O BRASIL DAS QUEIMADAS
O Brasil passa por terríveis semanas climáticas, dominadas por uma massa de
ar quente e seca.
As temperaturas podem ultrapassar os 40°C, e a umidade relativa do ar, se limitar
a 10%. Situações complicadas, devido, também à grande concentração de ozônio e
partículas de fumaça.
São milhares de focos de incêndio distribuídos em todas as regiões do país. Em
algumas delas, o céu fica encoberto e o sol aparece avermelhado. Sinal de que os
níveis de monóxido de carbono e outros poluentes têm aumentado significadamente.
A fumaça piora a qualidade do ar, de um modo geral, porque além das queimadas locais,
incêndios nos países vizinhos como Paraguai, Argentina e Bolívia reforçam a camada de
fumaça que cobre o Brasil.
O maior estado brasileiro, São Paulo, tem tido a pior qualidade de ar do mundo entre
as metrópoles analisadas em tempo real do IQAir (empresa suíça de tecnologia de
qualidade do ar); supera, inclusive Kinshasa, na República Democrática do Congo (África).
Aliás, São Paulo tenta combater emissões veiculares, na forma de poluição por
ozônio. Com o aumento das temperaturas, o calor reage com os produtos químicos no ar
dos carros. Gera mais poluição.
O Brasil das queimadas e dos incêndios. É bom relembrar significados: enquanto a
queimada é prevista e controlada; o incêndio é a queimada
imprevista e descontrolada da vegetação. Quando as queimadas saem do controle, tornam-se
incêndios.
O país passa por essa crise e muito tem a ver com vários crimes praticados, principalmente
pelo pessoal do agronegócio; os que desejam ampliar de maneira criminosa, os seus
lucros. Pretendem expandir os seus plantios, através do desmatamento que começou a se
aprofundar, há alguns anos.
Outra razão para a prática de crimes pelo agro é escapar das multas milionárias às quais
estão submetidos: têm que pagar, mas com os incêndios, poderão alegar que foram
prejudicados pela natureza e pedir isenções. Tudo programada para burlar, como sempre,
as leis.
Começaram com os desmatamentos, através dos gestores no poder desde 2018 com os seus
ministros. Um deles dizia que deixaria "passar a boiada". Ele representava o Meio
Ambiente dele, porque, atitude como essa, com certeza não era para o bem do povo. E o
que ocorre, é consequência, também dessa irresponsabilidade. Ele era apoiado pela tal
imprensa, redes sociais, justiça, polícia florestal e por muitos jornalistas criminosos e
sujos. Dignos de pena e de prisões.
O agronegócio está firme por trás dessas ações bandidas em nome do "dia do fogo". E olhe, que
nem pagam impostos: têm a proteção da lei Kandir. Além de intoxicar a população através
dos inúmeros venenos introduzidos nos alimentos (consome aos poucos os organismos humanos
até à morte)! Com certeza, não comem esses venenos; têm, reservadamente os produtos
orgânicos.
Chegam ao cúmulo de odiar o MST (Movimento dos Sem Terra); querem toda a terra para
si. Poderiam plantar, colher, exportar, pagar mal os funcionários, receber mais
lucros e embolsar os dólares, principalmente dos Estados Unidos; vergonha mundial.
O Movimento dos Sem Terra, luta pela Reforma Agrária ampla, planta, colhe e distribui,
de graça; enquanto o agro, só pensa em destruir os que consideram inimigos das
ambições fraudulentas deles.
Esse mesmo grupo agro, utiliza instrumentos tecnológicos modernos, emprega pouca gente, e
juntamente com
a agricultura em geral e a agroindústria promovem e exploram, acentuadamente o trabalho
escravo - como o caso das vinícolas
do Sul e de empresas referentes à produção de cana de açúcar goiana; onde impera o neofascismo.
