Final vexatória.
A toda evidência não há que se tirar o mérito da equipe do São Paulo no jogo de ontem, até porque o título não veio apenas dessa partida, mas, especialmente de sua boa performance em toda a competição.
Quando a partida começou eu pressenti que algo ia acontecer nessa final. Explico: Enquanto a ‘toda poderosa’ emissora global exibia seus capítulos de amenidades (do horário nobre) e, como sempre, atrasava o jogo para os telespectadores que só podem assistir pela tevê aberta, eu estava antenado na Fox Sport e, por isso, acompanhava os comentários e os acontecimentos que antecediam a partida.
Fiquei estarrecido e perplexo com a atitude de os seguranças do São Paulo, visto que os jogadores argentinos da equipe visitante queriam fazer o aquecimento dentro de campo e os homens de preto simplesmente impediam. Ou melhor, os jogadores estavam proibidos de adentrar ao gramado para fazer o aquecimento do pré-jogo. Achei um absurdo aquela atitude, até porque o comentarista da Fox Sport, na pessoa de Mário Sérgio afirmava que aquilo era um atentado ao fair play da partida, haja vista que o vestiário de visitantes do Morumbi não possui área própria para tanto, o que não ocorre com o vestiário do clube da casa que conta com essa opção.
O pior é que a Fox Sport fez um apanhado visual do gramado que estava em péssimas condições, tendo em vista o recente show da Madona realizada naquele estádio. As imagens demonstravam que o gramado tinha sido remendado com pedaços de grama e em alguns locais estavam pintado de verde para camuflar sua extravagância.
Alguns repórteres mais comprometidos com a verdade dos fatos anunciaram também que a delegação argentina tinhas sido proibida no dia anterior de fazer a vistoria do gramado, como é curial em partidas internacionais, onde os times mantém a rotina de visitar o estádio para conhecer suas dependências e se familiarizar com o gramado etc. Além desse fato, consta também que o ônibus da delegação argentina havia sido apedrejado pela torcida são paulina antes de chegar ao Morumbi.
O fato é que os jogadores argentinos quando entraram em campo estavam aturdidos com todos esses acontecimentos. Nada justifica, entretanto, o fato de alguns atletas argentinos terem agredido os adversários dentro de campo. Nesse aspecto, cabia ao árbitro ser mais severo. Jogadores como Lucas e Neymar estão apanhando dentro de campo e os mediadores da partida não tomam atitude no sentido de frear essas condutas antidesportivas.
Enfim, o São Paulo não pode se isentar de culpa no episódio de ontem. O tal de Juvenal Juvêncio tem se comportado, com relação ao seu estádio, como um troglodita. Não é apenas esses acontecimentos de ontem que me levam a concluir que esse cartola tem se tornado um antidesportista para o futebol nacional. Não é à toa que seu estádio não figura entre aqueles escolhidos para a Copa do Mundo.
O jogo de ontem foi um vergonha para o futebol sul-americano.
Os jornais argentinos de hoje são todos unânimes em relatar as barbaridades cometidas contra os jogadores do Tigre no jogo de ontem. Extrai-se do site da Globo a seguinte notícia:
“Sergio Massa, dirigente do Tigre e político argentino, avisou que o clube fará protestos contra o São Paulo na AFA (Associação de Futebol Argentino) e Conmebol. Ele também pediu que os responsáveis pela confusão – que segundo ele foi totalmente provocada por seguranças do São Paulo e policiais – sejam presos. Ele também indicou que o clube pode fazer uma manifestação durante o sorteio dos grupos da Libertadores de 2013, na próxima sexta-feira (21), em Assunção. No entanto, o clube não pretende pedir a anulação da partida, já que até Nicolas Leoz, presidente da Conmebol, participou da cerimônia de premiação.”
A pergunta que fica é a seguinte: Era necessário que o São Paulo praticasse todos esses atos antidesportivos? A resposta é não. Tem time para ganhar de goleada do time argentino de ontem. Não fosse por essas atitudes que deveriam ser banidas do futebol, certamente que hoje os são paulinos estariam comemorando uma goleada e não o simples 2 X 0, além, é claro, de o vexame da recusa dos adversários voltarem a campo e toda a repercussão internacional estampada nos jornais estrangeiros.