Cuspindo no gramado: questão de educação

Na noite passada encontrei meu amigo Jethro na saída do clássico entre os clubes da elite do futebol do Rio de Janeiro, no novo estádio do Maracanã. Inconformado com o resultado, Jethro se afastou da sua guarnição da Polícia Militar, e não falava em outra coisa a não ser reclamar do árbitro, que prejudicou fatalmente o Tricolor carioca.

Concordei com ele, tínhamos tudo para ganhar aquele jogo, porque estávamos com o grupo completo. Ninguém afastado por contusão, o novo treinador conseguiu incutir na mente dos jogadores as melhores táticas e fez florir a vontade de ganhar, que há muito tinha se esvaído.

Apesar disso, perdemos mais uma partida e a tristeza trouxe ao meu amigo um grande desgosto pelo futebol. Ele dizia: “Nunca mais você me verá neste estádio!”

Jethro me falou que, já que o jogo estava ruim, passou a observar lá do gramado – foi de lá que ele assistiu a partida, certas atitudes dos jogadores dos dois clubes, que o irritaram profundamente. Comentou com incisivo repúdio, que nunca tinha observado uma prática que hoje em dia é comum entre os jogadores do mundo todo, de cuspir no gramado, repetidas vezes.

Ele não entende como podem se comportar dessa forma, os atletas que, como profissionais, são remunerados para apresentarem o “futebol show”, e não o “futebol desrespeito”, como presenciou naquele dia.

Jethro está certo, porque pensando bem, para que cuspir? Será que é por causa de um problema de saúde que vem essa necessidade? Acho que não, porque quase todos agem dessa forma repugnante, até os técnicos dos times.

Eu e Jethro não jogamos mais futebol porque a idade já não nos permite, mas quando éramos mais jovens, jogávamos e não cuspíamos. O que terá mudado ao longo do tempo? A educação dessas novas estrelas dos gramados falhou? Falharam os pais e professores porque esqueceram de ensinar noções mínimas de convivência com o coletivo?

Ao preparar a cusparada, o jogador faz um esforço sobre-humano para reunir saliva e soltar no meio do gramado.

Mas não é no gramado que eles andam, correm, caem, rolam, e às vezes “beijam” a grama? Tudo isso no meio das cusparadas?

Jethro disse que contou quantas vezes naquele jogo viu os atacantes do Botafogo nessa atitude deplorável: 65 vezes! Isso sem contar o restante do elenco, o conceituado time adversário, os dois treinadores e os membros das equipes técnicas. Ele observou que o gramado no final do jogo estava coberto por uma película branca, que não dava para ver o verde da relva.

Jethro decidiu que isso não irá ficar assim. Pedirá uma audiência com as autoridades cariocas a fim de sugerir que seja aplicada uma espécie de multa para quem praticar a “cusparada em campo”, da mesma maneira como está sendo aplicada sanção aos contribuintes cariocas menos educados que sujam com papeis, plásticos, pontas de cigarros e latinhas, a Cidade Maravilhosa.

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JRoswell
Enviado por JRoswell em 28/09/2013
Reeditado em 28/09/2013
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