CASO DUNGA: CADÊ O ESPÍRITO DESPORTIVO?
Uma das prerrogativas do esporte é o respeito aos adversários e a digna humildade de se saber perder.
Mais polêmico do que não trazer a copa mundial de futebol para o Brasil, depois duma atuação frustrante na África Do Sul, foi a já esperada "demissão" do "coach" Dunga e de toda sua equipe técnica do comando da Seleção Brasileira que, segundo o que ouvi num noticiário, foi feita sumariamente "por telefone", depois dum trabalho de quatro anos, aliás, um trabalho que computa muitas vitórias em vários campeonatos. Se é verdade, é lamentável.
É certo também que todos sonhávamos com mais um título, porém, é inadimissível algumas posturas que ocorrem por aqui.
Penso que a carta de despedida de Dunga que foi anunciada ontem pela imprensa, selou com elegância sua história na Copa de dois mil e dez, a despeito dum objetivo não alcançado, e penso que a nação brasileira de certa forma também deveria ser grata pelo trabalho do Dunga, que me pareceu muito sério, e ademais, aonde está escrito que um técnico, por melhor que seja ele, nos garante vitórias, ainda mais num esporte tão imprevisível como o futebol?
Estar a frente duma seleção numa copa do mundo, sob os olhos, o palpite e a expectativa de milhões de "técnicos" brasileiros, e de certa forma sob a pressão da imprensa do mundo inteiro, (afora a nossa que não é fácil e nem sempre ajuda!), não deve ser mole não.
Ora, afinal, já aprendemos que às vezes a bola entra e às vezes não entra, ou entra na rede errada, não é Galvão?
Difícil mesmo é ser a bola da vez! E Dunga parece que soube muito bem ser a tal bola.
Porém as declarações do Senhor Ricardo Teixeira parecem nos assegurar que na próxima copa teremos um técnico campeão. Oba!
O quê será que será, hein? E quem será que será?
Do jeito que a situação anda no nosso todo, acho que o senhor Ricardo já cumpriria o seu papel se conseguisse fazer a Copa por aqui em condições algo razoáveis, o que eu acho que será tarefa mais difícil do que a que competia a Dunga, garantir a nossa vitória no mundial de dois mil e dez.
E quem falou que país anfitrião já tem a taça na mão?
Essa megalomania é que nos mata! Inclusive em campo!
Estou aqui para me solidarizar com Dunga e registrar que muito admirei sua postura firme de líder, sua personalidade marcante, independentemente dos resultados.
Aqui por Sampa, observei um fenômeno muito interessante e que na minha opinião tem grande significado: as bandeiras do Brasil não saíram nem das janelas das casas e nem dos carros, nos dias que se seguiram à nossa derrota. Ainda tremulam por todos os lados!
Observem o fato os que forem daqui.
E imediatamente após o término do jogo que nos mandou para casa, a festa explodiu do mesmo jeito lá no Anhangabaú, mostrando que o povo de certa forma não guarda rancor do nosso retorno.
Povo mesmo quer é festa! Parece que bons resultados são questionáveis por pouquíssimo tempo, se é que são! e festa é o que não falta por aqui.
Fiquei pensando como seria bom se nós como Nação criássemos tantas polêmicas frente a tantas outras lamentáveis perdas do país, como por exemplo, a festa da má atuação de alguns políticos e de suas famigeradas corrupções.
Como seria bom demitir sumariamente muitos deles...nas urnas.
Valeu Dunga!
Não é só de futebol que se faz vitórias.