que se locupletaram com a fortuna exorbitante devem devolver o dinheiro que embolsaram e passar uns tempos na penitenciária, incluindo os diretores da FIFA.
Depois dessa faxina, façamos uma bela copa do mundo; que seja o canto do cisne do futebol brasileiro, agora, depauperado pelos gastos imensos com a manutenção futura de estádios extremamente onerosos. Mas prendam os pilantras responsáveis por isso!