Deu “MATCH”: o caso dos dadores de aula
Atire a primeira pedra quem nunca conheceu algum “ser de luz” que dizia-se dotado de altas habilidades comunicativas, criativas e que, ademais, possuia uma visão “utilitarista”, ”credencialista” acerca da formação educacional. Além desse perfil, é comum que tal indivíduo ainda ministre aulas e oriente alunos sem o devido curso de licenciatura. Mas o que esses seres especiais pensam? Onde vivem? O que comem? Jocosidades à parte, este cenário não é um realismo fantástico, mas sim efetivo e escancarado como um espetáculo ao seu público. Nos bastidores dessa apresentação, os diplomas são ridicularizados e a plateia enganada. É interessante destacar que o objetivo do outro lado da moeda não é a provocação, mas o despertamento sobre a seriedade da docência. Assumir um ofício que não é seu, além de impróprio é imoral. Já pensaram por que incontáveis “profissionais” dão “match” com a educação, especificamente quando se trata de ensinar algo que lhe é confortável? Não se vê, por exemplo, empolgadores de biologia, química e afins prescrevendo medicamentos ou realizando suturas nos hospitais. Os caos é escolar. O abismo tem várias faces. E cada vez mais a desvalorização dos profissionais da educação é roteirizada, comercializada e vendida como uma fórmula a fracassos profissionais ou pior: ao tédio. Gerenciar turmas, carga horária, ementa e avaliações não é um jogo de compatibilidade, mas, sim, parte de um processo amplo que confere aos estudantes a oportunidade de aprimorarem-se enquanto seres humanos. O “match” de hoje será o precipício de amanhã, e os cavadores, por sorte, será a plateia da apresentação: uma multidão de cegos, surdos e mudos. Já vivemos tempos sombrios na qual a competência está fora da lista. Apressem-se porque talvez o ícone de desfazer/denunciar “match” saia da configuração. Não há tempo a perder.