Grande mengão.

Sou santista, mas, caso fosse permitido e aceitável ter dois times, o segundo time de minha admiração seria o flamengo. Aliás, é o flamengo. Um time de tradição e acostumado a título tal qual o histórico do Peixe da Vila Belmiro. Mas, os parabéns devem ser dirigidos exclusivamente àqueles que têm esse time como único, ou como primeiro no coração.

Considero o flamengo e sua torcida um fenômeno. Lembro-me que na idade dos meus vinte e poucos anos eu estava certa vez em uma praia sulista e fiquei deslumbrado com o contingente de torcedores do flamengo na região. Geralmente essas pessoas torcem para Grêmio, Internacional ou algum time de Santa Catarina ou Paraná. Naquela época o flamengo tinha Adílio, Zico, Paulo César Carpegiani, Andrade, Nunes, Júnior e muitos outros jogadores de nível de seleção. O time, para variar, estava numa final e as pessoas das diversas partes do país se reuniam em barzinhos para ver o flamengo jogar.

Em qualquer lugar que o Flamengo vai jogar os estádios ficam lotados. O time tem torcedor até no nordeste que é uma região muito apaixonada pelos times da casa. Não tenho nenhuma dúvida de que o contingente de torcedores flamenguistas é bem maior do que o número de torcedores corintianos. Talvez não seja uma torcida tão vibrante quanto ao do Corinthians, mas é melhor distribuída pelo Brasil.

O Flamengo sempre foi e sempre será o rei do Maracanã. Já fez partidas memoráveis naquele colosso de concreto. Por isso foi justo que o Flamengo, no retorno dessa histórica arena brasileira fosse o primeiro clube Tupiniquim a erguer um troféu em seus domínios. E que beleza o cenário de ontem. Um estádio naquela dimensão, com traços modernos (depois da reforma) recebeu sua lotação máxima. Um colorido que oscilava entre o vermelho e o preto. Coisa linda de se ver.

E o time então! Fez por merecer o título. Sem badalação como na época em que a diretoria se vangloriava de criar um ataque dos sonhos, embalado pela contratação de Romário, Sávio e Edmundo. Não deu certo. Muita vaidade não cabe em único clube, especialmente com a chamada ‘cultura do rio’, onde os atletas que mais se destacaram no aspecto de qualidade, eram, por excelência, indisciplinados nos treinos e nos momentos de concentração. O time de hoje é diametralmente oposto. Um elenco sério, sem craques, mas apegado ao sistema tático e à garantia de não dar fôlego para o adversário jogar.

No jogo de ontem, fora as jogadas do gol, quem se destacou foi o jogador Luiz Antônio. Um jogador versátil, rápido, veloz, perigoso na linha de fundo, com bom aproveitamento nos passes. Um jogador que estava em noite inspirada e foi quem criou boas jogadas no meio de campo e nas extremas. O Elias fez o gol apenas. Não brilhou e nem reeditou jogadas realizadas em jogos anteriores. Entretanto, o Paulinho é daqueles jogadores que eu admiro porque reúne em sua performance o único fundamento que encanta os brasileiros. Ele vai pra cima tenta o drible e não tem medo das jogadas mais ríspidas. Em face desta sua ousadia é que ele conseguiu sair de um defensor dentro da área pequena do Atlético-PR, com uma finta em pequeno espaço, para erguer a cabeça e ver o Elias chegando. Uma jogada de quem sabe.

Ontem fui Flamengo e vibrei junto com a Nação rubro-negra. Aliás, nem que eu não tivesse nenhuma simpatia pelo time eu iria me esforçar para deixar alguma mensagem para os novos campeões da Copa do Brasil. Esse é o papel daqueles que têm responsabilidade de compartilhar as emoções alheias. Aqui a gente faz as coisas de forma amadora, mas com o cuidado de estar presente em todos os momentos de emoção daqueles que comungam o sentimento de torcer pelo futebol Tupiniquim.

Machadinho
Enviado por Machadinho em 28/11/2013
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