O BRASIL DESINTELIGENTE
Um dos últimos que surgiram já completou maioridade, há décadas: é proibido ser inteligente.
Esse modelo de Brasil refere-se aos seres que desejam desgraças a todos que pensam diferente, que
discordam de atitudes individuais ou em grupos sobre qualquer assunto (ou tema). Fazem questão de
se manter oposicionista, mesmo que isso resulte em prejuízos a quase todos ao redor. Quem escapa, e,
portanto não se rende a isso, consegue se sobressair das ciladas praticadas por quem se considera
superior e mais perspicaz que o restante.
O melhor é o que sabe observar, agir na hora conveniente, e ter força mental para se sair bem, mesmo
que por dentro.
Desde os tempos iniciais escolares, aqueles que se destacam, em matéria de inteligência, sofrem ações
bullyinistas; ou seja, não podem se destacar. Obter ótimas notas despertam iras revestidas de invejas,
ódios; e chegam a culminar em sabotagens.
Os que estudam em salas onde há casos do gênero, nem sempre gostam; e passam a engrossar a lista dos
contras. Nem sabem, exatamente os porquês, pois, os sentimentos mentais complexos e desconexos estão
enraizados nesses seres.
Não seria mais proveitoso se aliar aos inteligentes, aproveitar o ensejo, tirar proveito e aprender
mais, ao invés de torcer pelos insucessos dos outros?
O saldo desses descontroles iniciais e que amadurecem rapidamente, é parte dos resultados que
presenciamos: golpes, ataques em escolas, mortes, rebeldias extremas, vandalismos, asneiras,
politicagens etc.
Os que são contra o desenvolvimento humano pessoal e interpessoal não têm competência que se aproxima
do que almejam; nem se esforçam para obtê-la, uma vez que se julgam autossuficientes; ou seja, não
necessitam de auxílios, ajudas.
A depreciação da educação, a começar pelas escolas, nem sempre, os que a promovem, têm o objetivo
mútuo. É um ensaio para
coibir o crescimento cognitivo das nossas crianças e dos jovens, pois representam o pré-futuro. E que
deve ser impedido, cortado pela raiz. O medo é grande, e a perpetuidade tem que permanecer.
É proibido ser inteligente; as massas manobráveis rendem frutos aos outros. Não querem ser manipulados;
são. Não encontram forças norteadoras. As que são oferecidas restringem-se apenas a um caminho a ser
seguido.
Subtraíram dessa camada, a possibilidade do contrário, o não, a perspectiva experimentável de ser
diferente.
A chuva incessante de desinformações alcançou o limite estapafúrdio representado pela ganância e
seus afluentes.
Esse país se incomoda com os seres pensantes: não sabem sê-los; daí a inveja, o desconforto, o apelo
cínico; e às vezes, o tragicômico.
É proibido raciocinar. Progredir não convém; pode ser interpretado como insulto, insolência, desafio,
afronta. Nem todas as inteligências são artificiais; tampouco poderão sê-las!
Se depender da maioria dos políticos, da denominada grande imprensa, das redes sociais que permitem
quase tudo de irracional, o Brasil jamais será inteligente.
Ser humano é preciso; alguns seres anti-humanos são simplesmente, desnecessários!!!
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Nilceu Francisco é professor, jornalista, escritor, poeta, ambientalista