Sobre os absurdos produzidos pelos “Árbitros de Futebol”
Sobre os absurdos produzidos pelos “Árbitros de Futebol”
Luiz Eduardo Corrêa Lima
Desde já quero deixar claro que não pretendo tratar aqui de defender o time “A” ou o time “B”, muito menos o jogador “X” ou o jogador “Y”, numa questão qualquer. Quero apenas tratar do absurdo que é a falta generalizada de punição aos “árbitros de futebol”, que continuam errando e, o que pior, cada vez mais drasticamente e sem nenhuma preocupação.
Antes de continuar quero evidenciar que estarei escrevendo a palavra “árbitro” sempre entre aspas, porque não concordo com essa nomenclatura para alguém que, na prática, quando muito, pode ser considerado um espectador especial da partida, pois tem o privilégio de acompanhá-la de dentro do campo de jogo. Entretanto lamento, mas entendo que a palavra está em acordo com aquilo que esse cidadão pode fazer dentro da partida, porque ele usa o seu livre arbítrio para decidir em prol daquilo que mais lhe convier, sedo ele mesmo o seu único parâmetro ideológico. Não sei, mas talvez fosse melhor chamar esse cidadão de “Deus do Campo de Jogo”, haja vista que ele pode decidir absolutamente sobre tudo.
Para começar, quero lembrar que quando o jogador comete uma transgressão à regra do futebol, ele é punido com uma falta contra o seu time e ainda pode ser punido verbalmente, ou com um cartão amarelo, ou com um cartão vermelho e, algumas vezes é punido até extracampo pelo clube ou mesmo pela justiça. Os cartões além de punirem o jogador, punem também os times que perdem os jogadores em partidas subsequentes e ainda têm que pagar multas. Além disso, a perda de um jogador também afeta as torcidas que são as grandes responsáveis pela manutenção econômica dos times ao lotarem os estádios. Com o clube também ocorre a mesma coisa, isto é, ele é punido pela Federação quando comete uma infração, apontada pelo “árbitro” na súmula da partida de futebol. Até mesmo a torcida é punida quando comete uma infração.
Mas, quem pune o “árbitro” quando ele erra? Quando se pune um “árbitro” quando ele erra? Enfim, o que acontece quando o “árbitro” comete uma infração? Pois então, todos nós sabemos a resposta. Não acontece nada. Absolutamente, nada! O “árbitro” pode errar à vontade e ninguém pode fazer nada contra ele. Não existem “desembargadores do futebol” para julgar os erros dos juízes e em minha maneira de entender eles erram com certa tranquilidade e algumas vezes até por conveniência, exatamente por isso mesmo.
Veja bem, o jogador prejudica a si, ao seu time e a sua torcida quando comete uma infração, mas o “árbitro”, que também prejudica os jogadores, os times, as torcidas enfurecendo os torcedores, com seu erro, não tem punição nenhuma quando erra. Os “árbitros”, muitas vezes, prejudicam sobre maneira o espetáculo e dependendo da importância do jogo, podem acabar prejudicando toda a sociedade, haja vista que muitas quebradeiras, destruições e mesmo mortes, resultam de torcidas enfurecidas por ações e atitudes errôneas de determinados “árbitros”.
Isso não me parece nada justo e precisa ser modificado para o bem do futebol. Por isso mesmo, mais uma vez eu pergunto: o que acontece quando esses sujeitos denominados “árbitros de futebol” erram? Não acontece nada. Absolutamente, nada! Ora, isso tem que acabar. O “árbitro” tem que ter alguma responsabilidade pela função que exerce no futebol, além de ser um mero observador, um simples controlador da partida e aplicador das regras de acordo com sua própria visão.
Eu não estou querendo dizer que os “árbitros” são culpados por todas as coisas erradas e ruins que acontecem no futebol, mas estou dizendo que muitas dessas coisas acontecem única e exclusivamente por causa da irresponsabilidade deles. E digo mais, eu entendo que isso ocorre porque eles estão muito livres para agir e podem fazer literalmente o que querem. Infelizmente, o “árbitro” não tem responsabilidade nenhuma com a partida, ele somente tem que apitá-la. O que acontece em consequência do andamento da partida não é problema do “árbitro”. Caramba! E pensar que o futebol já foi usado até em campanhas para parar guerras.
Pois então, é preciso que se comece a fazer alguma coisa, que se pense em algum tipo de punição para que esses senhores passem a trabalhar mais seriamente e passem ter a verdadeira dimensão da importante função que exercem quando estão apitando uma partida de futebol e até mesmo para justificar os “altos prêmios em dinheiro” que lhes são pagos. Obviamente, eu sei que é impossível acabar com os erros dos “árbitros”, até porque os “árbitros” são humanos e os seres humanos são falíveis. Digo mais, eu até vejo importância na existência e na continuidade desses erros, como alternativas naturais que podem até decidir algumas partidas. Mas, desde que sejam erros efetivamente fortuitos e ocasionais e não erros absurdos e reincidentes.
Entretanto, eu quero acreditar que não só é possível, mas que é extremamente necessário reduzir a quantidade de erros, desde que os “árbitros” também passem a ser punidos quando erram. Por exemplo, porque não se colocar o prêmio em dinheiro que eles recebem, subordinado ao nível da arbitragem que exerceram durante a partida. Penso que isso, de alguma maneira, será um fator limitante do poder esses cidadãos possuem dentro de campo e fará com que eles se preocupem um pouco mais com o bem exercício de suas funções.