O agro foi beneficiado pelo desgoverno federal nos últimos anos, teve perdoada uma dívida
de 30 bilhões de reais do Funrural do agro. São, essencialmente, sem-vergonha: quando os
preços baixam, esses seres desprezíveis, deixam a safra se perder, para, de maneira sórdida,
acessar a garantia do Estado.
O cinismo impera, uma vez que, mesmo diante dessa quantia desviada da população, considera
pouco e segue destruindo, egocentricamente as matas, além de exterminar grande parte dos ´
indígenas, à busca de riquezas alheias.
A turma do agro, juntamente com algumas redes televisivas parceiras do mal, exportam; e
em contrapartida, importam sementes e máquinas. Não gostam do Brasil, a não ser, exatamente,
para explorá-lo. "Sacou"? A terra brasileira para eles é um bem individual; portanto, não
coletivo.
O país está parcialmente coberto por fumaça, o céu trocou de cor, a fuligem se espalha
a todo instante. As queimadas seguem, as labaredas aumentam, o ar está impróprio e a
preocupação se avoluma. O medo está longe do fim, alguns parques estão interditados,
o consumo de água potável aumentou muito, milhares de animais morreram, pessoas perderam
a vida etc.
A tragédia só não é pior, graças ao trabalho dos bombeiros, colaboração do povo,
amor à natureza e preocupação futurista de alguns gestores.
Grande irresponsabilidade comandada por políticos mais o agro, que pretendem atrapalhar
o governo federal. Querem manipular a população para que entendam que o país está mal administrado
e precisa voltar a ser tupiniquim.
O pessoal opositor, agressor, opressor não se conforma com os preços caindo, seja os das
alimentações ou dos outros setores agregados à economia brasileira. Querem a volta das
filas dos ossos, das peles e de pés de frangos, das vísceras peixeiras etc.
Esses criminosos que ateiam fogos em todas as regiões agem de modo orquestrado, com
apoio da televisão, das redes sociais que não combatem mentiras e ainda aplaudem os
prejuízos brasileiros em nome da audiência e da grana midiática com os desarranjos políticos
e criminosos.
Fauna e Flora ameaçados hoje e sempre. A Amazônia é atacada, constantemente; as ações criminosas
são frequentes, as punições inexistem. Não pegam "peixes grandes". Os que deveriam punir,
são, também corruptos. Quando um ou outro é punido, a pena é ridícula, simbólica.
Os fora da lei são contra a biodiversidade, pesquisa, educação, avanço, prosperidade,
progressividade, comida à mesa etc. Todos sabem quais são os responsáveis, ou o grupo mais
danoso, mas a "vista grossa" é mais conveniente.
Algumas cidades brasileiras reclamam da chuva preta, que é, na verdade, fuligem; porém,
se sentem incomodados. Engana-se quem pensa que está livre de acontecimentos do gênero:
enquanto houver fogo, e consequentemente, fumaça, o risco existirá. Se há queimada,
por exemplo, na Amazônia, quando a fumaça sobe para para camada atmosférica, pode ser
transportada para qualquer lugar. O vento colabora.
Muitos municípios com imunidade abaixo dos 20% se assemelham às temperaturas do
Deserto do Saara, cuja máxima, não passa dos 20%.
E saber que esses seres criminosos têm experiências no ramo da criminalidade; afinal,
colaboraram
para que o Brasil tivesse mais de um milhão de mortes (físicas reais + subnotificadas)
durante a pandemia coronavírus / COVID-19.
Por um lado temos quem defende o meio ambiente, a comida à mesa, a vida, o trabalho, a
produção de alimentos, a liberdade. Por outro, há os que sabotam o próprio país, amam
a miséria, os incêndios, são contra o desenvolvimento sadio, cultivam o flagelo, a
anarquias, as "detestam" a democracia em que pese desfrutá-la.
A covardia tem hora para acabar. O quando, é surpresa.
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Nilceu Francisco é professor, jornalista, articulista, escritor, ambientalista, poeta