O BRASIL INDÍGENA
Indígenas significam diferentes grupos étnicos residentes no Brasil, milênios antes do
início da colonização portuguesa; século XVI. Os povos nativos eram formados por
seminômades e viviam da caça, coleta, pesca e da agricultura itinerante. Passaram a
desenvolver culturas diferenciadas.
Apesar da proteção por leis, grande parte da população indígena foi exterminada pelos
conquistadores diretamente, e pelas doenças que trouxeram. A população de milhões caiu para
150 mil no início do século XX.
Somente em 1980 ela inverteu a tendência: passou a crescer em ritmo sólido.
A população, em 2022 era 1,6 milhão, aproximadamente, segundo o IBGE
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Antes dessa chegada, a população indígena variava de 5 a 7 milhões.
Consideram-se indígenas os descendentes dos povos que moravam no Brasil antes da chegada
dos europeus.
Cultivam e valorizam a diversidade de cada povo.
O termo "índio" não deve ser utilizado quando designar indivíduo. Na Idade Média, essa palavra
era designada para denominar pessoas do Extremo Oriente. Cristóvão Colombo, ao chegar às
Américas, acreditou que havia encontrado um novo caminho para as Índias e chamou os nativos
que encontrou, de "índios". O conceito de "índio" é, então, uma invenção europeia e de cunho
desrespeitoso, depreciativo, visto que não destaca a diversidade dos povos indígenas.
Sofrem com a falta de demarcação das terras deles e com o desrespeito por parte
dos garimpeiros e madeireiros. Invadem de forma ilegal essas terras.
Entre os maiores grupos indígenas estão os ianomâmis, os guaranis, os guajajaras e outros. Os
seres se estabeleceram antes de 1500, quando os portugueses chegaram: em 1500.
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), com apoio da
FUNAI (Fundação Nacional dos Povos Indígenas), em 2022 a população indígena chegou
a 1.693.535 pessoas em 12 anos (cerca de 51,2%); habitam na Amazônia Legal.
A região Norte concentra a maioria dos indígenas do país (44,48%); em seguida, está
o Nordeste (31,22%). As duas regiões juntas respondem por 75,71 do total. O
Centro-Oeste (11,80%), Sudeste (7,28%) e Sul (5,20%)
Amazonas e Bahia concentram 42,51% dos indígenas do Brasil: 490,9 mil e 229,1 mil,
respectivamente. Em seguida, Mato grosso do Sul (116,3 mil); Pernambuco (106,6 mil
e Roraima (97,3 mil).
Em 2023 foi detectada uma grande tragédia humanitária nas terras habitadas pelos
ianomâmis: de 2019 a 2022 morreram, aproximadamente 570 crianças. Fome e doenças
que poderiam ser tratadas são as causas. Não faltaram denúncias, mas os gestores
da época ignoraram. Essas mortes são de responsabilidade dos invasores de terras
ianomâmis à busca de garimpos ilegais e das atitudes federais.
Destaques indígenas brasileiros: domesticaram a mandioca e o aproveitamento de diversas plantas
nativas como o abacaxi, o feijão, o milho, o amendoim, a pimenta etc. Difundiram a rede de
dormir e o hábito de tomar banho diário. Os europeus do século XVI desconheciam.
Legaram para a língua portuguesa milhares de nomes de lugares, plantas, pessoas,
animais. Muitas das suas lendas foram incorporadas ao folclore brasileiro
O destino dos povos indígenas brasileiros ainda é incerto; haverão muitas lutas,
conflitos, abusos, mortes etc. Há leis, proteção do povo não indígena e internacional;
porém, existe o descumprimento delas por meio dos chamados
poderosos políticos e econômicos, que na verdade, são criminosos.
Falta bastante para que os nativos sejam reconhecidos como os donos de imensidões
terrestres e tenham uma sobrevivência digna, independente e respeitada.
Os últimos governantes não conseguiram administrar a crise; alguns, inclusive,
promoveram retrocessos de maneira deliberada, a ponto de ocorrer genocídios.
A Carta Magna, artigo 67 assegurava que a União garantiria a demarcação das terras
indígenas nos próximos 5 anos a partir da promulgação da Constituição (1988), porém,
não aconteceu.
Nos últimos anos, a promulgação ficou parada e os especialistas classificaram o fato
como "antipolítica indigenista". Alguns processos demarcatórios estão em fase de
conclusão e devem ser efetivadas pelo governo federal.
Os desrespeitos são constantes, mesmo em áreas já homologadas. Nas terras ianomâmis,
por exemplo, há o garimpo ilegal e com a falta do estado, surgem a miséria, abusos,
ausência de medicamentos, desnutrição etc. Crise humanitária.
Trata-se de uma "tragédia anunciada", afirma a presidente da FUNAI sobre as
constantes invasões e as explorações dos recursos naturais pelos garimpeiros nos
últimos anos. Os indígenas carecem de assistência à saúde e de políticas de proteção
territorial das áreas indígenas.
O avanço da extrema direita, principalmente no Brasil, faz com que as ameaças aos
povos indígenas se intensifiquem. Grupo político que possui laços estreitos com o
agronegócio brasileiro. Muitos políticos são eleitos através destes, e, uma vez
deputados federais ou senadores defendem de maneira sórdida os interesses agropecuários,
como forma de recompensa, gratidão e porque o instinto é naturalmente, maligno.
Ações que se transformam em genocídios, pois, os eleitos dessa maneira torta,
votam sempre contra resoluções que poderiam amenizar os problemas indígenas. Ao
defender financiadores de campanhas políticas, colaboram para que os sofrimentos
e mortes ocorram.
A intenção de muitos governantes e de grande parte dos deputados federais e senadores
era promover os extermínio indígena yanomami, de 2019 a 2022. A denominada grande
imprensa sempre esteve envolvida, juntamente com algumas redes sociais. Todos
torcem pelas variadas desgraças no Brasil. Esse objetivo ainda existe.
A FUNAI, por exemplo, chegou a proibir a Fiocruz de realizar uma pesquisa. Tratava-se
de um avaliação do nível de contaminação por mercúrio na Terra Indígena Yanomami.
Sob todos os aspectos, há muito o que fazer para reestruturar os espaços indígenas:
saúde, cultura, educação, proteção, identidade, crianças, desassistência, demarcações,
crimes ambientais, antipolítica etc.
Os gestores precisam agir com mais rigor, contra os invasores e assassinos. Têm que prender esses
exploradores. O pessoal que financiam políticos, também deveriam ser responsabilizados,
uma vez que são covardes, burlam as leis; praticam crimes, todos os dias!
Só resolverão os maiores problemas indígenas, através de prisões dos "graúdos", inclusive dos políticos
imundos. Ocorrerá o efeito cascata.
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Nilceu Francisco é professor, articulista, jornalista, escritor, ambientalista, poeta