TOSTÃO E SUA DIGNIDADE
O cidadão mineiro Eduardo Gonçalves de Andrade, mais conhecido como “Tostão”, médico, ex-cracaço de bola no “Cruzeiro Esporte Clube” e na Seleção Brasileira, laureado com vários títulos durante sua brilhante carreira esportiva, sendo o maior deles o de TRI-CAMPEÃO MUNDIAL DE FUTEBOL em 1970, no México, vem a público demonstrar uma vez mais a sua dignidade e o seu elevado caráter.
O fato é que, numa medida demagógica e eleitoreira, esse governo que aí está, “como nunca na história deste pais”, resolveu premiar todos os jogadores das seleções nacionais de futebol que disputaram as Copas do Mundo de 1958, 1962 e 1970, nas quais a seleção canarinha se tornou campeã, trazendo, em definitivo, a Copa Jules Rimet para o Brasil, em 1970. Aliás, esse troféu foi tristemente roubado na Sede da C.B.F. no Rio de Janeiro, sendo que os ladrões fundiram a estatueta, toda em ouro maciço, e nunca mais se viu ou ouviu falar da bela, valiosa e cobiçada taça. Coisas do nosso Brasil! ...
Pois não é que agora o governo Lula resolveu, demagogicamente, sancionar uma lei apadrinhada pelo Ministro dos Esportes, Orlando Silva (aquele mesmo do Cartão de Crédito Corporativo, fornecido às autoridades pelo Governo Federal, cuja farra escandalizou a nação e respingou lama pra todo lado, lembram?), cuja lei premiará os ex-jogadores campeões daquelas seleções, 1958 (Suécia), 1962 (Chile) e 1970 (México) com um chequezinho de R$100.000,00 (cem mil reais) pra cada um, titulares e reservas daquelas equipes, além de uma aposentadoria mensal equivalente ao teto do valor pago pelo INSS, hoje em torno de R$3.400,00 (três mil e quatrocentos reais) mensais.
Mas aí o cidadão Eduardo Gonçalves de Andrade, o popular “Tostão”, homem honrado, admirado por todos nós como ex-jogador, médico e cronista esportivo atuante em vários jornais do país, surge do alto da sua dignidade e declara publicamente que não aceita receber o seu prêmio por discordar da medida presidencial, uma vez que a grande maioria do povo brasileiro, homens e mulheres, trabalhadores, aposentados, pais e mães de família, moças e rapazes, que pagam os seus impostos e lutam com grandes dificuldades, seriam também “campeões brasileiros” e fariam jus a essa premiação.
Só nos resta tirar o chapéu para o grande “Tostão”, pela sua dignidade e sua coragem cívica e, ao invés disso, para o governo e a grande maioria da classe política que aí está, continuarmos com o chapéu nas nossas cabeças, a nos proteger da pouca vergonha, da corrupção, da imoralidade e do “festival de besteira que assola o país”, como já dizia n’outros tempos o saudoso Stanislaw Ponte Preta.
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B.Hte., 14/05/10