Saída de o mandatário da CBF.

A renúncia de Ricardo Teixeira do comando da CBF tem sido explicada, oficialmente, porque aquele mandatário estaria com a sua saúde debilitada. Entretanto, há aqueles mais céticos (ou mais realistas) que enxergam algumas doses de mistérios nessa atitude tão aguardada, mas, convenhamos; pouco esperada, já que muito poucos acreditavam que o dirigente fosse abandonar a galinha de ovos de ouro tão cedo, em face do seu histórico e da sua resistência de muitos anos para largar o cargo.

De duas uma: ou ele quis se afastar antes que algo muito grave venha à tona, fazendo da sua renúncia uma retirada estratégica, para poder se defender no futuro; ou ele pressentiu que os holofotes da Copa do Mundo em 2014 poderiam levá-lo a embates muitos sérios com os interesses externos que poderiam escancarar suas facetas internacionais, por isso sentiu-se pressionado pelas circunstâncias. Ambas as alternativas, no fundo, levam a uma só conclusão: de que ele deixou marcas na sua longa gestão (de 23 anos) que hoje são elementos de indigestão quanto à sua integridade como homem de negócios.

Estranho a sua saída tão repentina, em face das circunstâncias. Não posso entender como um homem que há bem pouco tempo se julgava o senhor absoluto do posto, hoje, tenha deixado a função de forma tão sorrateira? Minha perplexidade se eleva a partir do fato de que Ricardo Teixeira nunca demonstrou algum gesto no sentido de que o fizesse entender que a CBF era maior que ele. Ao contrário, sempre pregou, subjetivamente, que ele era tão importante quanto a CBF. Aliás, foi com base em tal importância que ele edificou, ao seu redor, um grupo de correligionários (caça votos), visando mantê-lo imponente no cargo.

Aqui em nosso Estado de Mato Grosso do Sul, o atual presidente da Federação deve estar matutando sobre como poderá se manter no posto, visto que perdeu o guru que lhe mantinha as forças.

Outro fator que nos leva a refletir sobre a sua saída é o atual momento da CBF. O Brasil está se preparando para a Copa do Mundo de 2014 e as atenções mediáticas recaem sobre a maior representante do futebol Tupiniquim – a CBF. Como admitir que um homem acostumado com os holofotes sobre si, possa abrir mão de toda parafernália que visa à preparação do país para o maior encontro futebolístico do planeta? Será que ele, de repente, já estando mais rico do que imaginava e vendo que não valia à pena continuar com os pés sob a lama, resolveu lavar seus sapatos nas águas do arrependimento? Não creio.

Em todo caso, descabe a nós brasileiros, os maiores prejudicados durante tantos anos, ficarmos questionando as razões do Sr. Ricardo Teixeira. Cabe a nós, sim, aplaudir essa transformação que deve acontecer com a saída de Ricardo Teixeira, porque aquele vice que assumiu a responsabilidade tem demonstrado que é a sombra do seu antecessor, porém, com alguns QIs à menos. Não creio que terá força política para resistir no cargo. Na pior das hipóteses, ficará até o final da gestão que se encerra em 2014.

Esperamos que esse tal de José Maria Marin, que assumiu o cargo ‘dando gafe’, não seja apenas um testa de ferro disposto a manter a corja de dirigentes regionais que sempre deram suporte ao mandatário Teixeira.

Nós, aqui do Estado de Mato Grosso do Sul, queremos ver o tombo do presidente da nossa Federação, com a visualização do efeito cascata, para que nosso futebol volte a ser vistoso como já foi à algumas décadas do passado, já que as notícias que correm, fluentemente, por aqui, é de que o atual dirigente só corre atrás daquilo que lhes favorece pessoalmente.

Machadinho
Enviado por Machadinho em 12/03/2012
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