A copa para gringo ver.

Esta semana deparamo-nos com a euforia proclamada pela tv. Começou a copa das confederações.O Brasil luta por mais um título "importantíssimo"!

De repente, o ufanismo se instala. Vemos torcedores emoldurando nossa bandeira, indo às lágrimas ao ouvirem o hino nacional. Somos brasileiros e temos orgulho disso; melhor, quando estamos no campo de futebol. Mas este orgulho acaba se temos que cantar o nosso hino em qualquer outro lugar; aliás, temos até vergonha de nossa bandeira. Isto não é patriotismo, é ufanismo momentâneo.

Por outro lado, nas mesmas redes, jovens são convocados a protestarem na rua contra o aumento de passagens e os gastos exorbitantes nas construções dos "elefantes brancos". Infelizmente,

protestamos também, quando apareceremos na tv, quando haverá repercurssão. Somos sempre massa de manobra por um lado ou por outro.

Fico a me perguntar; por que estas situações acontecem entre nós? Com certeza, porque não somos e estamos longe de ser país de primeiro mundo.

Milhões e bilhões gastos em estádios que ficarão como eternos monumentos para nada. Tudo para gringo ver. Temos que apresentar ao mundo um país que não existe. Nossos estágios têm cobertura moderna, gramados cultivados na Espanha, cadeiras ecologicamente corretas; mas não conseguimos cobrir uma boa parte de escolas com telhados, carteiras e vidraças quebradas. E, nestas mesmas escolas, até por ordem governamental, terão que parar suas aulas para aplaudir a seleção. Afinal, a pátria está de chuteira.

Acho que por aqui, em nosso país, a pátria só terá chuteira. Vamos perder de goleada em qualquer torneio moderno, quando se fala em educação e saúde.

Com certeza, se no país houvesse o básico em educação, os protestos seriam bem organizados e não acolheriam milhares de baderneiros de ocasião e partidários políticos; nossos estágios seriam construídos, não em detrimento de um bom hospital público e estaríamos carregando uma bandeira, não para torcer, mas por orgulho de sermos brasileiros. Espero estar viva para ver este tempo.

Ana Teresa
Enviado por Ana Teresa em 17/06/2013
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