Vou dar alguns exemplos de algumas coisas que ocorrem cotidianamente nos jogos de futebol e que se os “árbitros” tivessem maior reponsabilidade por suas ações certamente não aconteceriam.
1 – Agora virou moda o “árbitro” apresentar o Cartão Amarelo para o jogador que cai dentro da área, alegando que ele estaria simulando um pênalti. Entretanto, algumas vezes o jogador cai mesmo e toma cartão simplesmente porque o “árbitro” quer. Isso, a meu ver, é uma aviltação do direito que o jogador, o clube, a torcida e tudo mais têm que pagar e fica por isso mesmo para o criador do problema, porque ninguém, sequer, discute a questão.
2 – Outra coisa que virou moda é o fato do jogador que foi atingido por outro numa falta, automaticamente e por sua própria conta já ir pedindo ao “árbitro” que apresente o Cartão para o adversário. Ora, isso é no mínimo desrespeito a “autoridade” do “árbitro” e deveria ser punida com Cartão, mas eu não vejo nenhum “árbitro” fazer isso.
3 – Outra dúvida que eu tenho é a seguinte: o que aconteceu com aquele tempo máximo de 6 segundos que o goleiro tem para devolver a bola depois de retê-la em suas mãos? Todos os goleiros (eu disse todos), sem nenhuma exceção, quando seu time está em vantagem no placar, em algum momento (se não em todos) ficam mais de 6 segundos com a posse da bola nas mãos e eu nunca vi nenhum “árbitro” marcar a penalização devida por essa conduta contrária às regras do futebol.
4 – Toda vez que acontece uma falta e obviamente ela acontece num determinado lugar, segundo as regras esse lugar, onde a falta aconteceu, deveria ser o local onde a bola deveria ser colocada para a cobrança. Entretanto, em mais de 90% dos casos esse não é o local de onde a falta é cobrada e eu já contei isso em várias partidas, mas não precisa acreditar em mim, observe e acompanhe você mesmo esse fato em qualquer partida. Não é função obrigar do “árbitro” atentar para que essa regra seja cumprida?
5 – Os laterais então são absurdos. Distâncias de até 5 metros, não são consideradas significativas em lateral nenhum, mas o pior é que muitas vezes a cobrança é feita há mais de 10 e até 20 metros (eu não me enganei não, eu quis dizer 20 metros mesmo) do local original e o “árbitro” não fala absolutamente nada. Aliás, nesse caso há o agravamento da presença do “bandeirinha” que é um “espectador” menos nobre que o “árbitro” e que está ali para observar (apenas observar) essas coisas, haja vista que não faz nada. Ou melhor, algumas vezes atrapalha alguns ataques e defesas de determinados times, identificando impedimentos indevidos ou não identificando os devidos e muitas vezes interferindo drasticamente no placar da partida.
Enfim, essas são algumas que considero mais gritantes, porém existem inúmeras outras questões a serem discutidas a apresentadas que precisam ser tratadas e, sobretudo, devidamente punidas e que os “árbitros” costumeiramente fazem vista grossa par não se comprometerem Pois é, mas acabam comprometendo o espetáculo e isso tem que ter uma forma de punição qualquer.
Obviamente a arbitragem é fundamental para a prática do futebol, mas é preciso que ela atue no mesmo nível de importância em prol do espetáculo e não contra ele. Infelizmente o que tem acontecido nos últimos tempos é que a arbitragem tem atrapalhado mais do que ajudando ao espetáculo e assim, tem prejudicado enormemente aos clubes, às torcidas e à competição como um todo.
Eu penso mesmo que já há “árbitros” errando propositalmente, isto é, só de sacanagem, porque sabe que não vai acontecer nada. Se quisermos continuar sendo o primeiro país do mundo em futebol, é preciso que a federação e os clubes fiquem de olho nessa questão das arbitragens.
Não penso que os “árbitros” sejam deliberadamente premeditados ou mal intencionados, ou mesmo que roubem para esse ou para aquele clube propositalmente, mas não tenho dúvida que durante a partida surgem situações em que ele toma partido do clube “A” ou do clube “B”. Além disso, muitas vezes ele é incapaz e incompetente e acaba prejudicando os dois lados e assim o espetáculo como um todo, por conta de seus erros absurdos.
Não sei se isso é uma verdade internacional, mas aqui no Brasil, o único que não se prejudica com os erros do “árbitro” é o próprio “árbitro” que, como eu já disse, não se sente com nenhuma responsabilidade em relação às consequências da partida que ele apita e isso precisa mudar urgentemente em prol do futebol brasileiro.
A propósito não tenho pessoalmente nada contra nenhum “árbitro de futebol”, até porque para mim eles não são importantes para o jogo e deveriam ser figuras muito menos importantes do que de fato pensam que são. Aliás, que bom seria se durante a partida o “árbitro” nem fosse mencionado, mas isso é utopia e ultimamente isso está virando efetivamente uma impossibilidade total.
Hoje em dia, quando termina uma partida de futebol, temos mais comentário sobre a arbitragem do que sobre o jogo em si e isso, a meu ver, comprova que algo está errado, pois o mais importante numa partida de futebol deveria ser a partida em si e não o “árbitro”.
Enfim, o que eu quero, de fato é provocar um pouco mais de discussão sobre essa questão que me parece importante para o futebol e que costuma ser deixada de lado depois que o jogo acaba. Por mais que se discuta atuação do juiz, não se discute o que pode acontecer com ele, até porque isto não parece estar previsto. Assim, o assunto morre e fica tudo como dantes no quartel de Abrantes, até que ele apite a próxima partida.
Luiz Eduardo Corrêa Lima (56)