Vanderlei Luxemburgo e a estória da rã

De alguns meses atrás, até os dias de hoje,tem-se ouvido dizer que, Vanderlei Luxemburgo não é mais o mesmo. O maior vencedor de campeonatos brasileiros, agora não é mais garantia de títulos para seus futuros contratantes. Em suas últimas passagens, por Santos e Palmeiras teve seu céu nublado, embora em se tratando do estado de São Paulo, isto é uma tônica. Mas você sabe do que estou falando. Esta então, pelo Atlético-Mineiro, com todas as condições lhe dadas e oferecidas, foi catastrófica e dificilmente deixará de manchar sua página histórica no futebol, até porque, como se não bastasse, foi sumária e laconicamente demitido do glorioso - como denominam alguns, - após o vexame no Rio contra o Flu.
Quem sabe não seja isto, o que chamam buraco negro?
Neste momento, todos continuam a procurar por uma explicação para o fato e confesso que não li, não vi e nem tive conhecimento de qualquer achado, por quem quer que seja, que o justificasse – se é que para tal, existe satisfação.
E para aqueles atleticanos que se deixam levar pela paixão, consequentemente não dando chance à razão, para estes então, o sofrimento tem sido maior.
Gostaria de colocar aqui, para Vanderlei Luxemburgo, uma pequenina estorinha chamada “ estória da rã”, - se me permitir é claro.
Ah, ah. Não sei se falo, ou não falo... Tô na dúvida.
Ah, quer saber? Vou falar.
Vanderlei: você reciclando ou não pelo futebol -como chegou a admitir, vou contar-lhe a estória. Mas pelo amor de Deus, não me leve a mal. Se eu não puder ajudar, atrapalhar é que não quero. Viu?
Seguinte: era uma vez, havia num pequeno lugarejo nordestino, uma pequenina rã. Entediada, queria migrar para o sul pois, estava sentindo esvair-se toda a sua turgescência, por causa daquele clima quente e seco. Conversando com alguns amigos gansos, – não são galos -estes a sugeriram a partir com eles para o sul, pois também faziam, do dela, os desejos seus. Mas pelo o que temos de notícia, apesar de todo o avanço médicoveterináriocirúrgicocibernético (1), até os dias de hoje, a rã nuncaconseguiu voar.
Então, ela disse aos amigos galos – digo gansos: Abram aspas - deixem-me pensar , tenho um cérebro muito inteligente. Fecham aspas. Pediu então a dois gansos amigos, para que a ajudassem encontrar um galho forte. Sua idéia brilhante, era a de que, se cada ganso pudesse voar sustentando o galho por cada uma de suas extremidades, a sábia e calorenta rã pegaria carona no pau, com a boca (2), no bom sentido. Fecham aspas. Desta forma então, os gansos e a rã começaram incontinentes, a travessia (para eles) do continente e em pouco tempo, já passavam por uma pequena aldeia. De tanto fazer força, a rã deu uma borrada na cabeça de um terráqueo que, tratou logo de chamar os habitantes assistirem ao inusitado espetáculo. Alguém dali perguntou: “De quem foi tão brilhante idéia?” A rã, sentindo-se tão orgulhosa e com tamanho sentido de importância, exclamou:
“FOI MINHA!”
Fominha que ela foi.
Seu orgulho foi sua ruína, por que no momento em que abriu a boca, soltou-se do galho, e além do galho na cabeça, caiu no vazio, emitiu seu último coaxo e logo à frente morreu.
He, he, he! Pois é!
Há ocasiões em que a falta de humildade ou o excesso de orgulho, podem fazer cair por terra os planos mais excelentes, Vanderlei. Projetos também. Nunca ostentes as coisas que tens ou sabes, pois outros sabem outras coisas que tu nem sequer imaginas.
Sê humilde e nunca penses que és mais que os demais”, apesar de ganhar demais.

(1) Entendeu? Também não!
(2) Você não sabia que a rã tem na boca, força maior que aquela que o bicho preguiça tem nas patinhas? Pois fique sabendo.
O que? Não sabia que o bicho preguiça...
Uai. Se não tivesse uma força enorme, garanto que não dormiria de cabeça pra baixo.

Afonso Rego
Enviado por Afonso Rego em 26/09/2010
Reeditado em 08/04/2012
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