Chegando a Velharada

O repatriamento de jogadores que saíram bem cedo do futebol brasileiro, para depois voltarem em final de carreira enseja uma situação justificável, desde que os clubes brasileiros ganhem com essas transferências, a final, tratam-se de jogadores que já ganharam muito dinheiro no estrangeiro e querem voltar, mas sem o compromisso de retribuírem amplamente o investimento, porque já não são capazes de produzir os grandes feitos de início de carreira.

Só não entendo essa de alguns clubes estarem trazendo jogadores estrangeiros em final de carreira para jogarem no Brasil, sem que isso compreenda bons negócios, já que as notícias são de que tais jogadores estão vindo às custas de grandes negócios com empresários brasileiros e, à toda evidência, já não são os mesmos de alguns anos atrás. Citem-se os casos recentes de Seedorf e de Forlán. O primeiro veio para jogar no Botafogo. O segundo, para jogar no Internacional.

Isso anuncia alguma coisa que nos parece deprimente para nosso futebol. É verdade que nossas empresas internas têm evoluído em suas finanças e podem arcar com enormes somas para satisfazer algum negócio que possa significar lucro. Não nos parece que jogadores em fim de carreira possam gerar esses dividendos esperados pelas empresas. Por outro lado, com a saída prematura dos nossos jovens para o exterior, a nossa safra não tem se tornado produtora de bons frutos para as cores dos clubes brasileiros, talvez, aí esteja a razão de estarmos importando atletas em fim de carreira.

A grande verdade é que nosso futebol, ultimamente, tem sido uma mistura de jogadores de outros países, especialmente da própria América do Sul, já que países como Uruguai, Argentina, Paraguai, Equador, Chile e outros, não tão equilibrados no que concerne à sua moeda interna, acabam cedendo ao Brasil inúmeros jogadores que, querendo ou não, incham nossos clubes com o chamado estrangeirismo.

Penso que tal prática, ao invés de servir ao futebol tupiniquim, acaba denegrindo a imagem do próprio jogador brasileiro, já que essa indiscriminada entrada de estrangeiros demonstra que os clubes daqui não confiam no contingente nacional. Isso se explica, também, em função da saída para o Primeiro Mundo dos melhores jogadores, deixando o Brasil refém daqueles atletas comuns que não decolam. Essas duas questões estão fazendo com que o nossos campeonatos deem bons prêmios para outros jogadores de fora. É só ver as últimas premiações, quando aparecem inúmeros jogadores de outros países recebendo prêmios que deveriam ser dados a jogadores brasileiros. O pior, é que os clubes incentivam essa prática, porque o jogador, indiretamente, está produzindo louvores para os escudos dos times.

Resultado de todas essas problemáticas e que nosso futebol caiu assustadoramente nos últimos anos. Até a nossa colocação junto à FIFA despencou como nunca havia caído antes.

Entretanto, estamos próximos de uma Copa do Mundo no Brasil e, com o avançar do tempo, ainda não conseguimos montar uma seleção que chegue à aclamação popular. O maior entrave para se montar uma seleção competitiva é a longa distância em que os melhores atletas estão situados, visto que, cada um deles, vinculados a calendários diversos, jamais terão tempo suficiente para um treinamento ou para uma preparação à altura. As recentes Olimpíadas e a próxima Copa das Confederações vão ajudar nessa preparação, mas, sempre fica aquela dúvida: Será que hoje nós temos atletas à altura de selecionados do passado?

Machadinho
Enviado por Machadinho em 11/07/2012
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