Futebol e suas filosofias
Futebol e suas filosofias
Quando criança, jogava futebol com pai e amigos. Vejo que em nossa cultura o futebol fez parte da formação existencial, e que é um estilo de vida. Apesar da crise atual do futebol brasileiro, em comparação ao europeu, resta que agora com a Copa do Mundo tenhamos uma luz de revelação de novos talentos. Vemos, contudo uma grande sabedoria, seja em jogadores, técnicos, treinadores, árbitros e todo o circo que envolve o futebol.
Atualmente sabemos os times que estão bombando, como a Alemanha e alguns europeus. Contudo lembramos que a seleção brasileira tem seus talentos, o gênio de grandes craques, mesmo que não estejam em seu melhor momento. Mas mesmo um Japão tem um bom time, e na Copa de 2010 vimos essas revelações. Também agora a França volta com mais força, e a Argentina está numa chave fácil. Esperamos uma final de Brasil e Argentina. Lembra tudo isso que os times vivem ciclos de vitória e perda, e assim mostra que a história se repete, numa quase filosofia hegeliana.
Mas como ensinou Nietzsche, o que não nos mata, nos deixa mais fortes. Assim se nosso time teve uma crise na copa anterior, resta que observamos essa lição de virtude e humildade. Sabemos que antes entrávamos comemorando a vitória antes de tudo, e caímos na surpresa de perder. Havia uma crise de conflitos e jogadores competiam mais um status da fama, que o próprio campeonato. Havia jogo na copa de 2010 que a seleção brasileira não havia dado um chute. A ética aristotélica e suas consequências acabaram por inexistir, e pensamos que o líder tem de ter virtude, ser não intemperante. Há a justiça em um jogo, e por isso da figura do árbitro. Ainda mais com a tecnologia auxiliando, tem de se errar cada vez menos.
Vemos a arte nas jogadas de efeito, nos chutes de “trivela”, nas pedaladas, sem pulo, lambretas, nos elásticos e mais uma série de jogadas que embelezam o esporte. E o esporte em si é comemorado, numa paz entre as nações e na tolerância, diversidade e compreensão de diferenças culturais. Futebol é cultura. Lembramos na beleza do povo brasileiro, descrita por Darcy Ribeiro. Lembramos de uma série de vitórias e de qualidades nacionais. O futebol, apesar de perder aquele encanto de antigamente, haja vista muito dinheiro e fama, continua ainda sendo futebol. Há uma coisa meio de Parmênides, um ser que não se altera. Vemos o futebol o mesmo, apesar de que há as mazelas de lideranças, de jogadores que trocam tudo por dinheiro e de valores que se alteraram. A moral contudo fala mais alto, e o torcedor tem sua crença. Que venha a copa e torcerei pelo Brasil, porque perder no passado trouxe humildade, uma filosofia cristã, o amor feito doutrina. A bola se torna uma hóstia que une os homens num sentido maior.