Nosso declínio

Na mesma semana em que Felipão divulgou os 23 jogadores que formarão o plantel brasileiro, na Copa das Confederações, três times de excelente expressão nacional estão fora da Copa Libertadores. Seria uma simples coincidência ou a indicação de que nosso futebol está em baixa e o excrete canarinho goza da mesma fase negra?

Eu diria que sim. Os times brasileiros por mais que montem um grande plantel não sabem se manterem vivos na Copa Libertadores, especialmente quando a competição vai afunilando. Só o Palmeiras não jogou bem e foi desclassificado. O jogo foi uma lástima e o ‘frangaço’ do goleiro Bruno foi a ‘pá de cal’ para o time mostrar-se apático e não conseguir reunir energia positiva para superar o adversário.

Entretanto, não se pode dizer que o mesmo tenha ocorrido com o Corinthians e com o Grêmio. O jogo do Timão foi protagonizado por lances que fizeram do time um vencedor sem ter vencido. Tanto foi assim que a torcida, mesmo deparando com o sabor da desclassificação não arredou pé do Estádio, numa demonstração de que mesmo o time estando fora da competição sul-americana a galera presente ao estádio reconheceu que a equipe lutou como pode, mas, infelizmente, não conseguiu o resultado esperado. Isso sem contar com a polêmica envolvendo a atuação do árbitro.

Com o Grêmio ocorreu algo inusitado, embora o jogo tenha reservado momentos grotescos como foi o caso do centro avante Barcos ter saído de campo reclamando incisivamente com a sua saída antes do término do jogo. O Grêmio tem um excelente plantel, tanto quanto a equipe do Parque São Jorge. Tem um treinador acostumado a ganhar títulos, como é o caso de Luxemburgo, mas é outro que não sabe jogar a Copa Libertadores.

Muito se disse no ano passado que Tite, do Corinthians, tinha achado o caminho para ganhar a Libertadores. Entretanto, a desclassificação do Timão nesta semana só demonstra que nossos treinadores, por mais sucesso que tenham nos campeonatos internos, não conseguem jogar a copa libertadores com o ímpeto de vencedores.

Acho que se formos colocar todos esses percalços ‘dentro do liquidificador’ vai sair uma ‘batida’ que tem gosto de futebol em declínio. Isso se reflete em nossa seleção brasileira, tanto que estamos alguns dias antes da Copa das Confederações e nosso selecionado continua uma incógnita, visto que não sabemos como se sairá enfrentando grandes seleções europeias.

Em todo caso, penso que a Copa Libertadores não tem refletido muito o sucesso de outras Ligas do futebol. No caso das ligas europeias o que se vê são confrontos em grande nível. Com times bem formados e com jogadas rápidas que sinalizam a essência do futebol ao saírem muitos gols, especialmente aqueles em que os atacantes chutam fora da área.

Já a Copa Libertadores, ao chegar nos momentos decisivos, só consegue demonstrar a performance coletiva dos times sul-americanos, sem a presença de futebol vistoso. Geralmente os times que chegam às finais são aqueles aguerridos que não deixam jogar, que marcam muito, mas que não exibem um futebol convincente e cheio de alternativas ofensivas.

Enfim, faço esses parâmetros porque estou vendo que nós, aqui da América do Sul, estamos perdendo a nossa hegemonia como seleção.

Sempre aposto no Brasil, mas, como realista, não consigo ver na final da Copa do Mundo a nossa seleção canarinho como um excrete favorito e que possa produzir as mesmas glórias do passado, tudo porque não temos mais os mesmos craques de antes.

Machadinho
Enviado por Machadinho em 17/05/2013
Reeditado em 17/05/2013
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